Roteiro Homilético 3º Domingo do Advento Ano “A” São Mateus

Primeira Leitura

Livro do Profeta Isaías 35,1-6a.10

O Profeta Isaías refere-nos, num texto muito belo, a alegria dos tempos messiânicos: com a vinda de Jesus, tudo exulta com brados de alegria.

Este texto não se limita a descrever poeticamente a alegria e felicidade dos judeus retornados do exílio, uma alegria a que a própria natureza se associa (vv. 1-2). A passagem tem um colorido messiânico e escatológico: os vv. 5-6 cumprem-se à letra com a vinda de Cristo (cf. Evangelho de hoje, Mt 11,5); «o prazer e o contentamento» perpétuos e sem mistura de «dor e gemidos» (v. 10) tiveram o seu começo com Jesus Cristo, mas mais num sentido espiritual; a sua consumação e plenitude está reservada para o fim dos tempos, na escatologia (cf. Apoc 7,16-17; 21,2-4). 

Segunda Leitura

Carta de São Tiago 5,7-10

Nesta leitura o Apóstolo São Tiago dá-nos o exemplo do agricultor, que espera pacientemente o precioso fruto da terra. Sejamos pacientes. O nosso Deus não falha no cumprimento das suas promessas.

Os temas da leitura são a paciência e a vinda do Senhor. A paciência, virtude eminentemente cristã em que a carta insiste (cf. 1,2-4.12), não significa uma passividade em face das injustiças, mas perseverança na fidelidade ao Senhor, na certeza de que Ele virá como Juiz remunerador; não é uma indiferença estoica perante a dor, a contrariedade e a opressão, mas é sofrer com Cristo, unindo os sofrimentos próprios à sua Paixão redentora.

7 «Como o agricultor espera pacientemente…»: temos aqui uma bela comparação tirada da vida agrícola; com efeito, na Palestina, onde chove muito pouco, todo o agricultor anseia pelas chuvas que costumam vir sobretudo em duas épocas (cf. Jr 5,24) as chuvas temporãs (Outubro-Novembro: as chamadas yoreh ou moreh), que preparam a terra para as sementeiras, e as tardias (Março-Abril: em hebraico malqox), que garantem uma boa colheita.

9 «Eis que o Juiz está à porta»: o Senhor cuja «vinda está próxima» (v. 8), é como se estivesse já em frente da nossa porta, pronto a bater e a entrar. Esta vinda do Justo Juiz no final dos tempos, antecipa-se para cada um à hora da morte. Essa vinda será terrível para os que confiaram em si mesmos e nas suas riquezas, tantas vezes iniquamente adquiridas (cf. Tg 5,1-6), mas será libertadora para os bons cristãos. Talvez haja aqui uma referência à eminente destruição de Jerusalém, com a vinda do Juiz divino (cf. Mc 13,29) que libertará os cristãos palestinos da opressão de maus senhores judeus.

Evangelho

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,2-11

No Evangelho de hoje, que vamos aclamar e escutar de pé, S. João Baptista é elogiado por Cristo como o maior entre os filhos de mulher. Ele veio como precursor, para preparar os caminhos do Senhor.

A pergunta que faz João, agrilhoado nas masmorras da fortaleza de Maqueronte situado nos rochedos da margem oriental do Mar Morto, parece ser uma pergunta destinada a encaminhar para Jesus alguns discípulos mais apegados ao Baptista e que ainda não aceitavam Jesus como Messias. É pois uma pergunta pedagógica. Dificilmente se pode entender como uma dúvida de fé do próprio Baptista, em face do que se conta em Mt 3,16 e João 1,29-34.

5 A resposta de Jesus apoia-se especialmente no cumprimento das profecias de Isaías (Is 35,5, cf. 1ª leitura de hoje, e 60,1).

6 Jesus torna-se um empecilho, «um motivo de escândalo», um tropeço, para aqueles que se aferravam à ideia de um Messias glorioso, um rei terreno poderoso. A imagem que Jesus deixa de Si nos que O veem é a da humildade despretensiosa: Jesus oculta o que é na realidade.

11 Esta superioridade e inferioridade não se refere à santidade pessoal, mas à dignidade: João tem um ministério superior ao dos próprios profetas, pois lhe cabe apresentar direta e pessoalmente a Cristo; mas, uma vez que a Nova Lei é de uma ordem superior, nela o último em dignidade supera o mais digno da Lei Antiga. E João, enquanto preparador e anunciador da vinda do Messias, pertence à Antiga Lei.

Sugestões para reflexões

1. A virtude da esperança.

Somos conscientes de que temos paixões e debilidades; o nosso coração perturba-se tantas vezes, a dor e os gemidos, as preocupações e os desânimos fazem-nos esmorecer e a nossa esperança como que se esvai. Precisamos de ouvir palavras de ânimo e de coragem como as que hoje nos transmite a Palavra de Deus: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus…Ele próprio vem salvar-nos» (1ª leitura); «Esperai com paciência a vinda do Senhor» (2ª leitura).

Jesus, ao longo da sua vida pública, aviva e revigora continuamente a esperança dos seus discípulos.

A nossa esperança de ser santos e de ser eficazes nutre-se da Palavra de Deus, que queremos meditar e levar à prática.

S. Paulo, na carta aos Romanos, recomenda-nos vivamente: «O Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e paz na vossa fé, a fim de que superabunde em vós a esperança, pela virtude do Espírito Santo» (15,13).

Cristo é a nossa esperança. «Nada nos poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Nosso Senhor» (Rom. 8,38 ss.)

2. A alegria cristã.

A alegria cristã é fruto da esperança, da fé e da caridade. Deus quer-nos contentes. S. Paulo, nas suas cartas, não se cansa de repetir-nos: «Alegrai-vos, sempre, no Senhor. Repito: alegrai-vos» (Cânt. de entrada).

A proximidade do Senhor, saber que Ele está perto, que está a chegar Aquele que nos ama, Aquele a quem amamos, não pode deixar de inundar-nos com uma grande alegria. A segurança do amor divino, a sua presença no meio de nós não pode deixar de despertar em nós uma enorme confiança, um gozo e uma enorme satisfação.

«Se Deus está por nós, quem contra nós?» (1 Cor 8,31).

A alegria é um dos meios que Deus nos dá para fazer o bem.

«Um filho de Deus, um cristão que vive de fé, pode sofrer e chorar, pode estar cansado e esgotado, pode ter motivos para ter dor: para estar triste, nunca» (S. Josemaria).

Levantemos os olhos para Maria. Ela é «causa da nossa alegria»- não só pelo seu exemplo, mas porque por Ela nos veio Cristo, o Príncipe da Paz, a Fonte da alegria e da felicidade para todos os homens. Ele é verdadeiramente a «Boa Nova para um mundo novo» (lema do Ano Pastoral). Assim cantaram os Anjos na Noite de Natal.

3. O testemunho cristão.

Somos cristãos e levamos no coração a fé e o amor de Deus como o maior tesouro que nos podia ser entregue pela graça do nosso Baptismo. Este tesouro não nos foi dado só para nosso benefício. Quando a amizade é verdadeira, surge a abertura e a confidência: nada é alheio aos verdadeiros amigos e vem a partilha, a comunicação, a interajuda. A amizade faz-se apostólica, transforma-se em alegria e a alegria torna-se contagiosa. Os cristãos temos conosco o segredo da verdadeira alegria.

Levados pelo Espírito Santo, os cristãos dos primeiros tempos e os cristãos de todas as épocas, também os dos tempos atuais, procuram levar por toda aparte o fogo do amor de Cristo que levam no coração (Filip 4,22; 2Tim 4,19 ss). Os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de S. Paulo, de S. Pedro, de S. João trazem-nos exemplos maravilhosos da intensa atividade apostólica desse nossos irmãos dos primeiros tempos. O «fogo» do amor de Deus tem sido sempre em todas as épocas um «fogo devorador» (DT 4,24).

Nas nossas mãos, ainda que sejamos pouca coisa, o Senhor depositou este tesouro incalculável que é a nossa fé e a nossa esperança e a nossa caridade, para que as transmitamos às novas gerações; entregou-nos estes talentos para que os negociemos, para que os façamos frutificar.

Que Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos, Causa da nossa alegria, nos consiga de Deus uma maior vibração apostólica, para darmos testemunho de Jesus Cristo e da sua Boa Nova de Salvação.

Fonte: presbiteros.com.br
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