A experiência do perdão, renovação do íntimo - Reflexão 24º Domingo Comum “C”

A experiência do perdão, renovação do íntimo


O amor de Deus para com os homens é tão gratuito que não podemos pretender ter direito a ele; é tão absoluto que jamais podemos dizer que nos falta. O amor humano, ao contrário, é tão limitado e fechado pelo nosso egoísmo, tão raramente ultrapassa a estrita justiça ou se liberta da severidade moralista, que facilmente imaginamos um Deus vingador e uma religião baseada no temor. Quem de nós se lembra de que a "graça" que pedimos a Deus significa "ternura e piedade" pelo pecador? Só um estudo atento da palavra de Deus pode ajudar-nos a tomar consciência do sentido da misericórdia indefectível de Deus.


Os judeus usavam o termo hesed para indicar o amor misericordioso de Deus para com o povo. Esse termo indica a benevolência, a solidariedade, o amor mútuo que deve existir entre os membros de uma mesma família ou sociedade, dispostos a ajudar-se entre si com amor e generosidade. Deus manifesta essa benevolência, antes de tudo, escolhendo Israel como seu povo; prescindindo dos seus méritos, estabelece com ele um pacto de fidelidade e amor (Dt 7,7-15).

Um amor não condicionado pela nossa correspondência

A correspondência de Israel ao amor de Deus, que não é grande mas existe, é agora identificada com o termo hesed, que nesse caso significa reconhecimento, amor filial, fidelidade. Entretanto, mesmo quando Israel não observa a aliança, Deus permanece fiel e perdoa, exercendo sempre a hesed, a bondade misericordiosa.

Por essa bondade misericordiosa, o povo, embora pecador e infiel, sempre poderá esperar pelo auxílio divino.

Assim a bondade passa a ser a ternura e a piedade que Deus tem pelo pecador, enquanto lhe oferece a salvação tirando-a do próprio pecado e lhe dá continuamente novos meios, cada vez mais eficazes, para triunfar do mal e corresponder finalmente as exigências da aliança.

Desse modo a bondade se torna misericórdia para com o pecador. A religião do homem não se baseia mais num título de justiça, mas unicamente na caridade de Deus. Lucas, o evangelista da ternura divina, multiplica as narrativas que mostram Jesus em busca dos mais abando­nados, dos pobres, dos pecadores, realçando assim o próprio fundamento da nossa religião, que é a atitude dos que são arrebatados pelo abismo do amor de Deus.

Temos ainda necessidade de perdão?

Não tem necessidade de ser perdoado quem não tem consciência de ter traído alguém a quem ama. Mas o homem de hoje se sentirá ainda amado? Na sociedade contemporânea há uma difusa sensação de inquietude, devida ao caráter impessoal da nossa civilização. Estamos na era dos grandes aglomerados urbanos, em contato com a multidão em toda parte: nos meios de transporte, nas fábricas, no cinema, nas praias. O homem está sempre ao lado de outros homens, mas a poucos pode chamar “pelo nome”. Toma-se frequentemente como símbolo da nossa civilização os congestionamentos de trânsito em nossas cidades ou estradas. Há uma multidão, mas cada um se acha fechado em seu carro, com seu cansaço, sua desilusão, muitas vezes com sua angústia. É grande o numero dos que não são amados por ninguém, para os quais não se tem um olhar a não ser com referência à sua eficiência econômica. Muitas pessoas sabem que quando não forem mais úteis, ninguém mais se interessará por elas. No entanto, só pode ser feliz quem é reconhecido, estimado, apreciado, sobretudo amado. Não existe verdadeira “experiência humana” sem intercâmbio, diálogo, confidência, verdadeiro amor recíproco. Só o amor é capaz de transformar, mas com uma condição: que seja gratuito e livre.

Um Deus de braços abertos

Cristo nos revelou um Deus como desejamos. Um Deus que é amor e misericórdia. É uma pessoa que dificilmente encontra lugar em nossa sociedade, e essa, por isso mesmo, tem dele necessidade vital. Aparentemente não serve, não é útil, não produz, não entra no jogo da inflação; mas nos dá tudo, dá-nos o que nenhuma análise científica nem progresso tecnológico nem o desenvolvimento das ciências humanas jamais poderá dar-nos: que nos sintamos amados individualmente, um por um, de modo absoluto. Quando percebemos que Deus nos ama assim, então sentimos que estar longe dele e dos outros por razões humanas é perder tempo, e perder Deus. Então nasce espontaneamente a necessidade de pedir perdão.

·         Primeira Leitura: Livro do Êxodo 32,7-11.13-14
·         Salmo: 50(51), 3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15,18)
·         Segunda Leitura: Carta de São Paulo a Timóteo 1,12-17
·         Evangelho: de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-32

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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