Como reza o discípulo de Jesus - Reflexão 17º Domingo Comum “C”

Como reza o discípulo de Jesus

Em sua definição mais universal e partilhada por todas as religiões, a oração é diálogo com Deus. Mas, pôr-se em diálogo com Deus pode ser um risco para o homem.

Na oração, o homem pode desfigurar-se a si mesmo e a Deus. Pode reduzir Deus a um bem de consumo, a uma solução fácil para suas próprias insuficiências e sua preguiça. E pode reduzir-se a si mesmo a um ser que lança sobre outro suas responsabilidades.


Só a fé garante a veracidade da oração

Em Israel, que vive num regime de fé, não está em perigo a veracidade da relação do homem com Deus, a veracidade da oração.

Um homem vivo, um homem verdadeiro, encontra o Deus vivo e verdadeiro. Uma liberdade está diante da Liberdade, o pó diante da Rocha. "Eis que ouso falar ao meu Senhor, eu que sou pó e cinza" (1ª leitura).

Em Israel, a oração está essencialmente ligada à fé. Uma resposta livre ao Deus que se revela e fala, uma ação de graças pelos grandes acontecimentos que Deus realiza para o seu povo. A oração é, pois, antes resposta do que pedido.

Os salmos são o maior testemunho da oração de Israel, em que o homem permanece ele mesmo e Deus permanece Deus, em autêntico diálogo de amor, diálogo não sentimental ou subjetivo, mas em que entra a vida, a história.

Moisés é a figura daquele que reza, o orante por excelência, e éo homem da libertação de um povo, uma figura histórica; a ação, a política são a constante da sua existência. Até a sua oração mais contemplativa, a que faz antes de ver a glória de Deus, é uma oração encarnada, em que a expectativa e a esperança de um povo entram com força. Ele leva perante Deus a situação política de um povo, não como observador, mas como realizador.

Jesus leva à plenitude a oração de Israel. Reza, utiliza as formas tradicionais do seu povo e cria livremente outras. Mas Jesus não só reza; ele é a oração; na sua pessoa se dão diálogo do homem com Deus, na mais absoluta verdade dos dois termos.

O ápice desta oração é a morte de Jesus que, vista sob o aspecto meramente interno da história, representa apenas um acontecimento profano, isto é, a execução de um homem condenado como delinquente político; no entanto, é o único ato litúrgico da história.

Por isso, o culto cristão se concretiza na absoluta doação do amor, que só se podia manifestar naquele em quem o amor mesmo de Deus se fizera amor humano.

O cristão "participa" da oração de Jesus

O cristão, inserido em Jesus pelo batismo como membro do corpo, pode dignamente agradecer ao Pai, e com Cristo pode descobrir que o momento-ápice do culto é, como menos se espera, a morte e tudo o que exprime a fragilidade e a limitação do homem. Associado a Cristo para a edificação do reino, a sua oração de ação de graças pode e deve desenvolver-se em oração de súplica que o torna mais disponível à ação de Deus e lhe permite cumprir sua missão de filho adotivo na realização do desígnio divino.

Na medida que a sua oração de súplica é verdadeiramente a de filho adotivo, o cristão tem a certeza de ser atendido. Mas isso exige um longo aprendizado, um progressivo despojamento de si, a fim de que a oração de suplica se purifique e tenda a identificar-se com a ação de graças: "Pai, faça-se a tua vontade, não a minha".

Oração "verbal" e oração "vivencial"

É dentro da existência que se vive a relação com Deus, na complexa trama das relações com as pessoas. A oração é, pois, um fato vivencial, mais do que verbal. O momento "verbal", porém, é antropologicamente necessário e indispensável. Certamente, as oito horas de trabalho penoso, na fábrica, são, para um operário, amor concreto pela esposa e os filhos; mas e é retirado o momento de diálogo, perde-se uma dimensão essencial da existência humana. O mesmo se dá nas nossas relações com Deus. A oração é "palavra", "conscientização" da relação com Deus, é alimento da relação pessoal com ele; quando não nos falamos mais, lentamente nos ornamos estranhos.

A oração, enquanto palavra é verdadeira ou falsa. Verdadeira, quando exprime a realidade, isto é, a vida; falsa, quando dela se dissocia.


·         Primeira Leitura: Gn 18,20-32
·         Salmo: 137,1-2a.2bc-3.6-7ab.7c.8 (R. 3a)
·         Segunda Leitura: Cl 2,12-14
·         Evangelho: Lc 11,1-13

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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