A riqueza para construir a fraternidade - Reflexão 25º Domingo Comum “C”

A riqueza para construir a fraternidade


O mundo está geralmente dividido entre ricos e pobres. A contestação, a luta de classes parece baseada no princípio de que não há possibilidade de acordo senão pela eliminação de uma das partes. O anúncio do reino de Deus, do seu amor que salva, é feito num mundo dividido entre ricos e pobres. E um anúncio que, revolucionando o íntimo do homem, revoluciona também certo tipo de ordem social.

Uma falsa religião oculta a injustiça

Há uma falsa religião que os profetas nunca cessaram de denunciar: a religião dos que julgam ter a consciência em dia sem muito esforço, cumprindo ritos e práticas exteriores de culto. Muitas vezes é uma aparência de religiosidade que serve para encobrir a exploração dos pobres.


Na primeira leitura veem-se ricos comerciantes, que obedecem ao repouso do sábado, no qual era proibido o comércio, pensando em como enganar os pobres e fraudar nas mercadorias ou nos preços. Acolher o anúncio do reino é, para o rico, transformar, de objeto de posse, em meio de amizade e comunhão, os seus bens. Já ouvimos (23º domingo) o convite de Jesus a vender tudo e dar o produto aos pobres. Aqui nos é dito: "Fazei amigos com a riqueza desonesta".

De uma terra dividida...

A amizade que o rico deve construir não é fruto de seu bom coração, mas exigência e dever que lhe advêm daquilo que possui. O que ele dá não deve parecer uma esmola. O pobre, na comunidade cristã, tem direitos a serem satisfeitos. O rico deve considerar-se mais um atento administrador dos bens do que um proprietário.

"Não és acaso um ladrão, afirma são Basílio, tu que te apossas das riquezas cuja gestão recebeste?... Ao faminto pertence o pão que conservas; ao homem nu, o manto que manténs guardado; ao descalço, os sapatos que estão se estragando em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que escondeste. Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a quem poderias dar".

E santo Ambrósio continua: "É justo, pois, que, se reivindicas como teu algo daquilo que foi dado em comum (a terra) ao gênero humano e até a todos os animais, ao menos dês uma parte aos pobres; eles participam do teu direito; não lhes negues o alimento".

O que os Padres da Igreja pregam, referindo-se a casos particulares, agora inclui povos, nações, milhões de pessoas. Nações ou grupos multinacionais controlam toda a riqueza com uma liberdade que não se pode discutir, continuam a fazer da riqueza a fonte de divisões e se aproveitam dessas divisões para seu domínio econômico.

Os capitais são transferidos de um país para outro onde pode haver maior incentivo para o lucro. Milhões de trabalhadores rurais não têm direito nem possibilidade de habitar em terras que, no entanto, são suas, enquanto grandes proprietários têm incultas suas terras, visando mais à exploração ou maior fonte de lucro.

...a uma terra de amizade

Ambos os apelos só podem ser compreendidos e acolhidos pelo homem novo, renascido de Deus, que descobre o verdadeiro valor das coisas. Sem a conversão do coração, as riquezas nas mãos do homem se tomam riquezas de iniquidade, tanto no ato de possuir como no de dar. A doação feita para tranquilizar a consciência e não por amizade não é verdadeira doação.

Toda decisão que não termina no amor está errada na raiz. Fazer amigos significa procurar, no uso dos bens, uma realização horizontal, entre irmãos, e não vertical, de alto para baixo. "O dinheiro, símbolo das coisas, é instrumento de divisão e de luta; deve tornar-se instrumento de comunhão entre as pessoas, de amizade, de igualdade, e não veículo de guerra e discriminação. Isto exige comunidade na produção, na distribuição, no consumo.

Ora, a pobreza dos que têm bens, e não podem nem devem despojar-se deles, consiste em usá-los para criar amizade e comunicar-se com os homens. Este "fazei amigos" deve ser repensado em cada época e continuamente renovado no conteúdo"  (A. Paoli).

·         Primeira Leitura: Profecia de Amós 8,4-7
·         Salmo: 112, 1-2.4-6.7-8 (R. cf. 1a.7b)
·         Segunda Leitura: 1ª Carta de São Paulo a Timóteo 2,1-8
·         Evangelho: de Jesus Cristo segundo Lucas 16,1-13

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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