Liturgia Diária Comentada 02/07/2017 13º Domingo do Tempo Comum

Solenidade: SÃO PEDRO e SÃO PAULO

Antífona: Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus.

Oração do Dia: Ó Deus, que hoje nos concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes Apóstolos que nos deram as primícias da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! 

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 12,1-11

Naqueles dias, o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos. “Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele. Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão. Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos. O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão. Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!” - Palavra do Senhor.

Comentário: Os Atos dos Apóstolos nos dão uma informação que se tornara uma prática comum do império romano em relação aos cristãos: os discípulos são martirizados, mortos pela espada ou encarcerados, o que agradava aos judeus (v. 3). Pedro, preso pela terceira vez por ordem de Herodes Agripa I, esperava o momento de sua morte, possivelmente após a festa da Páscoa. Era noite. Um anjo do Senhor, isto é, Deus mesmo, vem ao seu encontro. Miraculosamente, as correntes se rompem e as portas se abrem. Pedro, iluminado por uma luz, é convocado a pôr-se de pé, vestir-se e calçar as sandálias. Nesse episódio, destacam-se algumas relações simbólicas. Pedro havia negado Jesus três vezes (Mt 26,69-75) e, outras três, sido interrogado por ele sobre se o amava (Jo 21,14-17); aqui se repete três vezes a informação de sua prisão por anunciar Jesus ressuscitado. O número três nos remete à manifestação de fé judaica do Shemá Israel de Dt 6,4-9: “Escuta, ó Israel, amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, teu ser e tuas posses (cf. Faria, 2001, p. 52). A luz é a presença de Deus, outrora manifestada no Sinai. O anjo é também a presença de Deus, que, tendo salvado seu Filho da morte, fez o mesmo com Pedro. O anjo convida Pedro a assumir a postura de missionário: levantar-se, cingir-se e partir. Portas fechadas serão abertas, apesar dos inúmeros guardas presentes. A comunidade, que se mantinha unida na fé, percebe a ação de Deus que caminha com ela. Pedro é exemplo de fé e de esperança para todos. Depois desses eventos, Lucas e a comunidade de Atos silenciam sobre a vida de Pedro. Os capítulos seguintes tratarão de outro grande apóstolo, Paulo. Assim, os Atos dos Apóstolos narram atos de Pedro e Paulo mais que dos apóstolos, como sugere o título do livro. Fato que também comprova a importância colossal dessas duas personagens primevas do cristianismo. (Frei Jacir de Freitas Faria, ofm, Vida Pastoral nº 278 ©Paulus 2011)

Salmo: 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5)
De todos os temores me livrou o Senhor Deus

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem! Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou. Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

Segunda Leitura: 2ª Carta de São Paulo a Timóteo 4,6-8.17-18

Caríssimo, quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém. - Palavra do Senhor.

Comentário: Essa leitura é uma das páginas de rara beleza literária da Bíblia. Paulo, assim como Pedro, tem consciência de que sua hora está chegando. Sabedor disso, afirma: “Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé” (v. 7). Paulo sabe que, assim como o mestre, que foi abandonado diante dos tribunais (Mt 26,31), ele deveria perdoar a todos (v. 16). E, além disso, testemunhar o Ressuscitado a todos os povos (v. 17b). A imagem simbólica de um Paulo esportista é fenomenal. Paulo, “o pequeno”, foi um lutador na fé. Ele caminha para a morte, para o martírio, sabendo que o mesmo Senhor Jesus, que sempre esteve ao seu lado, o salvará e o levará para a glória do seu reino celestial (vv. 17-18). A coroa de sua vitória olímpica é outra, a da justiça e da imortalidade. Paulo tornou-se um atleta imortal do Ressuscitado, jamais esquecido pelos guerreiros cristãos de ontem e de hoje. Um símbolo que permanece vivo no meio de nós. (Frei Jacir de Freitas Faria, ofm, Vida Pastoral nº 278 ©Paulus 2011)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-19

Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.  Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. - Palavra da Salvação.

Comentário: A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios. Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer. Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer. Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido. Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)

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