Liturgia Diária Comentada 21/08/2016 Domingo

21ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício solene próprio
Glória e Creio - Cor: Branco - Ano “C” Lucas


Antífona: Antífona: Apocalipse 12,1 - Grande sinal apareceu no céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça.

Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu, em corpo e alma, a imaculada virgem Maria, mãe de vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, afim de participarmos da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! 

Primeira Leitura: Livro do Apocalipse de São João 11,19a; 12,1-6a.10ab

Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a Arca da Aliança. Então apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas.

Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher, que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse.

E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.  Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”. - Palavra do Senhor.

Comentário: O texto pertence, na estrutura do Apocalipse, à “seção dos três sinais” (11,15-16,16). As comunidades cristãs, às quais é endereçada a mensagem, encontram-se em fase difícil por causa das perseguições. Percebem que a história é movida por forças positivas e negativas que determinam o desenrolar dos acontecimentos. E as forças negativas parecem ter o poder de destruir todas as esperanças de vida das comunidades. O autor do Apocalipse apresenta, pois, à comunidade que lê o texto, dois sinais que devem ser interpretados, iluminando a vida dos cristãos. A descrição dos sinais é precedida pela abertura do templo que está no céu e pelo surgimento da arca da Aliança (11,19). Templo e arca são sinônimos de proximidade, comunicabilidade e encontro com Deus. Os relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e tempestade de granizo indicam, enquanto elementos teofânicos, que Deus está para comunicar à comunidade algo de capital importância. O final do capítulo 11 tem como pano de fundo uma tradição secular, cuja memória se conserva em 2Mc 2,1-8. Trata-se de Jeremias (século 6 a.C.) escondendo numa gruta a Tenda, a Arca e o altar do incenso, sem deixar vestígios de acesso a essa gruta. Ele repreende os que desejavam sinalizar o lugar, dizendo: “O lugar ficará desconhecido até que Deus se mostre misericordioso e reúna novamente toda a comunidade do povo. Então o Senhor mostrará esses objetos. A glória do Senhor e a nuvem também vão aparecer...” (vv. 7b-8a). Esse texto certamente estava na memória do autor ao escrever o livro do Apocalipse. E com isso nos brinda algumas chaves desta leitura: O Senhor se mostrou misericordioso; ele reuniu novamente o seu povo (representado pela Mulher); revela-se aqui a glória do Senhor, vinda do céu, onde reaparece a Arca da Aliança; tudo isso compõe uma grande teofania (relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e tempestade de granizo). O primeiro sinal grandioso aparece no céu, isto é, no ambiente de Deus. Trata-se de uma mulher, uma esposa-mãe. Ela tem por manto o sol (sinal da proteção de Deus). Tem a lua sob os pés (isto é, já possui a eternidade de Deus) e tem na cabeça uma coroa (ou seja, é vitoriosa) de doze estrelas (que representam as doze tribos de Israel e os doze apóstolos). No Apocalipse, a roupa é a identidade da pessoa. Sol, lua, estrelas são elementos cósmicos simbolizados. Esses elementos são a “roupa” da mulher, ou seja, sua identidade. Em outras palavras, o Apocalipse afirma que essa mulher está profundamente ligada e identificada com Deus (sol que envolve como vestido, lua que envolve por baixo, estrelas que envolvem por cima). A comunidade que lê o Apocalipse é convidada a interpretar o sinal. Quem é essa mulher? É uma imagem polivalente. É, em primeiro lugar, Eva, a mãe da humanidade (Gn 3,15-16); é o povo de Deus do Antigo Testamento (as doze estrelas); é Sião-Jerusalém, esposa de Javé; é Maria que dá à luz o Cristo. Mas é sobretudo as comunidades do tempo do Apocalipse. Elas têm dimensão celeste (o sinal aparece no céu) e dimensão terrena (encontram-se no mundo, procurando dar continuamente à luz o Cristo). As comunidades se identificam com essa mulher, e descobrem a raiz do seu ser e de sua missão no mundo. O segundo sinal (vv. 3-4) é o do Dragão, a força hostil, de origem demoníaca, aparentemente superior às forças dos cristãos (sete cabeças). As comunidades são convidadas a interpretar o sinal: o Dragão é força opressora que se encarna em pessoas e arranjos sociais, dificultando o testemunho cristão, e procurando devorar os frutos e a vida das comunidades proféticas que resistem ao imperialismo romano (e aos imperialismos de hoje). Contudo, apesar de ter aspecto aterrador, seu poder não é absoluto, pois tem dez chifres (número que denota imperfeição) e com a cauda arrasta um terço das estrelas (cifra que denota poder parcial). As comunidades proféticas, pela força do Cristo ressuscitado, vencerão esse poder opressor. De fato, Deus socorre as comunidades proféticas que lutam para dar à luz o Cristo e as salva (vv. 5-6), e o Dragão é vencido sem esforço (v. 7). A proclamação que segue anuncia que Deus salva e liberta, por meio da autoridade de Cristo, as comunidades proféticas, conferindo-lhes capacidade de vencer todos os obstáculos, inclusive a morte (v. 11). (Vida Pastoral nº 255 Paulus)

Salmo: 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b)
À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.

As filhas de reis vêm ao vosso encontro, e à vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir.

Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: “Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real”.

Segunda Leitura: Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 15,20-26.28

Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão.

Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Com efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”. - Palavra do Senhor.

Comentário: Um dos motivos que levaram Paulo a escrever aos coríntios foi a questão da ressurreição dos mortos. Para os de cultura grega era difícil aceitar que os mortos pudessem voltar à vida. Negando a ressurreição dos mortos, negavam também a ressurreição de Cristo. Em 1Cor 15 Paulo aborda essa questão. Inicia recordando o anúncio fundamental (querigma) do Evangelho: Cristo morreu e ressuscitou. É isto que ele e os demais apóstolos anunciam. E as provas de que Cristo vive são os próprios apóstolos e muitos cristãos, aos quais ele apareceu depois de ressuscitado. Baseado nesse pressuposto, tenta levar à fé os que duvidam (vv.12-34), apresentando provas da Bíblia (vv. 27.32). Outros argumentos que confirmam a ressurreição dos mortos fazem parte do trecho que lemos na liturgia de hoje. O primeiro é o que mostra Cristo enquanto primícias dos que adormeceram (v. 20). Primícias são os primeiros frutos a amadurecer. Depois deles amadurecem os demais e vem a colheita. Cristo é o primeiro fruto de ressurreição. Ele venceu a morte para sempre, abrindo as portas para a vitória da vida sobre a morte. Portanto, os mortos ressuscitarão também, como Cristo ressuscitou. Paulo contrapõe Adão a Cristo: o pecado do primeiro acarretou a morte para todos; a morte-ressurreição do segundo confere vida a todos. Se todos se solidarizam em Adão em vista da fraqueza do pecado, com sua morte e ressurreição Cristo nos associou a si e à sua vida em plenitude (vv. 21-22). Por causa dele fomos feitos cristãos, semelhantes a Cristo na vitória sobre a morte. O segundo argumento é o da vitória de Cristo sobre todas as forças hostis às pessoas e ao projeto de Deus. Ele aniquilará todos os mecanismos de morte (principado, autoridade, poder), vencendo finalmente a morte, último inimigo, e entregando o Reino ao Pai (vv. 34-36). A vitória de Cristo, portanto, não será completa enquanto não vencer também naqueles que trazem seu nome. Isso quer dizer que a luta contra a morte é tarefa conjunta de Cristo e dos cristãos. Só quando estes participarem da vida plena em Deus é que Cristo dará por encerrada sua missão.  (Vida Pastoral nº 255 Paulus)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-56

Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou:

Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!

Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 

Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. - Palavra da Salvação.

Comentários:

O encontro de Maria com Isabel nos mostra um pouco do que deve ser um encontro de verdadeiro amor entre duas pessoas. Por um lado, vemos Maria, que vai ao encontro de Isabel assim que sabe da sua situação, vai para servir, fazer com que seu amor se transforme em gesto concreto. Quando encontra Isabel, a saúda, pois valoriza aquele momento de encontro e também a pessoa com quem se encontra. Por outro lado, vemos Isabel que, ao ver sua prima, exalta imediatamente todos os seus valores como mãe do seu Senhor, assim como as suas virtudes. E este encontro termina com um cântico de exaltação ao amor de Deus. (CNBB)

A fé eclesial, contemplando Maria a partir do Mistério Pascal de Jesus, professa que ela, no término de sua caminha terrestre, foi elevada ao céu. A Igreja fala em assunção, ou seja, Maria foi assumida por Deus e colocada na glória celeste. Trata-se da ação de Deus fazendo grandes coisas na vida da mãe do Salvador. Não uma ação isolada, e sim, o ápice de uma sucessão de graças na vida de quem foi cheia de graça. A assunção de Maria brotou da Ressurreição de Jesus. É como se Maria tivesse seguido o caminho novo de acesso ao Pai, aberto pelo Filho Jesus. Deus, de certo modo, antecipou em Maria o que haveria de ser o destino de toda a humanidade. A Ressurreição de Jesus foi penhor de ressurreição para todo ser humano. Em Maria, isto já se fez realidade. A assunção situa-se no contexto da fé de Maria. Ela havia proclamado que Deus exalta os humildes e destrói a segurança dos soberbos. Sua vida caracterizou-se pela humildade e pelo espírito de serviço. Ela se sabia serva humilde do Senhor, transcorrendo sua vida no escondimento. A condição de mãe do Messias não a tornou orgulhosa e cheia de si. A Maria exaltada na assunção foi a mulher humilde e servidora. Deus levou para junto de si a mulher cuja vida transcorrera em total comunhão com ele. A assunção, por conseguinte, consistiu na radicalização de uma experiência constante na vida de Maria. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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