O que costuma acontecer a quem do alto de um monte olha para
o vasto mar lá embaixo, isto mesmo se dá com o meu espírito em relação à
altíssima palavra do Senhor: dessa altura olho para a inexplicável profundidade
de seu sentido.
A mesma vertigem que se pode sentir em alguns lugares da
costa, quando se olha desde uma grande elevação a cavaleiro das ondas para o
mar profundo, do alto saliente de um penhasco que, do lado do mar, parece
cortado pelo meio do vértice até a base mergulhada nas profundezas, sobrevém a
meu espírito suspenso à grande palavra proferida pelo Senhor: Bem-aventurados
os puros de coração, porque verão a Deus. Deus se oferece à visão daqueles que
têm o coração purificado. Deus, ninguém jamais o viu, diz o grande João.
Confirma esta asserção, Paulo, aquele espírito sublime: A quem homem algum vê
nem pode ver. Eis aqui o penhasco, escorregadio, despenhadeiro sem fundo,
talhado a pique, que não oferece em si nenhum ponto de apoio para a
inteligência da criatura! O próprio Moisés sentiu-se esmagado pela palavra: Não
há, diz ele, quem veja a Deus e continue a viver. Ele sentenciou que este
penhasco é inacessível, porque nunca nossa mente pode lá chegar, por mais que
se esforce por alcançá-lo, erguendo-se até ele.
Ora, ver a Deus é gozar a vida eterna. No entanto, que Deus
não possa ser visto, as colunas da fé, João, Paulo e Moisés, o afirmam.
Percebes a vertigem que arrasta logo o espírito para as profundezas do conteúdo
desta questão? De fato, se Deus é a vida, quem não vê a Deus não vê a vida. Mas
que não se possa ver a Deus, tanto os profetas quanto os apóstolos, levados
pelo Espírito divino, o atestam. Em que angústias, portanto, se debate a
esperança dos homens?
Contudo, o Senhor vem erguer e sustentar a esperança vacilante,
assim como fez a Pedro, a ponto de afundar, firmando-o na água tornada
resistente ao caminhar, para que ele não se afogasse.
Portanto, se a mão do Verbo se estender para nós, que
vacilamos no abismo de nossas especulações, colocando-nos em outra perspectiva,
perderemos o medo e, já seguros, abraçaremos o Verbo que nos conduz como que
pela mão, dizendo: Bem-aventurados os puros de coração porque eles verão a
Deus.
São
Gregório (335/394)
Bispo de Nissa - Padre
capadócio
Fonte: Liturgia das Horas
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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