Quando o povo não escuta a voz de Deus e vira as costas para
Ele, acaba se distanciando Dele. Baseando-se num trecho do Livro do Profeta
Jeremias, o Papa desenvolveu a sua meditação sobre a escuta da Palavra de Deus.
“Quando não paramos para ouvir a voz do Senhor, nos
distanciamos Dele, viramos as costas para Ele. E quando não ouvimos a voz de
Deus, ouvimos outras vozes.”
Se não ouvimos a Palavra
de Deus, ouvimos os ídolos do mundo
“No final”, constatou amargamente o Pontífice, “fechamos os
ouvidos e nos tornamos surdos à Palavra de Deus”.
“Se hoje todos nós pararmos um pouco e olharmos para o nosso
coração, veremos quantas vezes fechamos os ouvidos e quantas vezes nos tornamos
surdos. Quando um povo, uma comunidade, mas também uma comunidade cristã, uma
paróquia, uma diocese, fecha os ouvidos e se torna surda, não ouve a Palavra de
Deus, procura outras vozes, outros senhores e acaba seguindo os ídolos, os
ídolos que o mundo, a mundanidade, a sociedade lhes oferece. Se distancia do Deus
vivo.”
Quando o coração se
endurece, tornamo-nos católicos ateus
“Quando nos distanciamos do Senhor”, prosseguiu o Papa, “o
nosso coração se endurece”. Quando não ouvimos, o coração se torna mais duro,
mais fechado em si mesmo. Duro e incapaz de receber alguma coisa. Não só
fechamento, mas dureza do coração. Vive então naquele mundo, naquela atmosfera
que não lhe faz bem, que o distancia cada dia mais de Deus”.
“E estas duas coisas – não escutar a Palavra de Deus e ter o
coração endurecido, fechado em si mesmo – fazem perder a fidelidade. Perde-se o
sentido da fidelidade. O Senhor diz na Primeira Leitura: ‘A fidelidade
desapareceu’ e nós nos tornamos católicos infiéis, católicos pagãos ou pior
ainda, católicos ateus, porque não temos uma referência de amor ao Deus vivo.
Não escutar e virar as costas – que nos endurece o coração – que nos conduz ao
caminho da infidelidade”.
“Esta infidelidade, como se traduz esta infidelidade?”,
perguntou o Papa. “Traduz-se com a confusão: não se sabe aonde está Deus, aonde
não está, se confunde Deus com o diabo”. Francisco fez referência ao Evangelho
do dia e observou que “a Jesus, que faz milagres, que faz tanto pela salvação e
as pessoas estão felizes, as pessoas dizem: ‘E o faz isto porque é um filho do
diabo. Faz o poder de Belzebu’”.
Escutamos realmente a
Palavra de Deus?
“Esta – disse o Papa – é a blasfêmia. a blasfêmia é a
palavra final deste percurso, que começa com o não-escutar, que endurece o
coração, que ‘causa confusão’, que faz esquecer a fidelidade... e no fim, vem a
blasfêmia”. Ai daquele povo que se esquece da surpresa do primeiro encontro com
Jesus:
“Hoje, podemos todos nos perguntar: Eu paro para ouvir a
Palavra de Deus, pego a Bíblia, que fala a mim? Meu coração se endureceu? Eu me
afastei do Senhor? Perdi a fidelidade ao Senhor e vivo com os ídolos que a
mundanidade me propõe todos os dias? Perdi a alegria da maravilha do primeiro
encontro com Jesus? Hoje é um dia para ‘escutar’: ‘Escutem hoje a voz do
Senhor’, rezamos antes. ‘Não endureçam seu coração’. Peçamos esta graça. A
graça de escutar, para que nosso coração não se endureça”.
Papa Francisco
Fonte: Rádio
Vaticano
Foto retirada da internet
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