Profecia de Amós 8,4-7
Nos momentos de crise entra em jogo o mercado negro e quem
sofre as consequências é o pobre, o amigo do Senhor. Deus por meio do profeta
toma a defesa do pobre.
O profeta Amós pregava no Reino do Norte nos tempos de
Jerobão II, no séc. VIII a. C. Não cessava de fustigar todos os vícios dum povo
esquecido de Deus, dado às vaidades e à exploração dos mais fracos, muitas
vezes através da fraude e do abuso do poder.
5 «Quando passará a lua nova?». No calendário, a lua nova
marcava o primeiro dia do mês que era dia de festa, um dia de descanso em que
não se podiam, portanto, fazer negócios, como em dia de sábado. A avareza e a
exploração do pobre está bem escalpelizada e continua a ter grande atualidade.
Segunda Leitura
1ª Carta de São Paulo a Timóteo 2,1-8
A vontade salvífica e universal ensina-nos que devemos orar
por todos, também pelos que estão constituídos em autoridade.
Continuamos com a 1ª Carta a Timóteo; depois das
advertências iniciais sobre a verdadeira doutrina (cap. 1º), detém-se a dar orientações
sobre a oração, no capítulo 2º, de que hoje lemos o início.
1 «Que se façam preces». É uma verdade de fé que Deus «quer
que todos os homens se salvem», mas, apesar de tudo, não se salvarão sem
oração. Podemos ajudar os outros a salvarem-se com a nossa oração, com a qual
já Deus conta nos planos da sua Providência. A oração obtém graças que ajudam a
nossa liberdade a corresponder livremente aos desígnios divinos, pois ainda que
Deus nos queira salvar a todos, não nos quer salvar sem a nossa livre
colaboração. A oração de súplica não é para converter Deus, mas para nos
convertermos a Ele (Santo Agostinho), para nos dispormos a receber os dons que
tem para nos dar.
5 «Um só Mediador…» Deus, sendo único, é Deus para todos e
não apenas para uma nação (como os falsos deuses). Ele salva-nos pela mediação
de Jesus Cristo, o qual, por ser Deus e Homem, é Mediador apto e eficaz,
podendo unir com Deus os homens inimigos pelo pecado, oferecendo a sua vida
como redenção. Esta mediação exerce-se através da sua Humanidade. Esta mediação
é única, embora participem misteriosamente dela, de modo subordinado, os Santos
e especialmente a Virgem Maria.
Evangelho
Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
16,1-13
O que importa considerar é a habilidade em administrar o
dinheiro, habilidade que deve ser transportada para a vida crista na exigência
do dia-a-dia.
Esta é mais uma parábola que, para a nossa maneira de
pensar, é desconcertante. Temos de ter em conta que se trata do gênero
literário de parábola, em que os diversos elementos que nela entram não têm
qualquer valor alegórico, mas são meros elementos de encenação dum ensinamento
central, que se quer veicular. Está fora de dúvida que Jesus dá por sabido que
a atitude do administrador é profundamente imoral, mas quer simplesmente que
nos fixemos na habilidade e engenho que devemos pôr em chegar ao Reino dos
Céus. O mesmo problema põe-se relativamente à parábola do próximo domingo, a do
rico e do pobre Lázaro.
6 «Cem talhas». A medida de capacidade aqui referida é o
bat, correspondente a 36,4 litros.
7 «Cem medidas». Trata-se da medida chamada Kor que
equivalia a 10 bat.
8 «O senhor elogiou o administrador», não pela sua
desonestidade, mas pela sua esperteza. A Nova Vulgata considera que aqui o
senhor é o proprietário, (como o nosso texto, pois utilizam minúscula), mas há
autores que pensam que é Jesus, um pormenor que em nada altera o ensinamento.
Jesus quer que no que diz respeito ao Reino de Deus recorramos a todos os meios
humanos honestos, mas não aprova os desonestos, pois um fim bom nunca justifica
o recurso a meios maus, segundo o princípio da Ética: «o fim não justifica os
meios» (cf. Rom 2,8); a Ética cristã não é a pragmática.
«Os filhos deste mundo», um hebraísmo (o genitivo de
qualidade) com que se designam os mundanos; os filhos da luz, isto é, os
iluminados pela luz que vem de Deus, por Jesus Cristo (cf. Jo 1,9), isto é, os
cristãos.
9 «Arranjai amigos… eles vos recebam nas moradas eternas».
Usando bem as riquezas, concretamente para ajudar o próximo, conseguir-se-ão
amigos que nos ajudarão a ser recebidos no Céu – «nas moradas eternas». «Amigos»
também podia ser uma forma de designar a Deus, evitando pronunciar o seu nome
inefável. «Com o vil dinheiro», à letra «com a mamona da injustiça»; mamona é
um termo aramaico, que o Evangelista não traduziu para grego, e que significa:
dinheiro, lucro, riquezas. As riquezas dizem-se injustas – «vil dinheiro» –,
porque muitas vezes são adquiridas injustamente, degradando o homem.
10-12 Há um certo paralelismo nestas sentenças do Senhor, o
que deixa ver que aqui «coisas pequenas» (v. 10) são as riquezas, o «vil
dinheiro» (v. 11), o bem alheio (v. 12), que, por maiores que sejam, são
perecíveis e quase nada, em comparação com os bens espirituais e eternos, que
são «o verdadeiro bem» (v. 11) e «o que é vosso» (v. 12), isto é, o que
autenticamente é nosso porque está de acordo com o nosso ser espiritual e nos
acompanhará eternamente.
13 «Nenhum servo pode servir dois senhores». Um escravo ou
criado não tinha horário de trabalho e tinha de estar totalmente dedicado a
servir o seu senhor, sem lhe restar a mínima possibilidade de atender outro
patrão. Deus também exige de nós que todos os nossos pensamentos, palavras e ações
sejam todos e sempre orientados para O amarmos e servirmos. Não temos uma vida
para servir a Deus e outra para cuidar das coisas materiais; de tudo havemos de
fazer um serviço a Deus e ao próximo, por amor a Deus. Os bens e os cuidados
deste mundo tendem a converter-se num fim último, em ídolos, escravizantes
sucedâneos de Deus.
Sugestões para reflexão
a) – Há uma
falsa religião que os profetas nunca cessarão de denunciar: a religião dos que
julgam ter a consciência em dia sem muito esforço, cumprindo ritos e práticas
exteriores de culto. Uma aparência de religiosidade que serve para encobrir a
exploração dos pobres.
– Veem ricos comerciantes, que obedecem ao repouso do
Sábado, no qual era proibido o comércio, pensando em como enganar os pobres e
prejudicar nas mercadorias e nos preços.
– Acolher o anúncio do reino é, para o rico, transformar os
seus bens em meio de amizade e comunhão.
– Jesus convida a vender e a dar o produto aos pobres.
Aqui nos é dito: fazei amigos com a riqueza desonesta.
Amigos, pensemos nas obras de misericórdia corporais: dar de
comer, de beber, de vestir… dar pousada… e estamos na senda da justiça, da
religião certa…
b) – Entre
as primeiras normas que Paulo dá aos seus ouvintes e discípulos, acentua a
necessidade da oração pública.
Deve objetivamente fazer-se por todos, sem margem a
restrições a pensares de exclusividade. Deus é Deus de todos, governantes e
súbditos, doentes e sãos, pobres e ricos.
Jesus é salvador universal, resgatador do mal a preço de
sangue, é o mediador enviado pelo Pai e testemunhado por uma vida entregue
pelos homens do nascimento à morte.
c) – Toda a
decisão que não termina no amor está errada na raiz. No uso dos bens fazem-se
amigos numa realização horizontal entre irmãos.
O dinheiro, símbolo das coisas, é instrumento de divisão e
de luta.
Deve tornar-se:
– instrumento de comunhão entre as pessoas,
– de amizade, de igualdade, e não de guerra ou
discriminação.
– elemento de coesão na produção, distribuição e consumo.
A usura, os egoísmos, o apego e amor demasiado à matéria,
sem ter em conta a caridade, contra o amor a Deus, são muralhas que nos vedam
os caminhos para Deus.
Fonte: presbiteros.com.br
Foto retirada da internet
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