Livro do Profeta Isaías 11,1-10
Isaías, neste texto Messiânico, apresenta Jesus como:
«Aquele que julgará os infelizes com justiça e com sentenças retas os humildes
do povo».
O texto da leitura é um dos mais belos poemas do messianismo
davídico, e uma das mais notáveis profecias messiânicas de todo o A.T.; faz
parte do chamado «Livro do Emanuel», sete capítulos de Isaías de singular
densidade messiânica (Is 6-12).
1 «Jessé» (Yixái, na Bíblia hebraica) é o pai de David, o
«tronco» que deu origem a um «rebento», um ramo, que é o Messias, Jesus Cristo.
2 «Sobre ele repousará o Espírito do Senhor» (cf. Mt 3,16;
Lc 4,18). Neste texto fundamenta-se o número septenário da Teologia dos dons do
Espírito Santo. Podia alguém estranhar que na tradução não se fale do «espírito
de piedade», como na tradução dos LXX e na Vulgata. Mas a letra do original
hebraico (sem variantes) não regista a «piedade», tendo sido seguido pela
Neovulgata e pela nossa tradução litúrgica. No entanto o suposto acrescento
(para se obter o número 7, número de plenitude) da tradução grega dos LXX e da
latina de S. Jerônimo não é arbitrário; com efeito, há no original hebraico uma
repetição do «temor de Deus», nos vv. 2 e 3, e o termo hebraico «yiráh» tanto
pode significar «reverência» como «temor», e daí a tradução no v. 2 por
«piedade» e no v. 3 por «temor». Como o espírito do temor de Yahwéh de que aqui
se fala é sem dúvida o do temor filial, pode considerar-se legítimo o
desdobramento ou explicitação feita pelo tradutor grego dos LXX (que alguns
antigos e modernos consideram inspirado), no que foi seguido por S. Jerônimo,
na Vulgata.
5 A figura da «faixa» e da «cintura» é um hebraísmo com que
se designa a atividade, uma vez que estas se costumam usar para cingir a roupa
a fim de se trabalhar mais expeditamente. A expressão corresponde pois a dizer
que o Messias «atuará com justiça e lealdade».
6-9 A paz que trará o Messias é descrita deste modo
paradisíaco e idílico tão belo, diríamos que ideal e utópico. No entanto, a paz
que Cristo traz aos corações e à própria Humanidade supera o que as imagens
fazem supor: é «um rio de paz» (cf. Is 66,12).
10 «A raiz de Jessé», isto é, o Messias, descendente do rei
David, filho de Jessé, unirá todos os povos sob um único estandarte, daí o
chamar-lhe a «bandeira dos povos» (gentios), que serão atraídos («virão
procurá-la») a Cristo na sua Igreja.
Segunda Leitura
Carta de São Paulo aos Romanos 15, 4-9
Cristo vem salvar judeus e gentios. Devemos acolher os
outros como Jesus nos acolheu, para glória de Deus.
A leitura é um pequeno trecho da 2ª parte, a parte moral,
final da Epístola (Rom 12-16), que termina apresentando o exemplo de Cristo,
feito «servidor» de todos, judeus e gentios; para com os judeus mostrando a
fidelidade divina (v. 8) e para com os gentios mostrando a sua misericórdia (v.
9).
4 S. Paulo acentua o valor e utilidade da Sagrada Escritura,
como em 2Tim 3,16. A sua leitura e meditação produz frutos muito concretos: «a
paciência» e a «consolação», que levam a manter firme a «esperança» em Deus.
Evangelho
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
3, 1-12
Os quatro Evangelhos coincidem em que a pregação de Jesus é
precedida de uma preparação do povo com a pregação de João Batista, como o
último dos profetas que anuncia imediatamente a vinda de Jesus. A referência ao
local onde pregava – «no deserto» – não parece ser uma simples indicação
topográfica, mas parece ir mais longe, com a alusão ao lugar onde teve início o
antigo povo de Deus, com a aliança do Sinai. De qualquer modo, o deserto da
Judeia não significa uma zona literalmente desértica, mas uma região árida e de
pouca vegetação. Não é descabido pensar que João, de família sacerdotal,
tivesse aderido ao movimento renovador dos essênios.
2 «Arrependei-vos». O texto original também se podia
traduzir por convertei-vos, isto é, mudai o coração, mudai o pensar
(metanoeîte); não se trata de um mero mudar de rumo na vida, mas duma atitude
interior de sincero arrependimento, a atitude de quem se reconhece pecador e
humildemente vai retificar, mesmo à custa de sacrifício (penitência); daí a
tradução da Vulgata e da Neovulgata (poenitentiam agite).
«Reino dos Céus», expressão habitual em S. Mateus,
equivalente a Reino de Deus, mas evitando pronunciar o nome inefável de Deus.
«Está perto o reino…», isto é, uma especialíssima intervenção salvadora de
Deus, para estabelecer o seu soberano domínio misericordioso, que libertará o
homem da escravidão do pecado, do demônio e da morte. Este reino, ou reinado de
Deus, manifesta-se na palavra, obra e sobretudo na própria Pessoa de Cristo,
que é quem o vem realizar no grau mais elevado e mais puro, sem as
excrescências materialistas do nacionalismo teocrático (como pensavam os judeus
contemporâneos do Senhor). Mas o reino de Deus só terá a sua perfeita
consumação quando Jesus Cristo vier pela segunda vez no fim dos tempos (cf. 1Cor
15,24). Neste tempo intermédio, entre as duas vindas do Senhor, a Igreja é já o
reino de Deus, enquanto que é a comunidade salvífica, presença sacramental de
Cristo a congregar e conduzir os homens à salvação eterna (cf. Vaticano II, LG
5).
3 «Uma voz daquele que clama no deserto: ‘Preparai o caminho
do Senhor…’». Segundo o texto de Isaías, aquele que clama é o Profeta, um
arauto de Deus (uma figura do Batista), a incitar a abrir o caminho do regresso
do exílio, um caminho de Deus, isto é, um caminho que Deus proporciona ao seu
povo que Ele quer reconduzir e salvar. Este regresso é concebido como um novo
Êxodo, daí a referência ao deserto, noção muito rica: lugar privilegiado de
encontro com Deus, de aliança, de purificação, de desinstalação, de preparação
para a entrada na terra prometida. Por isso era também no deserto que os essênios
de Qumrã e de outros lugares se preparavam naqueles tempos para a vinda do
Messias; no deserto pregava João e para o deserto se retirou Jesus no início da
sua vida pública.
4-5 Nunca se diz que João vestia uma pele de camelo, como às
vezes se pensa, mas que se vestia com «pelos (ou lã) de camelo». O mel
silvestre não parece ser mel de abelhas selvagens, mas algum insípido melaço
segregado por plantas daquela zona, talvez da tamargueira, abundante junto a
Jericó, nas margens do Jordão, onde João batizava. A pregação de João, o seu
estilo de vida e até a própria apresentação à maneira do profeta Elias (cf. 2Reis
1,8) eram de molde a produzir tal impacto que arrastava as multidões, como
também atesta um autor judeu da época (Flávio José, Antiquitates, 18, 5,2).
11 O batismo de João não tinha a força de produzir na alma a
graça da justificação e só valia enquanto punha em evidência as boas
disposições do sujeito e as confirmava, ajudando as pessoas a disporem-se para
a iminente chegada do Messias. O Batismo de Jesus é «no Espírito Santo e em
fogo»: tem a virtude de produzir a graça pela ação de Cristo no sujeito e não pelos
méritos de quem o recebe ou administra. O fogo parece ser antes uma imagem da
eficácia purificadora e renovadora do Espírito Santo na alma do batizado.
Autores há que pensam que talvez o Batista se movesse num plano
veterotestamentário, não designando o Batismo de água, mas uma grande efusão
do Espírito Santo para os que se arrependessem e um fogo condenatório (v. 12)
para os impenitentes. Isto não parece tão provável, nem é tão óbvio. Note-se
que nem o batismo de João, nem o de Jesus aparecem como algo estranho ou
chocante: inseriam-se nos costumes diários dos Judeus que praticavam muitas
abluções rituais, nomeadamente o batismo dos prosélitos, que da gentilidade
abraçavam o judaísmo.
Sugestões para reflexões
1. O texto do Profeta Isaías, com
carácter messiânico, é extraordinariamente rico. Vejamos:
a) Sobre Jesus repousará o Espírito do Senhor;
b) Não julgará segundo as aparências; nem decidirá pelo que
ouvir dizer;
c) Julgará os infelizes com justiça e com sentenças retas os
humildes do povo;
d) Com o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio;
e) Não mais praticarão o mal nem a destruição;
f) O conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas
enchem o leito do mar;
g) Jesus surgirá como bandeira dos povos; as nações virão
procurá-la e a sua morada será gloriosa.
Assim Isaías descreve os Bens Messiânicos.
Deles participamos neste mundo, de modo mais ou menos
perfeito. Só na eternidade, com a visão de Deus, seremos felizes para sempre.
Isto nos diz o Salmista em poucas palavras: «No dia Senhor nasce a justiça e a
paz para sempre».
2. Sem esquecer que Jesus Se fez
servidor dos judeus, para mostrar a fidelidade de Deus e confirmar as promessas
feitas aos seus antepassados»; «Por sua vez, os gentios dão glória a Deus pela
Sua misericórdia, como está escrito».
Destes versículos da Epístola de São Paulo aos Romanos
conclui-se que Cristo veio ao mundo para a todos salvar.
Mas, desta mesma Epístola, não esqueçamos a seguinte
recomendação: «Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como Cristo vos acolheu,
para glória de Deus». Como este pormenor é importante em nossos dias!
Constantemente se fala de acolhimento!
Claro que as pessoas, na sua maioria, quando falam de
acolhimento é para sublinhar a forma como não acolhidas. Ai dos funcionários
públicos, e dos empregados de qualquer gênero de serviços que não recebem os
clientes com um sorriso, com toda a delicadeza e sem perda de tempo!
Quem é exigente com os outros também o será consigo, quando
se trata de acolher?
Considero importantíssimo que vejamos o acolhimento a nível
de cada Família, Maridos, Esposas, Pais, Filhos, Avós, Netos, como os acolheis?
Há muitas Famílias em crise, porque se falha no acolhimento.
A Esposa não é bem acolhida porque chega a casa e ela ainda
está deserta. O Marido não é bem acolhido porque a esposa espera um beijo dele
e o Marido espera o beijo dela.
Mas ninguém quis ser o primeiro. E não houve beijo. Com os
Filhos vai acontecer a mesma coisa.
De novo interrogo: Como se escolhem, em Família, na hora da
refeição? Há tempo para diálogo ou já só veem televisão?
É preciso acolher como Cristo nos acolhe: amando primeiro,
desculpando, ouvindo, aconselhando, sabendo perdoar, dando parabéns, etc.
Este tema parece banal mas não é.
Quem não sabe acolher, corre o perigo de quase tudo deitar a
perder.
3. Quanto ao Santo Evangelho, nada mais
acrescentaria ao que se disse na Introdução ao Espírito da Celebração.
Mas será fácil convencer os cristãos, de hoje, de que têm
pecados?
Não será ainda mais difícil conseguirem tempo e coragem para
se confessarem?
Devemos rezar muito para que os cristãos vejam no Sacramento
da Penitência uma bênção. Confessar-se é a forma mais simples, e eficaz, de nos
libertarmos de muitos pesadelos!
Ao dar a Comunhão, no dia de Natal, o Sacerdote e os
Ministros Extraordinários da Eucaristia, devem proferir as palavras, «O Corpo
de Cristo», de tal forma, que se veja em cada pessoa, que comunga, um Presépio
vivo. Presépio vivo? Sim! Cristo vai contigo, após recebê-Lo, e Nossa Senhora,
São José e os Anjos fazem-te guarda de honra.
O Deus Menino está em teu coração. Haverá presépio mais
vivo?
Como Nossa Senhora ficará contente a ver tantos filhos seus
a «Comungar o Deus que se fez Menino».
Fonte: presbiteros.com.br
Foto retirada da internet
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