Beatos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, e companheiros - Mártires - 03 de outubro

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: olhai para o sacrifício e para o sangue que vossos Bem-Aventurados Mártires Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e Companheiros derramaram em terras brasileiras, testemunhando seu amor, fé e fidelidade a Vós e à Vossa Santa Igreja Católica! Esses mártires nos deixaram precioso e belo exemplo de constância e perseverança na vida cristã, levada de forma séria, decidida e valorosa, até ao oferecimento da própria vida. Concedei a nós, que invocamos sua intercessão e proteção que, do Céu, nos alcancem a mesma fé e a mesma caridade que os inflamava! Santíssima Virgem Maria, Rainha dos Mártires, rogai por nós! Amém!

No dia 03 de outubro, a Igreja no Brasil comemora a Memória dos Protomártires do Brasil: os Beatos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, Mateus Moreira e outros 27 companheiros leigos, Mártires, brutalmente trucidados pelos invasores holandeses e índios a eles associados em 1645.

Martírio de Cunhaú

Dia 15 de julho chegou a Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo, como sempre, seus amigos e liderados, os ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava. Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Sua simples presença deixou todos tensos e temerosos.

Uma chuva torrencial na manhã de domingo, dia 16, alagando sobremaneira os caminhos da região, impediu que o número de pessoas a comparecer na missa fosse maior. Foi uma chuva providencial. Pelo receio de Rabe, alguns esperaram na casa de engenho. Os fiéis chegaram, em grupos de famílias, para cumprir o preceito dominical, e Pe. André de Soveral iniciou a missa...

Beato André de Soveral, presbítero

“Após a elevação da hóstia e do cálice, erguendo o Corpo do Senhor para a adoração dos presentes, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina”. Foram cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares. Ao perceber que iam ser mesmo sacrificados, os fiéis não se rebelaram. Ao contrário, "entre ânsias se confessaram ao sumo sacerdote Jesus Cristo Senhor Nosso, pedindo-lhe cada qual, com grande contrição, perdão de suas culpas", enquanto o Pe. André estava "exortando-os a bem morrer, rezando apressadamente o ofício da agonia".

Os primeiros ataques ao venerando sacerdote, Pe. André de Soveral, partiram dos tapuias. O Padre, porém, falando a língua indígena na qual era bem versado, exortou-os a não tocar na sua pessoa ou nas imagens e objetos do altar, sob pena de ficarem tolhidas as mãos e as partes do corpo que o fizessem. Os tapuias recuaram receosos. Mas os potiguares não deram importância às palavras do sacerdote, arremetendo contra o ministro de Deus e "fazendo-o em pedaços". O autor da façanha foi o principal dos potiguares, Jerera, que, empunhando uma adaga, feriu de morte o Pe. André"( PEREIRA, F. de Assis. Protomártires do Brasil, p.16s).

Os que haviam se refugiado na casa do senhor de engenho tiveram a mesma sorte. Após a igreja, esta foi invadida. Três conseguiram fugir escapando pelos telhados. Os outros tentaram se defender como puderam, mas também foram mortos.

A disposição dos fiéis à hora da morte era a de verdadeiros mártires, ou seja, aceitando voluntariamente o martírio por amor a Cristo. Os assassinos agiam em nome de um governo que hostilizava abertamente a Igreja Católica, a religião do governo português, do qual eram adversários. As vítimas tinham plena consciência disso. De toda essa numerosa multidão de mártires, cerca de 70 pessoas, apenas duas foram identificadas, e, por isso, beatificadas: Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho.

Martírio de Uruaçu

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e capitanias vizinhas, deixando a população aterrorizada, temendo novos ataques dos tapuias e potiguares, instigados pelos holandeses. Mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto.

Beato Ambrósio Francisco, presb.

Os outros moradores (a grande maioria), não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 quilômetros da Fortaleza.

Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, chegou a setembro à Casa Forte do francês João Lostau Navarro, a poucos quilômetros de Natal. Vários moradores foram mortos e o proprietário, por ser estrangeiro, foi levado ao Forte dos Reis Magos. No Forte encontrou-se com os nossos conhecidos hóspedes e outro prisioneiro, Antônio Vilela Cid. Este era acusado de cumplicidade na morte de um holandês e de fazer parte de uma conspiração pela expulsão dos holandeses.

Rabe foi então à Potengi, e encontrou heroica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos Deus. Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estevão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: doze na fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.

Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, três de outubro. Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário. Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Este chefe fora educado na Holanda e convertido à religião calvinista, da qual era fanático defensor. Mais tarde os holandeses o fizeram regedor dos índios da Capitania do Rio Grande.

Logo que chegaram, os flamengos ordenaram aos doze que se despissem e ajoelhassem. Chamando os índios, que estavam emboscados, estes cercaram os pobres indefesos e deram início à requintada carnificina que se seguiu.

Nas atrocidades do martírio também se manifesta o ódio à fé católica por parte dos assassinos, pela forma como foi tratado Pe. Ambrósio: por ser sacerdote, estando ainda ele vivo, foi mais duramente torturado. Quanto aos outros moradores que estavam presos em Potengi, também eles não tinham mais ilusões de que sobreviveriam, e teriam o mesmo fim que os inocentes fiéis de Cunhaú.

Beato Mateus Moreira, leigo

Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia. Em Uruaçu foram mortos os principais moradores de Natal, que por medo dos índios e holandeses tinham se refugiado na Fortaleza dos Reis Magos e na fortificação de Potengi.  Calcula-se em torno de 80 pessoas.

Merece destaque também o martírio do leigo Mateus Moreira que teve o coração arrancado do peito pelas costas. Quando o carrasco arrancou seu coração, milagrosamente ainda teve forças para bradar em alta voz: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento". Foi proclamado Padroeiro dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.

Fonte: santosebeatoscatolicos.blogspot.com.br
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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