Cristo, luz para nossas trevas - Reflexão 4º Domingo Quaresma “A” - São Mateus

Cristo, luz para nossas trevas

Como a água, também a luz - com seu oposto, a escuridão - é um dos símbolos fundamentais da existência humana e da reflexão religiosa. No relato do Gênesis, Deus, pela criação da luz e sua separação das trevas, põe ordem e distinção no caos primitivo, e o torna um cosmos cognoscível e depois habitável.

Na plenitude dos tempos, a Palavra de Deus veio habitar no meio de nós. Vida e luz de todo ser vivo, ela ilumina com nova luz aquele que crê na Palavra feita homem, na mensagem tornada pessoa viva, concreta e histórica, no Filho do Deus invisível que dá a conhecer o Pai. Esses são os grandes temas desenvolvidos por João desde o prólogo do seu evangelho, e ilustrados através de uma série de "sinais", diante dos quais só há uma alternativa: responder sim ou não, sem atenuantes. 

A luz do nosso batismo

Acolher a luz significa crer naquele que o Pai  enviou,  reconhecer  que suas obras vêm de Deus, entrar na vida nova mediante os sinais sacramentais e assim, pela fé, as obras e os ritos, participar da sua ressurreição, vitória da luz sobre as trevas, do bem sobre o mal, da vida sobre a morte.

No batismo, de que a água da fonte de Siloé é figura, recebemos a luz que nos faz filhos de Deus, e somos "iluminados". "Quando um homem nasce para a vida nova é imediatamente libertado das trevas e a partir desse momento recebe a luz. É o mesmo que acontece quando de repente acordamos; ou melhor, é o que sucede com quem quer retirar a catarata dos próprios olhos: não deverá buscar fora a luz que não tem, mas terá que libertar a pupila, afastando aquilo que impede a visão. Do mesmo modo, também nós, como batismo, somos purificados dos pecados, que como uma nuvem velavam o Espírito divino, e assim o olho do espírito se torna transparente e luminoso e nos faz contemplar as coisas divinas: o Espírito Santo desce, então, do alto sobre nós" (Clemente de Alexandria). A escolha da luz tem também um valor profético e escatológico: o juízo já está presente, mas será explícito e definitivo quando resplandecer a glória do Ressuscitado; quem crê já está salvo desde agora; quem não crê - porque não quer ver - permanece em seu pecado.

"Comportai-vos como filhos da luz"

A situação dos cristãos no tempo presente recebe luz desta página do evangelho e da exortação paulina, que é um comentário e uma aplicação do mesmo. Batizados no Cristo Jesus, passamos das trevas para a luz. Vemos o sentido da nossa vida e do destino do mundo à luz de Cristo, somos chamados a crescer numa perfeita comunhão de vida com Deus, a escolher e a viver - como Cristo - a vontade do Pai. Não podemos agir como os que não sabem; não podemos esconder-nos da luz que nos foi dada, sem assim nos comprometermos com um destino de trevas eternas; não podemos recusar professar nossa fé e agir "com toda bondade, justiça e verdade" (2ª leitura). O testemunho da luz é a resposta consciente, livre e cheia de amor aquele que iluminou nossos olhos com a luz sem ocaso.

Os olhos do homem se tornam mais opacos

Estamos assistindo hoje a um fenômeno estranho; enquanto os olhos da ciência se tornam mais luminosos, tornam-se mais opacos os olhos do homem.

Nossos objetivos científicos, econômicos, políticos são mais distintos e precisos: atravessamos barreiras jamais violadas pelo olho do homem em todos os campos do saber positivo; nossos conhecimentos crescem em ritmo vertiginoso; existem cérebros eletrônicos para imaginá-los e impe­dir que nos percamos num labirinto tão vasto e complexo.

Mas o homem se torna cada vez menos claro, cada vez mais indecifrável a si mesmo. "O homem é um cigano perdido num universo enregelado que lhe é totalmente indiferente" (Monod, prêmio Nobel de medicina). Parece que o mistério do homem se fecha num horizonte de trevas, sem que um raio de luz possa filtrar-se entre as redes do mistério.

Só Cristo consegue lançar luz sobre essas trevas.

O batismo - que é "iluminação"- significa abrir os nossos olhos para Deus e o seu mistério, para o mistério do homem, para o sentido da vi­da, do sofrimento e da morte, do nosso destino individual e coletivo, para o sentido da história.

Renunciar a Cristo significa recair nas trevas mais obscuras.

·        Primeira Leitura: Primeiro Livro de Samuel 16,1b.6-7.10-13a
·        Salmo: 22,1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
·         Segunda Leitura: Carta de São Paulo aos Efésios 5,8-14
·         Evangelho: de Jesus Cristo segundo João 9,1-41

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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