Liturgia Diária Comentada 14/06/2017 quarta-feira
10ª Semana do Tempo Comum - 2ª Semana do Saltério
Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 26,1-2 O Senhor é minha luz e
minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida,
perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e
sucumbem.
Oração do Dia: Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos,
por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: 2ª Carta de São
Paulo aos Coríntios 3,4-11
Irmãos, é por
Cristo que temos tal confiança perante Deus, não porque sejamos capazes por nós
mesmos de ter algum pensamento, como de nós mesmos, mas essa nossa capacidade
vem de Deus. Ele é que nos tornou capazes de exercer o ministério de uma
aliança nova. Esta não é uma aliança da letra, mas do Espírito. Pois a letra
mata, mas o Espírito comunica a vida. Se o ministério da morte, gravado em
pedras com letras, foi cercado de tanta glória, que os israelitas não podiam
fitar o rosto de Moisés, por causa do seu fulgor, ainda que passageiro, quanto
mais glorioso não será o ministério do Espírito? Pois, se o ministério, da
condenação foi glorioso, muito mais glorioso há de ser o ministério ao serviço
da justificação. Realmente em comparação com uma glória, tão eminente, já não
se pode chamar glória o que então tinha sido glorioso. Pois se o que era
passageiro foi marcado de glória, muito mais glorioso será o que permanece.
-
Palavra do Senhor.
Comentário: O que confirma a
autenticidade da missão de um apóstolo não é uma simples carta de recomendação
dada por autoridades externas, mas o testemunho vivo da comunidade, que foi
reunida e evangelizada pelo apóstolo. É assim que se constitui a nova aliança
anunciada pelos profetas e escrita pelo Espírito na vida dos homens e dos povos
(cf. Jr 31,31-33; Ez 11,19). Paulo contrapõe a antiga e a nova aliança. A
primeira, que foi concluída por Moisés, tinha valor passageiro e era aliança de
morte; de fato, a lei denuncia o pecado, mas não dá forças para vencê-lo. Os
cristãos têm “confiança”, devem tê-la, porque a “capacidade” de fazer o bem vem
de Deus, e lhes foi comunicada pelo Cristo, em seu Espírito. A “lei” mosaica
não tem a força de levar a fazer o bem, mas apenas de denunciar e condenar as
violações. Pelo contrário, o Espírito dá a força para praticar o bem e excita a
criatividade pessoal (cf. Rm 7,1-8.13). A lei do “faze” (Mt 7,12) é totalmente
aberta, solicitadora; a do “não faças” é fechada, própria para afastar. Temos
“capacidade” de fazer o mal: recuamos. Moisés, em sua grandeza, era apenas um
percurso de Cristo; sua “lei” era uma disciplina preparatória, um “pedagogo”
transitório (Gl 3,24s). Agora temos por lei a pessoa viva de Jesus: ele nos deu
o “exemplo”, disse que faríamos “obras maiores” que as suas (Jo 14,12),
convida-nos a “amar como ele amou” (Jo 13,34; 15,12). (Deus Único)
Salmo: 98, 5. 6. 7. 8. 9
(R. Cf. 9c)
Santo é o
Senhor nosso Deus!
Exaltai o Senhor
nosso Deus e prostrai-vos perante seus pés, pois é santo o Senhor nosso Deus!
Eis Moisés e Aarão entre os seus sacerdotes. E também Samuel invocava seu nome,
e ele mesmo, o Senhor, os ouvia. Da coluna de nuvem falava com eles. E
guardavam a lei e os preceitos divinos, que o Senhor nosso Deus tinha dado.
Respondíeis a eles, Senhor nosso Deus, porque éreis um Deus paciente com eles,
mas sabíeis punir seu pecado. Exaltai o Senhor nosso Deus e prostrai-vos
perante seu monte, pois é santo o Senhor nosso Deus!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,17-19
Naquele tempo; disse Jesus aos
seus discípulos: "Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim
para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo:
antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão
tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só
destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo,
será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar
será considerado grande no Reino dos Céus”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
verdadeiro cumprimento da Lei não significa apenas a obediência a ela.
Significa descobrir os valores que são inerentes a ela, as motivações que estão
por trás dela e as consequências da sua observância para a felicidade pessoal,
para a construção de um mundo melhor para todos e principalmente para que
possamos descobrir o bem maior para as nossas vidas, que é o projeto de Deus
para a humanidade, e assumir como próprio de cada um de nós este projeto que
nos é proposto pelo próprio Deus. Jesus nos mostra que Deus não quer de nós a
infantilidade da obediência cega, mas a maturidade da corresponsabilidade no
projeto do Reino. (CNBB)
Jesus
respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era
característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de
poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei,
Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo. O
respeito radical de Jesus à Lei não se deu em forma de submissão fanática à
formulação dos preceitos legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele
cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à
letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas
palavras. A atitude de Jesus serve de modelo para os discípulos do Reino, que
têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas, porém procurando atingir-lhe
o espírito sem apegar-se exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia
um apego criativo à Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a
intransigência. A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de suma gravidade
e pode ter consequências desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai.
Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua
própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi
um violador da Lei como o acusavam seus adversários. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica
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obrigado.
Excelente comentário, Jesus nos mostra que não basta só cumprimento da lei, ´mas observar melhor as leis, para que possamos exercer nosso papel com dignidade. Deus abençoe nosso dia e nossa missão.
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