Primeira Leitura - Leitura do
Livro do Profeta Isaías 25,6-10a
Naquele dia, 6 o Senhor dos
exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias,
regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. 7
Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia
em que tinha envolvido todas as nações. 8 O Senhor Deus eliminará para sempre a
morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu
povo em toda a terra; o Senhor o disse. 9 Naquele dia, se dirá: "Este é o
nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos
confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo". 10a E a mão do
Senhor repousará sobre este monte. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!
Comentário: A última palavra de
Deus sobre a história não é o julgamento, mas a comunhão universal de todos
entre si e com o próprio Deus (cf. 2Pd 1,4; Ap 21,1-22-5). A transformação
operada por “aquele que vem”, sua libertação e salvação dirigem-se
principalmente aos pobres, aos aflitos, aos angustiados, aos oprimidos. Estes
que agora sofrem aflição hão de alegrar-se no fim; os pobres, os mais libertos
de qualquer presunção, poderão, cheios de esperança, ir ao encontro daquele que
vem. Todos os dias o Senhor nos convida a comer o pão da vida, que é ele
próprio doado para a vida do mundo. É um dom pessoal, mas não exclusivo: são
convidados todos os povos. Os verdadeiramente pobres aceitam este convite, e
com plena disponibilidade acolhem a vinda do Senhor.
Salmo Responsorial 22(23),1-3a.3b-4.5.6 (R. 6cd)
R. Na casa do Senhor habitarei,
eternamente.
1 O Senhor é o pastor que me
conduz; não me falta coisa alguma. 2 Pelos prados e campinas verdejantes ele me
leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, 3a e restaura as
minhas forças. (R)
3b Ele me guia no caminho mais
seguro, pela honra do seu nome. 4 Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a
segurança!
(R)
5 Preparais à minha frente uma
mesa, bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha cabeça; o meu cálice
transborda. (R)
6 Felicidade e todo bem hão de
seguir-me por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos
infinitos. (R)
Segunda Leitura - Leitura da
Carta de São Paulo aos Filipenses 4,12-14.19-20
Irmãos, 12 Sei viver na miséria e
sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer
situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo
necessidade. 13 Tudo posso naquele que me dá força. 14 No entanto, fizestes bem
em compartilhar as minhas dificuldades. 19 O meu Deus proverá esplendidamente
com sua riqueza a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus. 20 Ao nosso
Deus e Pai a glória pelos séculos dos séculos. Amém. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!
Comentário: Paulo agradece o
auxílio que os filipenses lhe enviaram mediante Epafrodito. Ele se alegra, não
tanto pelo auxílio material recebido, mas pelo afeto e crescimento espiritual
que a comunidade demonstra mediante a oferta. Não é fácil saber agradecer. Pelo
menos, se nosso gesto não quer ser mero reconhecimento da generosidade alheia,
e sim uma contribuição de cristãos. Se quisermos chegar à caridade, devemos ir
além da simples boa educação. É necessário imaginação criativa para exprimir a
gratidão ante o dom que nos concede o Senhor através do próximo. Por outro
lado, a própria capacidade humana de agradecimento é a base “profana” da
Eucaristia. Quem não é capaz de exprimir um verdadeiro “obrigado” nada pode
entender da missa. Quem não sabe agradecer, não sabe rezar.
Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus 22,1-14
Naquele tempo, 1 Jesus voltou a
falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, 2 dizendo: “O
reino dos céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do
seu filho. 3 E mandou os seus empregados chamar os convidados para a festa, mas
estes não quiseram vir. 4 O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos
convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram
abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5 Mas os convidados não deram
a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6 outros
agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7 O rei ficou indignado e
mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8
Em seguida, o rei disse aos empregados: A festa de casamento está pronta, mas
os convidados não foram dignos dela. 9 Portanto, ide até às encruzilhadas dos
caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes. 10 Então os
empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e
bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11 Quando o rei entrou para
ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa
12 e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o
homem nada respondeu. 13 Então o rei disse aos que serviam: Amarrai os pés e as
mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de
dentes. 14 Por que muitos são chamados, e poucos são escolhidos. Palavra da
Salvação! - Glória a Vós, Senhor!
Comentário: É em Jesus que Deus
convoca os homens para uma nova aliança, simbolizada pela festa de casamento.
Os que rejeitam o convite são aqueles que se apegam ao sistema religioso que
defende seus interesses e, por isso, não aceitam o chamado de Jesus. Estes são
julgados e destruídos juntamente com o sistema que defendem. O convite é
dirigido então aos que não estão comprometidos com tal sistema, mas, ao
contrário, são até marginalizados por ele. Começa na história novo povo de
Deus, formado de pobres e oprimidos. Os versículos 11-14, porém, mostram que
até mesmo estes últimos serão excluídos. Se não realizarem a prática da nova
justiça (traje de festa). A pertença efetiva à comunidade cristã não é simples
questão de ser incluído no número dos membros de determinada comunidade.
Requer-se do discípulo assumir um modo de proceder compatível com a sua
condição. É a justiça do Reino, que distingue os discípulos de Jesus dos
discípulos de outros mestres. A parábola do rei que expulsou da festa o
convidado encontrado sem a veste nupcial chama a atenção para a importância de
se ter um comportamento compatível com a condição de discípulo. O banquete para
as bodas do filho estava pronto, mas os convidados se recusaram a comparecer.
Então, o rei enviou seus servos para chamar quantos encontrassem pelo caminho e
trazê-los para a festa. E a sala se encheu de convidados. Um deles, porém, foi
expulso por não trajar a veste nupcial. Era um intruso e mereceu ser posto para
fora. Algo parecido aconteceu com o Reino. Os convidados especiais eram os
judeus. Eles, porém, recusaram-se terminantemente a alegrar-se com a presença
do Reino, na pessoa de Jesus. As portas do Reino foram, então, abertas para
todos, sem distinção. A única condição que se lhes impunha era a de pautarem
suas vidas pelo projeto do Pai, proclamado por Jesus. Caso contrário, seriam
merecedores de castigo, como os que rejeitaram formalmente o Reino. Temos aqui
uma narrativa parabólica na qual se pode perceber o estilo e a criação
literária de Mateus. A presença da violência e da crueldade está também em
algumas outras parábolas de Mateus, o que não acontece na narrativa de Lucas,
paralela a esta. A cidade incendiada pelas tropas do rei parece se referir a
Jerusalém incendiada pelos romanos no ano setenta, que Mateus interpreta como
castigo pela morte de Jesus. A parábola é dirigida aos chefes dos judeus, que
se julgavam o povo eleito, e que, rejeitando Jesus, perderam seu espaço para os
gentios que creram e aderiram a Jesus.
Fonte:
Deus Único
Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica
A liturgia diária sempre nos levando a crescer em direção ao Reino de Deus.
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