Primeira Leitura: 1ª Carta de São
Paulo aos Tessalonicenses 4,9-11
Irmãos, não é
preciso escrever-vos a respeito do amor fraterno, pois já aprendestes de Deus
mesmo a amar-vos uns aos outros. É o que já estais fazendo com todos os irmãos,
em toda a Macedônia. Só podemos exortar-vos, irmãos, a progredirdes sempre
mais. Procurai viver, com tranquilidade, dedicando-vos aos vossos afazeres e
trabalhando com as próprias mãos, como recomendamos. - Palavra do Senhor.
Comentário: Paulo explica que a
"santidade" é amor fraterno. Jesus queria exatamente dizer isto
quando convidava seus discípulos a "amarem-se como ele os tinha
amado" (Jo 15,12). O amor nasce de Deus. Uma comunidade que aceita este
ensinamento é uma comunidade que aceita ser "instruída" por Deus.
Essa comunidade sabe que é possível desde já a encarnação das bem-aventuranças.
Reconhece sobretudo que, além daquilo que se diz ou se exprime, há a
possibilidade de dar cunho universal ao humilde diálogo de cada dia. Mas como
realizar essa santidade? Só atingindo o limite de doação aos outros realizado por
Cristo. Isto significa que a comunidade deve trabalhar com todas as forças para
diminuir o mal em si, em torno de si, e fazer crescer o bem e a paz. (Missal
Cotidiano)
Salmo: 97,1. 7-8. 9 (R.
9)
O Senhor
julgará as nações com justiça
Cantai ao Senhor
Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e
santo alcançaram-lhe a vitória. Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o
mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de
alegria, na presença do Senhor; pois ele vem, vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,14-30
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos esta parábola: “Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus
empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois
e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida
viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com
eles, e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou
outros dois. Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na
terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. Depois de muito tempo, o patrão
voltou e foi acertar contas com os empregados. O empregado que havia recebido
cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste
cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O patrão lhe disse: ‘Muito
bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te
confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ Chegou também o que
havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos.
Aqui estão mais dois que lucrei’. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e
fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito
mais. Vem participar da minha alegria!’ Por fim, chegou aquele que havia
recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes
onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso fiquei com medo e
escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. O patrão lhe
respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e
que ceifo onde não semeei? Então devias ter depositado meu dinheiro no banco,
para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. Em seguida, o
patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! Porque a todo
aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até
o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na
escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!’” - Palavra da Salvação.
Comentário: A parábola evangélica alerta
para o senso de responsabilidade que o discípulo deve ter, no trato com as
coisas do Reino. Eis alguns elementos desta responsabilidade: Os dons recebidos
de Deus não podem deixar de produzir frutos. O discípulo tem o dever de
fazê-los frutificar, colocando a serviço do próximo todas as qualidades e
carismas que possui. É irresponsável quem os usa apenas em benefício próprio,
deixando de transformá-los em instrumento de manifestação de seu amor pelos
semelhantes. A responsabilidade não dá margem para a covardia e o medo, frutos
de uma falsa imagem de Deus. Quem identifica Deus com alguém severo "que
ceifa onde não semeou e colhe onde não plantou", tende a bloquear-se e a
reduzir-se à inatividade. Esta deturpação da imagem de Deus não pode servir de
alibi para quem quer justificar sua irresponsabilidade. A responsabilidade
exige do discípulo empenho e criatividade para fazer frutificar os talentos
recebidos de Deus. Não lhe importa se são muitos ou poucos nem quais sejam
estes talentos. Sejam eles quais forem, o discípulo buscará um meio de fazê-los
frutificar. Isto deverá ser uma sua batalha diuturna. Também reconhecerá não
existir outro caminho para a salvação, além do serviço amoroso e gratuito ao
seu próximo. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Beata Ingrid Elofsdotter - 02 de Setembro
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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