Liturgia Diária Comentada 08/06/2017 quinta-feira

Liturgia Diária Comentada 08/06/2017 quinta-feira
9ª Semana do Tempo Comum - 1ª Semana do Saltério
Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “A” Mateus

Antífona: Salmo 24,16.18 - Olhai para mim, Senhor, e tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz. Vede minha miséria e minha dor e perdoai todos os meus pecados!

Oração do Dia: Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Primeira Leitura: Livro de Tobias 6,10-11; 7,1.9-17; 8,4-9a

Naqueles dias, depois de penetrarem na Média e aproximando-se de Ecbátana, Rafael disse ao jovem: “Tobias, meu irmão!” “Pronto!”, respondeu-lhe Tobias. Rafael prosseguiu: “Esta noite devemos hospedar-nos em casa de Ragüel”. Este homem é teu parente e tem uma filha que se chama Sara. 

Quando entraram em Ecbátana, Tobias disse a Rafael: “Azarias, meu irmão, conduze-me diretamente à casa do nosso irmão Ragüel”. O anjo assim o fez. Encontraram Ragüel sentado junto à porta do pátio e foram os primeiros a saudá-lo. Ragüel respondeu: “Muitas saudações, irmãos! Sejam bem-vindos e tenham saúde!” E os fez entrar em casa. Matou depois um carneiro do rebanho e fez-lhes calorosa recepção. Depois de tomarem banho e se terem purificado, puseram-se à mesa. Tobias disse então a Rafael: “Azarias, meu irmão, dize a Ragüel que me dê Sara, minha irmã, como esposa.

Ragüel ouviu aquelas palavras e disse ao jovem: “Come, bebe e passa tranquilamente esta noite. Não há ninguém com direito de receber Sara, minha filha, como esposa, senão tu, meu irmão. Do mesmo modo, também eu não tenho direito de dá-la a ninguém senão a ti, porque és o meu parente mais próximo. Vou, no entanto, dizer-te toda a verdade, meu filho. Dei-a a sete homens dentre nossos irmãos, e todos morreram na noite em que iam aproximar-se dela. Agora, filho, come e bebe, e o Senhor providenciará por vós”. Tobias respondeu: “Não comerei nem beberei, antes que decidas a minha situação”. Ragüel respondeu: “Está bem. É a ti que ela é dada, de acordo com a prescrição do Livro de Moisés. Assim, se o céu decreta que ela te seja dada, leva contigo tua irmã. Desde agora, tu és seu irmão e ela tua irmã. Desde hoje, ela te é entregue para sempre. Que o Senhor do céu vos faça felizes esta noite, meu filho, e vos conceda misericórdia e paz!”

Ragüel chamou Sara, sua filha, e ela se aproximou. Ele tomou-a pela mão e entregou-a a Tobias, dizendo: “Recebe-a de acordo com a Lei e de acordo com o preceito escrito no Livro de Moisés, pelo qual ela te deve ser dada como esposa. Toma-a e leva-a, feliz, à casa de teu pai. Que o Deus do céu vos conduza em paz!” Chamou a mãe da moça e disse-lhe que trouxesse uma folha de papiro para escrever o contrato de casamento, declarando que a entregava a Tobias como esposa segundo a sentença da Lei de Moisés. E a mãe dela trouxe a folha de papiro e ele escreveu e assinou. Depois disso, começaram, então, a comer e a beber. Ragüel chamou Edna, sua mulher, e disse-lhe: “Irmã, prepara outro quarto e conduze Sara para lá”. Ela foi preparar o leito no quarto, como o marido lhe dissera e para lá conduziu a filha. Chorou sobre ela, mas, em seguida, enxugou as lágrimas e disse-lhe: “Coragem, minha filha! O Senhor do céu mude em alegria a tua tristeza. Coragem, filha!” E saiu.

Depois, os pais retiraram-se e fecharam a porta do quarto. Tobias levantou-se do leito e disse a Sara: “Levanta-te, irmã! Oremos e imploremos a nosso Senhor que nos conceda misericórdia e salvação”. Ela levantou-se, e ambos se puseram a orar e a suplicar que lhes fosse concedida a salvação. Ele começou dizendo: “Tu és bendito, ó Deus de nossos pais, e bendito é o teu nome, por todos os séculos e gerações! Que os céus e todas as tuas criaturas te bendigam por todos os séculos! Foste tu quem criou Adão, e para ele criaste Eva, sua mulher, para que lhe servisse de ajuda e apoio. De ambos teve início a geração dos homens. Tu mesmo disseste: ‘Não é bom que o homem esteja só. Vamos fazer-lhe uma auxiliar semelhante a ele’. Agora, Senhor, não é por desejo impuro que eu recebo, como esposa, esta minha irmã, mas faço-o de coração sincero. Sê misericordioso comigo e com ela e concede-nos que cheguemos, juntos, a uma idade avançada”. Disseram, depois, a uma só voz: “Amém! Amém!” E recolheram-se ao leito, aquela noite. - Palavra do Senhor.

Comentário: Rafael e Tobias conversam a respeito do matrimônio, um dos temas centrais do livro. No contexto do exílio e dispersão judaica, é importante que os casamentos se processem dentro do clã. Desse modo se evitam a descaracterização do povo e o empobrecimento ou até a total perda das propriedades da família. Por outro lado, para os antigos, os impulsos instintivos, no caso o sexual, eram causados pelos demônios. A derrota de Asmodeu liberta o matrimônio que, deixando de ser fato puramente instintivo, se transforma em relação plenamente humana. No projeto de Deus, o matrimônio não é tragédia que produz morte, mas relação de amor que, abençoada pelo mesmo Deus, liberta e gera a vida. O texto mostra como era celebrado o matrimônio no tempo da dispersão judaica: o pai entregava a filha ao pretendente, invocava a bênção de Deus e redigia o contrato de casamento. Mais importante é a semelhança de toda a cena com o mundo patriarcal de Gênesis 24. Salientando o matrimônio dentro do respeito para com as tradições dos antepassados, o autor frisa que os judeus da dispersão, “filhos de profetas”, devem testemunhar diante dos pagãos um modo de viver que continue fiel ao Deus de Abraão, Isaac e Jacó (cf. 4,12). Tobias segue cuidadosamente as instruções de Rafael. Elas, na verdade, revelam a vontade do Deus que só quer a vida. A oração de Tobias mostra que o matrimônio não é relação egoísta que diminui as pessoas e gera a morte, mas relação de partilha, onde os parceiros crescem juntos e geram a vida futura. Além disso, Isso não deve ser entendido como prisão perpétua, mas como abertura para a eternidade, pois todo amor verdadeiro tem vocação e eternidade.

Salmo: 127, 1-2. 3. 4-5 (R. Cf. 1a)
Felizes todos que respeitam o Senhor!

Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida.

Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos 12,28b-34

Naquele tempo, um mestre da Lei aproximou-se de Jesus e perguntou-lhe: "Qual é o primeiro de todos os mandamentos?" Jesus respondeu: "O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes".

O mestre da Lei disse a Jesus: "Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios". Jesus viu que tinha respondido com inteligência, e disse: "Tu não estás longe do Reino de Deus". E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus. - Palavra da Salvação.

Comentários:

A religião tem suas exigências. É preciso, porém, ter bom senso para não atribuir a Deus exigências humanas muitas vezes sem relevância. Assim como existem pessoas cuja tendência é minimizar as exigências religiosas, existem outras que tendem para o exagero. Ambas as posturas são incorretas, e não colaboram para um experiência religiosa sadia. No tempo de Jesus, havia uma ala do judaísmo tendente ao exagero, a ponto de reduzir a fé a um complexo de leis e mandamentos, de difícil execução. Será que Deus quer transformar nossa vida num infindável pode/não pode, deve/não deve, é permitido/é proibido? Uma religião assim vivida torna-se empobrecedora, porque torna o indivíduo escravo da Lei, sem tempo para relacionar-se com Deus de maneira prazerosa e alegre. A fé pregada por Jesus apoia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo. Portanto, a única exigência da religião de Jesus é que a pessoa não coloque a si mesma como centro, e sim, Deus e o amor ao próximo. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Interessante que quando nos deixamos envolver pela Palavra, logo somos cativados. Existe uma linha tênue entre descrença e fé, muitas vezes basta um pequeno sopro para devolver a vida a quem está na escuridão. O escriba que acompanhou tudo de perto não trazia no coração a malicia e a ganância de seus companheiros, Jesus percebeu que sua pergunta era de alguém desejoso de fazer a coisa certa, por isso responde que não há necessidade de sacrifícios, que o rigor da Lei termina por afastar e marginalizar.  “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Se amamos a Deus e vemos no próximo a figura de Deus, passaremos a amá-lo da mesma forma. Quando Jesus afirma que este é o maior Mandamento (v.31), não é difícil entender o porquê. Só podemos por em prática os demais Mandamentos tendo este como ponto de partida. A aceitação de Jesus como Messias é o caminho para salvação e quem dá esse primeiro passo não está longe do Reino.  (Ricardo e Marta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus) - Deus Único

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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