Em sua reflexão, Pe. Michelini partiu de uma comparação
entre a oração de Jesus no monte das Oliveiras e a do monte Tabor, na Galileia.
As duas situações têm semelhanças impressionantes: em todas as duas a situação
existencial de Jesus é de provação (no primeiro caso, porque Pedro e os outros
não compreenderam o sentido do primeiro anúncio de Jesus que dissera que
deveria morrer em Jerusalém; no segundo, porque Jesus acabara de anunciar que
alguém haveria de entregá-lo), disse o religioso.
Em todos os dois casos Jesus chama a si os discípulos,
Pedro, Tiago e João, e estes não entendem plenamente o que está acontecendo com
Jesus. Porém, um elemento separa as duas cenas: no Tabor se ouve a voz do Pai
que consola o filho; no Getsêmani, ao invés (exceto na versão de Lucas, onde
Jesus é encorajado na luta por um anjo), não se ouve nenhuma voz, observou o
pregador.
Ao invés, é Jesus que se dirige ao Pai, acolhendo que seja
feita a Sua vontade. Essa vontade originária não quer a morte do Filho, mas a
salvação, como escreveu Romano Guardini:
”Jesus veio para redimir o seu povo e, com ele, o mundo. Isso
deveria cumprir-se mediante a dedicação da fé e do amor; mas tal dedicação
vacilou. Todavia, permaneceu o mandato do Pai, mas este mudou de forma. Quando
se concretizou por consequência da rejeição, o destino amargo da morte
tornou-se a nova forma da redenção – aquela que para nós é a redenção em sentido
puro e simples”, continuou o frade menor.
Também a parábola dos vinhateiros homicidas nos apresenta um
pai que envia o filho dizendo “Respeitarão meu filho” (Mt 21,37).
Mas o anúncio e a pessoa de Jesus não são acolhidos, e o
Reino passará, portanto, de outro modo, aquele que Jesus, no Getsêmani, é
chamado a aceitar: “depende da disponibilidade dos homens em qual forma se
possa desenvolver a sua obra. O fechamento do mundo não lhe permite ser o
príncipe da paz, diante de cuja vinda tudo deveria desabrochar na plenitude que
o vaticínio preanunciava. Por isso (...) o Messias torna-se aquele que vai ao
encontro da sua ruína. O sacrifício de seu ser torna-se o sacrifício da morte”
(R. Guardini).
Jesus exorta ainda seus discípulos, como Ele fez no
Getsêmani, colocando em prática o shemà, a oração de Israel, a amar “Deus de
todo o coração, com todas as forças e a ponto de dar a vida”, frisou Pe.
Michelini.
Ao término da reflexão, as habituais perguntas: Como nos
colocamos diante da angústia do nosso próximo? Mantemos os olhos abertos,
rezamos, ou nos adormentamos como os três discípulos? A vontade de Deus é
compreendida por nós como uma “extravagância”, algo que “se deve fazer” porque
“Alguém decidiu”, ou vejo nela a Santa vontade de bem para todos?
Por fim, partindo do pressuposto de que esta Sua vontade de
salvação é certamente firme – como dizia Guardini: “o decreto de Deus permanece
inalterado” – aceito que a forma em que ela se realiza seja condicionada,
porque a onipotência de Deus se detém diante da liberdade da sua criatura? E se
Deus pode até mesmo mudar de ideia, segundo o livro de Jonas, pode
“arrepender-se” (Conf. Jn 3,10), propriamente como os habitantes de Nínive se
converteram, como a sua Igreja pode não mudar, como podemos nós estar
inflexíveis em nossa rigidez?
Fonte: Rádio Vaticano
Foto retirada da internet
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