A riqueza que aliena dos bens do Reino - Reflexão 26º Domingo Comum “C”

A riqueza que aliena dos bens do Reino


Pobreza e riqueza são tão antigas como o mundo. Mas sempre constituíram problemas. As interpretações e soluções são várias. Há os que ligam pobreza e riqueza à "sorte" e ao acaso. Os que veem na pobreza o sinal da incapacidade e da desordem moral, e na riqueza o sinal e o prêmio da inteligência e da virtude. Para outros, é precisamente o contrário: os honestos não enriquecem, porque para enriquecer é preciso ser um tanto inescrupuloso. Riqueza coincide com exploração do homem pelo homem; o rico é ladrão, pronto para tudo a fim de defender seus privilégios.


Felizes os pobres, ai dos ricos

Na Bíblia também encontramos dupla "leitura" da pobreza e da riqueza. Por um lado, a  pobreza é escândalo, um  mal  a ser  eliminado, um mal que é como que a  cristalização  do pecado, enquanto há na riqueza o sinal da bênção de Deus. O amigo de Deus é o homem dotado de todos os bens. O pobre é aquele no qual se manifesta a desordem do mundo.

Mas há também toda uma linha profética que termina no "ai de vós, os ricos!" de Jesus e que vê na riqueza o perigo mais grave de autossuficiência e de afastamento de Deus e insensibilidade para com o próximo. E em contraposição ao "ai de vós, os ricos!" hão "felizes os pobres": a pobreza se toma uma espécie de zona privilegiada para a experiência religiosa. O pobre é o amado de Javé; a ele é anunciado o Reino. O pobre é o primeiro destinatário da Boa-nova. A pobreza não é mais desgraça ou escândalo, mas bem-aventurança. A bem-aventurança do pobre será plenamente revelada depois da morte, com uma inversão da situação (evangelho).

A parábola do rico e do pobre Lázaro será considerada então como a aceitação fatalista de uma desordem constituída, na qual os ricos se tornam sempre mais ricos e os pobres mais pobres, e em que o rico oprime o pobre? Como consolação alienante para os pobres deste mundo? A religião será o ópio que entorpece e mantém inquietos os pobres? Não é evangélico esse modo de ler a parábola; é uma caricatura do evangelho. O evangelho é denúncia profética de qualquer ordem injusta, e é revelação das causas profundas da injustiça. O pobre pode ser também rico em potencial, e lutar não pela justiça, mas para tomar o lugar dos patrões. O evangelho é apelo à conversão radical para todos, pobres e ricos, conversão a ser feita imediatamente.

...e força de transformação do mundo

A parábola mostra como a perspectiva do futuro tem influência sobre o hoje e como a relação do homem com o homem incide na sua vida definitiva na presença de Deus. O evangelho é uma força dinâmica de transformação "contínua". A aventura do amor, inaugurada por Cristo e prosseguida depois dele, convidando o homem a consentir ativamente na lei da liberdade, causou, de fato, mudança progressiva nas relações dos homens... Não é, porém, um manifesto revolucionário nem um programa de reforma  em matéria social. É algo maior e mais essencial. O evangelho não nos ensina nada sobre revolução. Tentar construir uma teologia da revolução a partir do evangelho é iludir-se e não captar o essencial. No plano dos objetivos e dos meios, os cristãos e os não-cristãos devem apelar para os recursos da razão humana, científica e moral; uns e outros devem procurar as soluções eficazes, ainda que os comportamentos concretos possam divergir. Mas os cristãos, conquistados pela aventura do amor e só  na medida que aceitam vivê-la com Como Cristo e em seu seguimento, estarão mais atentos em fazer com que ela não degenere em novas opressões e novo legalismo.

·         Primeira Leitura: Profecia de Amós 6,1a.4-7
·         Salmo: 145,7.8-9a.9bc-10 (R.1)
·         Segunda Leitura: 1ª Carta de São Paulo a Timóteo 6,11-16
·         Evangelho: de Jesus Cristo segundo Lucas 16,19-31

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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