Deus torna justo quem o buscam com fé - Reflexão 30º Domingo Comum “C”

Deus torna justo quem o buscam com fé

Todos os homens participam da mesma impotência e são solidários no mesmo estado de ruptura com Deus; não podem salvar-se por si mesmos, isto é, não podem entrar sozinhos na amizade de Deus. O primeiro ato de verdade que o homem deve fazer é reconhecer-se pecador, impotente para se salvar, e abrir-se pois, à ação de Deus.


O fariseu e o publicano: dois modos de dialogar com Deus

Vemos, na parábola, dois modos de conceber o homem e sua relação com Deus. A oração do fariseu é uma ação de graças a Deus. Mas só aparentemente. Na realidade é um pretexto para louvar-se a si mesmo e não a Deus, comprazer-se em si por não ter pecado algum e pelo mérito das boas obras; diante disso se considera justificado e "exige" de Deus a recompensa. A oração do fariseu não é oração, é seu oposto.


O publicano, ao contrário, está "na verdade": consciente de  sua culpa e  de  não  ter  méritos diante de Deus. Pede misericórdia. A sua é verdadeira oração.

Assim, pode-se perceber por trás das duas personagens da parábola a oposição entre dois tipos de justiça: a do homem que pensa poder realiza-­la pelo cumprimento perfeito da lei, e a que Deus concede ao pecador, que se reconhece como tal e se converte. O tema paulino da justificação mediante a fé já se encontra delineado nesta parábola.

Por que a fé em Cristo "justifica" o homem

O cristão é realmente homem justificado pela fé em Jesus Cristo, naquele que é ao mesmo tempo dom substancial do Pai e homem entre os homens, e que pôde dar a única resposta agradável a Deus. É este o motivo pelo qual a fé em Jesus salva. De fato, Jesus inaugura na sua pessoa o reino do Pai, no qual se realiza o destino do homem. De si, como de seus irmãos, Jesus exige a renúncia absoluta, que implica na fidelidade à condição de criatura: renúncia até a morte e, se necessário, até a morte de cruz. É o salvador do mundo que fala assim.

Como pode esse homem, que levou até as últimas consequências a revelação da condição humana, proclamar-se ao mesmo tempo salvador da humanidade? A esta pergunta há uma só resposta: verdadeiramente, este homem é o Filho de Deus; Deus amou tanto o mundo que, por isso, lhe deu seu Filho único; e ao mesmo tempo, ele é homem entre os homens; a sua fidelidade de criatura é, por identidade, uma fidelidade filial. A resposta ativa deste homem encontra-se perfeitamente com a iniciativa divina da salvação.

A fé, fonte de vida nova - vida de filho

A união a Cristo nos torna capazes da mesma "fidelidade filial" até a cruz. O homem é "justificado" porque a fé em Cristo lhe dá acesso ao Pai na qualidade de filho adotivo.

A salvação é dom divino; torna-se, no homem, fonte de uma atividade filial, em que se realiza, ilimitadamente, a fidelidade à nova lei do amor. Paulo, o arauto da justificação pela fé, é também a grande testemunha da vida nova que vem da fé em Cristo. Agora, velho, no cárcere, na expectativa da condenação à morte, reflete sobre sua vida (2ª leitura). Sua experiência de Cristo termina por um malogro humano: todos o abandonaram, nenhum o defendeu em juízo. Mas ele "conservou a fé", combateu por Cristo e permaneceu fiel até a meta final. Sua esperança o leva à certeza da "recompensa" que receberá de Cristo por sua vida de dedicação e amor a exemplo de Jesus.

Hoje a suficiência farisaica não é mais a observância de uma lei: toma outro nome.

Em muitos ela é a convicção de que o homem pode salvar-se como homem, apelando unicamente para os seus recursos. O homem salva o homem mediante a ciência, a política, a arte...

E por isso mais do que nunca necessário que os cristãos anunciem ao mundo Cristo como salvador. A salvação que ele traz não se opõe à salvação humana. Mas a conduz à plenitude. Com a celebração dos sacramentos, especialmente da eucaristia, os cristãos dão testemunho da necessidade da intervenção divina na vida do homem, põem-se sob a ação de Deus presente, com seu espírito, e fazem a experiência privilegiada da justificação obtida mediante a fé em Jesus Cristo. Devem, por isso, estar continuamente vigilantes para não participarem dos sacramentos com espírito farisaico.
  
·         Primeira Leitura: Eclesiástico 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18)
·         Salmo: 33,2-3.17-18.19.23 (R.7a.23a)
·         Segunda Leitura: 2ª Carta de São Paulo a Timóteo 4,6-8.16-18
·         Evangelho: de Jesus Cristo segundo Lucas 18,9-14

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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