Primeira Leitura: Livro do Profeta
Isaías 55,10-11
Isto diz o Senhor: "Assim
como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar
e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a
alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim
vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos
que pretendi, ao enviá-la". -
Palavra do Senhor.
Comentário: Deus tem um projeto de
verdadeira realização para a história: liberdade e vida para todos. Esse
projeto é revelado aos homens através da Palavra que, gerando acontecimentos,
concretiza o projeto de Deus. A sabedoria do homem consiste em procurar Deus,
isto é, converter-se para ele, ouvir a sua palavra e tornar-se aliado seu na
luta em prol de liberdade e vida para todos. A vida cristã é vida de esperança.
Os pagãos são aqueles que "não têm esperança". A esperança não é
resignação, aceitação passiva da vontade de um Deus que não é conhecido como
pai; não é tampouco simples otimismo, visão rósea das coisas, própria de um
caráter feliz e superficial. Esperança é certeza de que nossa vida e a vida do
mundo estão em boas mãos. Certeza de que Deus tem a respeito de cada um de nós
as melhores intenções e que sua palavra realiza sempre o que promete. A
esperança do feliz êxito do mundo não tem, portanto, melhor apoio que a fé em
Deus. Quem, ao invés, é resignado e sem confiança, definitivamente não crê em
Deus, no seu poder, na sua bondade. A confiança demonstrada por Isaias no amor
de Deus torna-se segurança inabalável no Cristão, que pode ter em Jesus Cristo
o fundamento de sua esperança. A encarnação do Filho de Deus assegura-lhe, com
efeito, que Deus levou a sério a história do homem, a ponto de ele próprio se
fazer participante dela. A ressurreição de Jesus garante-lhe que se realizará
plenamente a definitiva libertação do homem e do mundo. (Deus Único)
Salmo: 64,10.11.12-13.14
(R. Lc 8,8)
A semente
caiu em terra boa e deu fruto
Visitais a nossa
terra com as chuvas, e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu
derramam águas, e preparais o nosso trigo. É assim que preparais a nossa terra:
vós a regais e aplainais, os seus sulcos com a chuva amoleceis e abençoais as
sementeiras. O ano todo coroais com vossos dons, os vossos passos são fecundos;
transborda a fartura onde passais, brotam pastos no deserto. As colinas se
enfeitam de alegria, e os campos, de rebanhos; nossos vales se revestem de
trigais: tudo canta de alegria!
Segunda Leitura: Carta de São Paulo
aos Romanos 8,18-23
Irmãos: Eu entendo
que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória
que deve ser revelada em nós. De fato, toda a criação está esperando
ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. Pois a criação ficou
sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele
que a sujeitou; também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e,
assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. Com efeito,
sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em
dores de parto. E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros
frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e
a libertação para o nosso corpo. - Palavra do Senhor.
Comentário: A luta contra o egoísmo é
possível para aqueles que entraram no âmbito do Espírito. Essa luta não
terminou, mas está em contínuo processo: vivemos na esperança de conseguir a
vitória final. Esse anseio é universal e se expressa nos clamores da natureza e
do homem. A natureza espera ser libertada do uso egoísta, para ser partilhada e
colocada a serviço de todos. Os homens esperam ser libertos de toda exploração
e opressão que escravizam seus corpos, a fim de sempre mais se projetarem
gratuitamente a serviço dos irmãos. Entretanto, a salvação plena é uma
realidade futura e inimaginável. Cegos pelo sistema egoísta, muitas vezes não
conseguimos enxergar o caminho. É o clamor do Espírito que nos dirige, então,
orientando-nos conforme a vontade de Deus. Os problemas levantados pela
ecologia têm chamado a atenção sobre o equilíbrio natural. Também em nosso modo
de ver a natureza, devemos encontrar um equilíbrio. Entre um naturalismo todo
horizontal, terra-a-terra, e um angelismo todo vertical, para o qual a terra
não passa de base para os pés, existem outras posições mais realistas,
portanto, mais cristãs. Ciência e técnica inclinam-se a um esforço de busca e
transformação da criação. Mas as energias descobertas são por si ambíguas. Nós
é que lhes damos sentido: glória do Criador ou desfrute da criatura. Num caso
tem-se a expansão na liberdade; no outro, a distorção, graves consequências
arriscadas. (Deus Único)
Evangelho
Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às
margens do mar da Galiléia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por
isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na
praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas: "O semeador saiu para
semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os
pássaros vieram e as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde
não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era
profunda. Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram,
porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos
cresceram e sufocaram as plantas. Outras sementes, porém, caíram em terra boa,
e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. Quem
tem ouvidos, ouça!" Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus:
"Por que falas ao povo em parábolas?" Jesus respondeu: "Porque a
vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é
dado. Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à
pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo
em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam nem
compreendem. Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: 'Havereis de
ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste
povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos,
para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o
coração, de modo que se convertam e eu os cure'. Felizes sois vós, porque
vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas
e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e
não ouviram. Ouvi, portanto, a parábola do semeador: Todo aquele que ouve a
palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em
seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. A semente que caiu em
terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas
ele não tem raiz em si mesmo, é de momento; quando chega o sofrimento ou a
perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. A semente que caiu no meio
dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a
ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. A semente que caiu em
terra boa é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá
cem, outro sessenta e outro trinta". -
Palavra da Salvação.
Comentário:
A parábola evangélica ilustra a benevolência do Pai, no seu desejo de salvar a
todos, sem distinção. Ninguém está, de antemão, excluído da salvação. Tudo
dependerá da disposição e do empenho com que se acolhe a comunicação do Pai. A
semente caída à beira do caminho ilustra a atitude de quem se relaciona com o
Pai, de maneira superficial e leviana. A que caiu em terreno pedregoso é
símbolo de um coração impermeável aos apelos divinos. A que caiu entre os
espinhos aponta para os corações preocupados com múltiplas tarefas, a ponto de
faltar-lhes tempo para um diálogo amoroso com o Pai. Enfim, a semente lançada
em terra fértil simboliza quem se abre para acolher a Palavra de Deus e se
deixa transformar por ela. A eficácia da Palavra de Deus no coração humano
revela-se no modo de viver de quem a acolhe. Somente o testemunho de uma vida
pautada no amor e na justiça é um indicativo seguro de que a Palavra está
produzindo frutos. O percentual - cem, sessenta ou trinta - dependerá do maior
ou menor enraizamento da Palavra na vida do discípulo do Reino. Isto irá ser
diferente, de pessoa para pessoa. O importante é que a semente não se perca e
produza os frutos esperados. O espaço para a generosidade fica sempre aberto. A
eficácia da Palavra não tem limites. (Padre
Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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obrigado.
juntos podemos cultivar e preparar a terra fértil assim produzir os frutos de uma verdadeira semeadura onde possamos nos alimentar de algo tão profundo e verdadeiro que é o DEUS conosco, pois sua palavra é gravada no fundo do coração daquele que quer ser um verdadeiro adorador e cultivar seu solo....
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