Prefácio do Natal - Ofício solene próprio - Glória e
Creio
Cor: Branco - Ano “A” Mateus
Antífona: Isaias
9,6 Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus
ombros. Ele será chamado “Mensageiro do Conselho de Deus”.
Oração do Dia: Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser humano e mais
admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade
de vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Profeta
Isaías 52,7-10
Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem
anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião:
“Reina teu Deus!” Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão
exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a
Sião. Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor
consolou seu povo e resgatou Jerusalém. O Senhor desnudou seu santo braço aos
olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que
vem do nosso Deus. - Palavra do Senhor.
Comentário: O profeta elogia a atividade
de alguém que traz uma mensagem de salvação, o mensageiro vem correndo e
gritando enquanto atravessa os picos das montanhas: “teu Deus reina!”. As
sentinelas que estão de guarda nas muralhas de Jerusalém começam a vislumbrar o
mensageiro. Ele se antecipa à caravana dos exilados que voltam à terra natal.
Metaforicamente Deus é descrito como um rei vencedor com seu exército voltando
da guerra para a terra da promessa. O grito do mensageiro alerta para o fato de
que Deus saiu vitorioso. As sentinelas em uníssono repetem o grito do
mensageiro e exortam às ruínas da cidade para unirem-se ao coro com gritos de
júbilo porque o Senhor resgatou o seu povo que estava sob o poder do dominador
estrangeiro. Aos poucos, a notícia da restauração de Sião (Jerusalém) vai se
espalhando pelo reino inteiro e por todas as nações. (Aíla Luzia Pinheiro
Andrade)
Salmo: 97(98),1.2-3ab.3cd-4.5-6
Os confins
do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor
Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e
santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez
conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel/
pela casa de Israel.
Os confins do
universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra
inteira, alegrai-vos e exultai!
Cantai salmos ao
Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as
trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!
Segunda Leitura: Carta aos Hebreus
1,1-6
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos
pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio
do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também
ele criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu
ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a
purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas
alturas. Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou
supera o nome deles. De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o
meu Filho, eu hoje te gerei?” Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será
para mim um Filho?” Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz:
“Todos os anjos devem adorá-lo!”. - Palavra do Senhor.
Comentário: Fundamental para a Carta aos
Hebreus é o fato de que Deus se revelou constantemente ao longo da história,
dando-se a conhecer, para que o ser humano o amasse. Mas agora, por meio de seu
Filho, Deus fez sua revelação final, definitiva e superior a tudo que foi
revelado anteriormente. Os primeiros versículos mencionam alguns contrastes
entre o que foi revelado no passado e o que está sendo mostrado agora através
do Filho. Primeiramente, aquelas revelações eram parciais, “em muitos
fragmentos”, literalmente falando. A revelação efetivada pelo Filho é completa.
Também há uma oposição entre o outrora e o hoje, ou seja, aquilo que é revelado
pelo Filho será sempre atual, nunca estará ultrapassado, jamais dará lugar a
nenhuma outra revelação, porque não há um mensageiro superior ao Filho, o qual
é a “expressão do ser” do Pai. Com essa afirmação, Hebreus enfatiza a
correspondência exata entre a natureza do Filho e do Pai, porque o termo grego
ali empregado significa algo semelhante a um carimbo que deixa impresso no
papel a figura que traz em alto relevo. As revelações nos tempos antigos vieram
de muitas maneiras, a atual veio de um único modo, por meio de Jesus Cristo.
Aquelas foram muitas, a última é única. Com o vocábulo “profetas” o autor de
Hebreus se refere a todas as pessoas da antiga aliança que transmitiram às
gerações seguintes a fé de Israel. Nenhuma dessas pessoas realizou a obra de
Jesus Cristo, a saber, possibilitar nosso acesso à presença de Deus. Ao
oferecer sua própria vida a Deus, Jesus realizou a purificação dos pecados de
toda a humanidade, tornando possível nossa aproximação ao trono da graça. A
inclusão da obra de redenção na descrição de Cristo como agente de Deus na
criação e na revelação definitiva indica a unidade básica entre esses dois
eventos. Aquele que estava presente na criação é o mesmo a nos purificar dos
pecados no momento da ascensão, quando penetra o santo dos santos no céu. (Aíla
Luzia Pinheiro Andrade)
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1,1-18
No princípio era a Palavra, e a
Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava ela com
Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela
estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as
trevas não conseguiram dominá-la. Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome
era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos
chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mais veio para dar testemunho
da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser
humano.
A Palavra estava no mundo - e o
mundo foi feito por meio dela - mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o
que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos que a receberam, deu-lhes
capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu
nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade
do varão, mas de Deus mesmo. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E
nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito,
cheio de graça e de verdade.
Dele, João dá testemunho,
clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à
minha frente, porque ele existia antes de mim”. De sua plenitude todos nós
recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça
e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo.
A Deus ninguém jamais viu. Mas o
Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. - Palavra da Salvação.
Comentários:
João
está descrevendo um novo começo. Se o livro do Gênesis registra a primeira
criação, este primeiro versículo do Evangelho de João descreve a nova criação.
Em ambas as ocasiões, o agente da obra criadora é o mesmo Verbo (ou Palavra) de
Deus. “Palavra” e “luz” são duas formas de falar da mesma realidade, a saber,
que Deus entrou na história humana para reconduzi-la à plenitude. A Palavra (ou
o Verbo) se fez carne (v. 14). Na mentalidade hebraica a palavra é o meio
através do qual alguém se revela ou expressa seus pensamentos e vontade. No
Antigo Testamento o termo “carne” certamente não tem conotação pejorativa, não
é a antítese de Deus; porém, representa tudo o que é transitório, mortal e
imperfeito e, à primeira vista, incompatível com Deus (cf. Is 40,6-8). Dessa forma,
a Palavra de Deus se opõe à carne. Conforme o evangelista João, a melhor forma
pela qual Deus se expressou foi na existência humana de Jesus. Nele, o que Deus
é e o que ele espera da humanidade foram revelados. Jesus é o Verbo, o ser de Deus
narrado em uma vida humana. Em vez de uma força impessoal, ou um princípio
abstrato e distante da situação humana, João utiliza o termo “Verbo” em um
sentido muito pessoal, de um Deus que ama, se compadece e se identifica com os
seres humanos, tomando sobre si sua natureza, e sofrendo uma morte vergonhosa
com o fim de prover um meio para a reconciliação do homem com seu Criador. A
luz veio ao mundo (v. 9). O Antigo Testamento se refere a Deus como a fonte da
luz e da vida em várias passagens. O salmista indica que Deus é a fonte da vida
e da luz (Sl 36,9). João, seguindo o conceito do salmista, afirma que o Verbo é
a vida e a luz dos homens. O termo “mundo” nesse texto significa o mundo dos
homens e seus assuntos, o qual, concretamente, está submetido ao pecado e às
trevas. A função da luz é basicamente combater ou vencer a obscuridade.
“Trevas” é um termo metafórico que, no quarto evangelho se refere a tudo o que
se opõe à mensagem de Jesus, é a obscuridade moral e espiritual. Por isso, o
tema da primeira parte do quarto evangelho é a fé e seu contrário, a
incredulidade (como resultado da influência das trevas). A totalidade da missão
de Jesus foi uma espécie de conflito entre a luz e as trevas, culminando no
Getsêmani e na cruz. Por isso, o verbo “vencer” cabe bem neste contexto. A luz
brilha nas trevas e as trevas não tinham o poder para detê-la (v.5), muito
menos para vencê-la. (Aíla Luzia Pinheiro Andrade)
Pelo
mistério da Encarnação, estabeleceu-se uma comunhão indissolúvel entre a
divindade e a humanidade. Jesus foi o ponto de encontro deste movimento que
ligou a Terra ao Céu, o homem a Deus, a história à eternidade. Vindo de junto
do Pai, Jesus é a Palavra de Deus que se tornou visível na história humana. Sua
existência iria manifestar os desígnios divinos, tanto no seu falar quanto no
seu agir. A vida que haveria de transmitir, mediante gestos poderosos, provinha
da abundância da vida herdada do Pai. Sua presença se constituiria em luz para
orientar a humanidade dacaída, ansiosa de salvação. Por meio dele, seria
possível chegar até Deus e experimentar a comunhão divina. Todavia, este Jesus
era plenamente humano, excluindo-se apenas a experiência do pecado. Não lhe
foram concedidas regalias, pelo fato de ser o Filho de Deus. Por isso,
experimentou a rejeição exatamente daqueles para os quais fora enviado. Sua
não-acolhida revelar-se-ia em forma de perseguição, hostilidades e abandono,
para culminar na morte de cruz. Na medida em que descia aos porões da
humanidade, Jesus ia comunicando ao ser humano, ferido pelo pecado, o lenitivo
da salvação. Desta forma, as pessoas reconciliavam-se com Deus e recuperavam
sua dignidade original. Nisto consiste o mistério do Natal! (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
SANTO DO DIA: 25 de Dezembro - Solenidade
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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