Roteiro Homilético 3º Domingo do Tempo Comum - Ano “A” Mateus

Introdução ao espírito da Celebração

Todas as semanas se iniciam com o Domingo. E, se este é o Dia do Senhor, queremos encontrar-nos com Ele na Santa Missa. Deus deseja ouvir-nos. Nós vamos escutá-lO. Deste diálogo amoroso surge um sentido novo para a nossa vida. Oração coleta: Deus todo-poderoso e eterno, dirigi a nossa vida segundo a vossa vontade, para que mereçamos produzir abundantes frutos de boas obras, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

Primeira Leitura

Livro do Profeta Isaías 8,23b-9,3

Agradeçamos ao Senhor Jesus por ter vindo ao mundo para nos salvar. As trevas desapareceram com a Sua Luz.

8,23b Na Galileia estavam estabelecidas as tribos de Zabulão e de Neftali. Assim como foram estas as primeiras a sofrer as invasões assírias e a ser vítimas dos horrores da guerra e da deportação, também vão ser as primeiras a verem «uma grande luz», terra privilegiada para o começo da pregação de Jesus. Assim é interpretada esta passagem no Evangelho de hoje (Mt 4,12-16).

9,3 «Como no dia de Madiã». Alusão à estrondosa vitória alcançada por Gedeão apenas com 300 homens sobre os numerosos exércitos madianitas (cf. Jz 7).

Segunda Leitura

Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 1,10-13.17

São Paulo apelou, há dois mil anos, à união dos cristãos. Ao longo dos séculos vieram as divisões e a separação. Procuremos merecer o dom da unidade.

A primeira parte desta Carta (1Cor 1-6) vai dirigida a corrigir certas desordens na comunidade, a primeira das quais eram certas divisões: grupinhos ou capelinhas.

10 «Falar todos a mesma linguagem», aqui, é ter uma grande unidade de doutrina e de corações: unidade de pensar e de sentir (v. 11).

11 «Cloé». Mulher cristã, cuja família, talvez por motivo de negócios, se deslocava frequentemente de Corinto a Éfeso, onde Paulo se encontrava neste momento.

12 As «divisões» e contendas não correspondem a cismas ou heresias, mas a grupos ou capelinhas que tomavam, uns um partido, outros outro, baseados no prestígio dos excepcionais pregadores que ali passaram (Paulo e Apolo), ou numa autoridade especial (Pedro), ou baseados outros ainda talvez numa ligação direta e carismática a Cristo, sem a mediação de qualquer autoridade apostólica. (Note-se que a expressão «eu sou de Cristo» também podia ser uma exclamação, um aparte de S. Paulo).

13 Paulo, sem ceder nada no que se refere à sua autoridade apostólica na comunidade de que ele tem a responsabilidade da direção, por ser o fundador dela, não tolera que haja um grupo que invoque o seu nome, fundando-se num mero prestigio ou ascendente pessoal seu; o que ele quer é «que só Cristo brilhe», e com uma primazia absoluta!

17 «Cristo não me enviou para batizar…». A Bíblia de Vacari traduz, explicitando o sentido: «Cristo não me deu tanto a missão de batizar, quanto a de pregar…»Com efeito, como Apóstolo, ele tinha a missão de batizar (Mt 28,19), mas a maior eficácia da sua atuação levava-o a não perder tempo com o que os seus colaboradores podiam fazer perfeitamente, seguindo nisto o exemplo de Jesus e de Pedro (Jo 4,2; Act 10,48).

Evangelho

Segundo Mateus 4,12-23

A Liturgia, depois de no Domingo passado, com as palavras do Baptista, nos ter feito a solene apresentação de Jesus que nos vai falar ao longo do ano no Evangelho, faz-nos hoje a sua apresentação com as palavras do Evangelista do ano A, Mateus, o qual situa Jesus a pregar só depois da prisão do Baptista e após ter deixado de vez Nazaré, pois ninguém é profeta na sua terra (cf. Mt 13,53-58). Diz que Jesus «foi habitar em Cafarnaum», «a sua cidade» (cf. Mt 9,1), a base da sua atividade, junto ao lago de Genesaré, atravessada pela via maris, a estrada do Mar (v. 15) que ligava Damasco ao Mediterrâneo, um centro comercial importante, de que hoje só restam as ruínas, a uns 3 km a Sudoeste da entrada do Jordão no lago e a 36 km de Nazaré. Mas o Evangelista não vê nesta deslocação de Jesus uma simples estratégia, ele vê o cumprimento duma profecia (Is 8,23) que acredita Jesus como o Messias. O texto citado tem um enorme alcance: trata-se de apresentar a pregação de Jesus como a grande luz que nas trevas brilha para todo o povo.

15 «Galileia (em hebraico gelil significa região) dos gentios». Sobretudo a partir das invasões assírias do séc. VIII a. C. e das deportações levadas a cabo, foram trazidos para aqui muitos colonos estrangeiros, gentios, daqui este nome «região dos gentios» (em virtude da sua população mista), que depois passou a chamar-se simplesmente «Galileia».

17 O «Reino dos Céus»: como aqui (e quase sempre), S. Mateus diz «dos Céus (a tradução litúrgica não corresponde ao original grego), em vez de «de Deus» (cf. Mc 1,15), (evitando assim nome de Deus inefável). A expressão tem o sentido de «o domínio de Deus» sobre todos os homens (o reinado de Deus), um tema já frequente na pregação profética. Há uma grande diferença de sentido relativamente às ideias correntes na época, em que o reinado de Deus tinha uma conotação teocrática: Deus era o Rei de Israel não apenas no campo espiritual, mas também temporal e Ele haveria de vir submeter a este domínio político todos os povos da terra. O Reino de Deus que Jesus prega é um reino espiritual, de amor e santidade, onde se entra pelo arrependimento dos pecados, pois é um domínio de Deus nas almas; daí a mensagem fulcral do Evangelho: «arrependei-vos».

18-22 Jesus não se limita a anunciar, como João Baptista, que «o reino de Deus está próximo», mas começa já a sua instauração com palavras e obras (cf. v. 23). E estes versículos falam de um primeiro passo, a escolha dos primeiros discípulos, que hão de integrar o grupo dos Doze, sobre que Jesus fundará a sua Igreja. Segundo Jo 1,35-52, estes quatro já conheciam Jesus, mas agora trata-se duma chamada para serem seus discípulos. É maravilhosa a sua disponibilidade e generosidade que os leva a deixar tudo logo (euthéôs), sem mais considerações, «o barco», «as redes», «o pai». Jesus continua a chamar em todos os tempos os homens ao apostolado e é preciso responder com igual prontidão e entrega.

Sugestões para a reflexão

1. Olhemos o nosso mundo

Ao longo dos séculos houve homens que se esforçaram por construir um mundo novo sem guerras, sem ódios, sem vinganças, sem crimes, sem atentados para que todos pudessem viver felizes e em paz.

Olhando para o passado, que vemos nós?…Será que alguma vez o mal desapareceu e ficou só o bem?…

Estamos já no terceiro milénio, a viver o século XXI. Como vai o nosso mundo?

As crianças que não chegam a nascer, vítimas do aborto provocado, não nos atormentam com os seus gemidos de dor?

Os doentes e idosos que morrem, vítimas da eutanásia, deixam-nos dormir sossegados?

Os jovens, explorados pela droga e pelo hedonismo que perecem vítimas da sida, não mereceriam viver na esperança dum futuro melhor?

Os pobres que passam fome não interpelam os donos do mundo que vivem luxuosamente nos seus palácios?

As famílias, desfeitas pela infidelidade, deixam indiferentes os lares onde se vive o amor?

As nações destruídas pela guerra, com os feridos e os mortos, não exigiriam de todos nós a luta pela causa da Paz?

2. Seduzidos pela Luz de Cristo

Nós, cristãos, devíamos refletir no mundo a Luz de Cristo ( primeira leitura, salmo responsorial e evangelho). E então tudo seria diferente. As trevas do pecado desapareceriam para termos o mundo iluminado pela Palavra de Deus.

Porque esperamos? O Senhor confiou a cada um de nós uma missão. E tem de ser cumprida enquanto usufruirmos o dom da vida.

Unidos seremos mais fortes. As palavras de São Paulo continuam atuais: «Rogo-vos pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós…» (segunda leitura).

A Igreja Católica é Una. Não enveredemos por caminhos que levam a cismas. Estejamos atentos aos ensinamentos do Papa. Bispos, sacerdotes e leigos responsáveis procuremos ser fermento na nossa sociedade.

3. Somos chamados ao apostolado

Se tantas pessoas lutam incansavelmente pelos seus ideais, nós que estamos na Verdade, não nos calemos! Levantemos a nossa voz!

A vida humana, desde a concepção até à morte natural, será respeitada. A angústia, a ansiedade e o sofrimento desaparecerão da vida das pessoas. No seu rosto voltará a ver-se a serenidade, a alegria e o sorriso.

Será tudo isto um sonho?…Sim, se não houver conversão. Mas será uma bela realidade se acreditarmos na força invencível da nossa Fé.

Não ignoremos as tentações do demónio. Confiemos na intercessão dos anjos e santos. Maria, Mãe de Jesus e nossa terna Mãe, estará sempre conosco. Caminhemos com muita confiança. A vida só assim terá sentido. Depois… será a passagem para a Felicidade Eterna.

Fonte: presbiteros.com.br
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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