Primeira Leitura: Romanos 8,12-17
Irmãos, temos uma dívida, mas não para com a carne, para
vivermos segundo a carne. Pois, se viverdes segundo a carne, morrereis, mas se,
pelo espírito, matardes o procedimento carnal, então vivereis. Todos aqueles
que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. De fato, vós
não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes
um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá - Pai! O
próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de
Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros - herdeiros de Deus e coerdeiros
de Cristo -; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados
com ele. - Palavra do Senhor.
Comentário: Multiplicam-se as iniciativas
para valorizar a dignidade humana. A poucos decênios da declaração sobre os
direitos do homem, pode-se já fazer um importante balanço de iniciativas,
protestos, denúncias, afirmações. É um novo tipo de humanismo, que quer ser
mais consciente dos gravíssimos problemas que enfrenta. O indivíduo malicioso
não mais crê nas exaltações ingênuas que incensavam o Homem (com maiúscula),
deixando na penumbra as contínuas violações dos direitos das pessoas concretas.
Ora, todo esse movimento humanista, conquanto positivo, é um pálido reflexo da
iniciativa divina que introduz o homem na família da Trindade. A dignidade
humana (e as faltas contra ela) adquire peso a um nível infinitamente mais
elevado. Não se trata de projeto, mas de realidade de imaginável grandiosidade.
Só de joelhos diante de Deus, definido pela Bíblia como o Amor; pode-se
entender alguma coisa. (Missal Cotidiano)
Salmo: 67 (68),2.4.
6-7ab. 20-21 (R. 21a)
Nosso Deus é
um Deus que salva, é um Deus libertador!
Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos
se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! Mas os justos se
alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria! Dos
órfãos ele é pai, e das viúvas protetor; é assim o nosso Deus em sua santa
habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os
prisioneiros e os sacia com fartura. Bendito seja Deus, bendito seja cada dia,
o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos! Nosso Deus é um Deus
que salva, é um Deus libertador; o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da
morte!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 13,10-17
Naquele tempo, Jesus estava
ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. Havia aí uma mulher que, fazia
dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar.
Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: "Mulher, estás livre da tua doença". Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente
a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. O chefe da sinagoga ficou furioso, porque
Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a
dizer à multidão: "Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses
dias para serdes curados, não em dia de sábado". O Senhor lhe respondeu: "Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o
jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? Esta filha de
Abraão, que satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa
prisão, em dia de sábado?" Esta resposta envergonhou todos os inimigos de
Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia. - Palavra da Salvação.
Comentário: Nenhum empecilho era
suficientemente grande para impedir Jesus de fazer o bem. Nem mesmo as
veneráveis prescrições religiosas. Ao confrontar-se com alguém precisando de
sua ajuda, ele sempre se apressava em estender-lhe a mão. É Jesus quem toma a
iniciativa de curar uma infeliz mulher. Prostrada há muitos anos pela
enfermidade, era obrigada a viver curvada, sem poder erguer-se. Seu estado
físico era a imagem do peso que carregava sobre si: o da humilhação de ser
considerada castigada por Deus; o da impossibilidade de ser útil aos demais,
além da opressão de seu próprio sofrimento físico. A incapacidade de erguer-se
significava não estar apta para relacionar-se com os outros, em pé de
igualdade. Sua condição tornava-a um ser inferior. Sem ter sido solicitado,
Jesus faz-se protetor da mulher sofredora. E, como sinal de sua misericordiosa
solidariedade, intervém em favor dela, libertando-a da enfermidade opressora.
Após a imposição das mãos do Mestre, ela se ergue e dá glória a Deus pelo
benefício recebido, por reconhecer que sua libertação era obra divina. A
indignação do chefe da sinagoga, encarregado de zelar pelo cumprimento do
repouso sabático, não impressiona Jesus. Libertar um ser humano de qualquer
tipo de opressão é tão urgente e necessário, a ponto de justificar até mesmo
uma não observância da Lei. Afinal, Deus fica contente com a libertação de seus
filhos. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
São Marcelo, o centurião - Mártir - 30 de Outubro
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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