Santo do Dia: JOÃO DE
CAPISTRANO
Antífona: Salmo
104,3-4 Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua
força, procurai sem cessar a sua face.
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e
a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do
Eclesiástico 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18)
O Senhor é um juiz
que não faz discriminação de pessoas. Ele não é parcial em prejuízo do pobre,
mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; jamais despreza a súplica do órfão,
nem da viúva, quando desabafa suas mágoas. Quem serve a Deus como ele o quer,
será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. A prece do humilde
atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até
que o Altíssimo intervenha, faça justiça aos justos e execute o julgamento. - Palavra do Senhor.
Comentário: A 1ª leitura (que poderia ser
estendida um pouco mais, para que melhor apareça seu sentido) fala que Deus não
conhece acepção de pessoas e faz justiça aos pequenos (pobres, órfãos, viúvas, aflitos,
necessitados). Deus toma partido pelos pobres e oprimidos, porque é o Deus da
justiça: não conhece acepção de pessoas, escolhe o lado dos oprimidos. Em
matéria de ofertas, não é a grandeza ou riqueza do dom que importa, mas a
atitude de quem o oferece e a disposição em ajudar os necessitados (35,1-5). Isso
é dito em oposição à maneira dos poderosos, que querem agradar a Deus por meio
de sacrifícios perversos (Eclo 35,14-15a[11]). Oferecer a Deus o fruto da
exploração é tentativa de suborno (35,14)! Deus não se deixa comprar pelas
coisas que lhe oferecemos, pois não necessita de tudo isso. Deus é reto, ele
atende os oprimidos e necessitados. Ele nos considera justos, amigos dele,
quando lhe oferecemos um coração contrito e humilde (Sl 51[50],18-19). Nesse
sentido, o salmo responsorial acentua: Deus atende ao justo e ao oprimido (Sl
34[33],2-3.17-18.19+23). (Pe. Johan Konings, sj)
Salmo: 33(34),2-3.17-18.19.23
(R.7a.23a)
O pobre
clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.
Bendirei o Senhor
Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se
gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!
Mas ele volta a sua
face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o
Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta.
Do coração
atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor
liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera.
Segunda Leitura: 2ª Carta de São
Paulo a Timóteo 4,6-8.16-18
Caríssimo: Quanto a
mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de
minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora
está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele
dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua
manifestação gloriosa. Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me
abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta. Mas o Senhor esteve a meu
lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim
integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do
leão. O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste.
A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém. - Palavra do Senhor.
Comentário: Neste domingo, termina a
lectio continua da Segunda Carta a Timóteo, que é o emocionante testamento
espiritual de Paulo. No fim de seu percurso, Paulo abre seu coração: “Estou
para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida.
Combati o bom combate, guardei a fé” (4,6). O exemplo vale mais que as
palavras. Paulo não só pregou; trabalhou com suas próprias mãos. No fim de sua
vida, ele tem as mãos amarradas, e outros escrevem por ele. Mas ele não fica
amargurado. Suas palavras revelam gratidão e esperança. Ele ficou fiel a seu
Senhor e aguarda agora o encontro com ele (4,5). Paulo sabia-se pecador,
pecador salvo pela graça de Deus (1Tm 1,13; cf. Gl 1,11-16a; 1Cor 15,8-10). Na
base dessa experiência, anela pelo momento de se encontrar com Aquele que, por
mera graça, o tornou justo, o “Justo Juiz”, que o justificará para sempre,
enquanto diante do tribunal dos homens ninguém tomou sua defesa (2Tm 4,16). O
mistério desta vida de apóstolo era a caridade, mistério de toda vida fecunda.
Ela não tem fim (1Cor 13,8) e completa-se no oferecimento da própria vida (cf.
Rm 1,9; 12,1). (Pe. Johan Konings, sj)
Evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas 18,9-14
Naquele tempo, Jesus contou esta
parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os
outros: “Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro
cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu
te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos,
adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana,
e dou o dízimo de toda a minha renda’. O cobrador de impostos, porém, ficou a
distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito,
dizendo:
‘Meu Deus, tem
piedade de mim que sou pecador!’
Eu vos digo: este último voltou
para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem
se humilha será elevado”. - Palavra da
Salvação.
Comentários:
Deus
nos considera justos, ou seja, amigos dele, quando lhe oferecemos um coração
contrito e humilde. Por isso, engana-se completamente o fariseu de quem Jesus
fala no evangelho: acha que pode impressionar Deus com suas qualidades
aparentes, seus sacrifícios e boas obras puramente formais, sem extirpar de seu
coração o orgulho e o desprezo pelos outros. No tempo de Jesus, os fariseus, e
hoje, os “bons cristãos” usurpam a religião para se convencer a si mesmos e aos
outros de sua justiça; desprezam os outros e querem negociar com Deus na base
de suas “boas obras”. Porém, é a atitude contrária que encontra aceitação junto
a Deus: a humilde confissão de ser pecador (cf. Sl 51[50],3). Quem já se
declarou justo a si mesmo, como o fariseu, não mais pode ser justificado por
Deus. O publicano, porém, que reza de coração contrito, se reconhece pecador e
se confia à misericórdia de Deus, este é considerado justo e volta para casa
“justificado”. Lucas acrescenta uma lição moral: “Quem se enaltece, será
humilhado; quem se humilha, será enaltecido” (Lc 18,14). Mais profunda ainda é
a lição propriamente teológica, refrão da teologia de S. Paulo: quem se declara
justo a si mesmo com base em suas obras rituais – como faziam os fariseus,
convencidos de que a observância da Lei lhes dava “direitos” perante Deus – não
é declarado justo por Deus, pois Deus é “inegociável” e declara alguém justo
(reconciliado) com base na sua misericórdia e amor gratuitos. A justificação é
de graça, para quem entra na órbita do amor de Deus, pondo-lhe em mãos a vida
inteira, com pecados e fraquezas. Diante de Deus, todos ficamos devendo (cf. Sl
51[50],7). Os que se justificam a si mesmos, além de serem orgulhosos, são
pouco lúcidos! Portanto, melhor é fazer como o publicano: apresentarmo-nos a
Deus conscientes de lhe estar devendo, e pedir que nos perdoe e nos dê novas
chances de viver diante de sua face, pois sabemos que Deus não quer a morte do
pecador, mas sim que ele se converta e viva (Ez 18,23). Esse pensamento deve
extirpar a mania de se achar o tal e de condenar os outros: a autossuficiência.
Mas, para afastar a autossuficiência é preciso, antes, outra coisa: a
consciência de sermos pecadores. Ora, isso se torna cada vez mais difícil na
atual civilização da sem-vergonhice. O ambiente em que vivemos trata de
esconder a culpabilidade e, inclusive, condena-a como desvio psicológico. Que a
culpabilidade neurótica passe do confessionário para o divã do psicanalista é
coisa boa, mas não convém encobrir o pecado real. Tal encobrimento do pecado
acontece tanto no nível do indivíduo quanto no da sociedade: oficialização de
práticas opressoras e exploradoras nas próprias estruturas da sociedade, leis
feitas em função de uns poucos etc. Para sermos lúcidos quanto a isso, cabe
observar que a autojustificação, entre nós, já não acontece ao modo do fariseu,
que se gabava das obras da Lei de Moisés. Agora acontece ao modo do executivo
eficiente, que tem justificativa para tudo: para as trapaças financeiras, a
necessidade da indústria e do desenvolvimento nacional; e para as trapaças na
vida pessoal, o estresse e a necessidade de variação… Hoje, já não são os
fariseus que se autojustificam, mas os novos publicanos, que dizem: “Graças a
Deus eu sou autêntico, eu não escondo o que faço, não sou um fariseu hipócrita
como aquele catolicão ali na frente do altar”! Seja como for, saber-se pecador
é o início da salvação. Isso vale para todos, ricos e pobres, mas para os
pobres é mais fácil, porque estão em dívida com tantas coisas que se dão mais
facilmente conta de serem devedores. Ora, pecador não é apenas aquele que
transgride expressamente a Lei, mas todo aquele que não realiza o bem que Deus
lhe confia. Pensando nisso, reconheceremos mais facilmente que temos “dívidas”,
como se rezava na versão antiga (e mais literal) do Pai-Nosso. Por isso, a
liturgia começa com o ato penitencial. Antigamente, primeiro recitava-o o
padre, depois os fiéis – não se sabe por que a nova liturgia suprimiu esse
costume… Em consonância com o evangelho, aconselha-se o prefácio IV dos
domingos do tempo comum: Cristo nos justificou por sua morte. (Pe. Johan
Konings, sj)
A parábola
do fariseu e do publicano aponta para dois diferentes tipos de piedade,
representando posições extremas. O discípulo do Reino deve decidir-se pela
maneira correta de agradar a Deus, evitando os caminhos enganosos. A piedade
farisaica, baseada na prática cotidiana da Lei, em seus mínimos detalhes, tinha
seus defeitos: era cheia de orgulho, uma vez que levava a pessoa a olhar com
desprezo para os considerados pecadores e incapazes de perfeição; pregava a
segregação das outras pessoas, por temor de contaminação. Os fariseus
julgavam-se com direito de exigir de Deus a salvação, em vista dos méritos adquiridos
com sua vida piedosa. A piedade do povo simples e desprezado, como o cobrador
de impostos, tem outros fundamentos: a humildade e a consciência das próprias
limitações e da necessidade de Deus para salvá-lo, a certeza de que a salvação
resulta da misericórdia divina, sem méritos humanos, o espírito solidário com
os demais pecadores que esperam a manifestação da bondade de Deus. A oração do
fariseu prepotente e egoísta dificilmente será atendida. É uma oração formal,
da boca para fora. Já a oração do publicano é totalmente humilde, porque ele
reconhece que sua salvação vem de Deus. Só a oração sem estardalhaço é ouvida! (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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