A nossa é uma alma migrante e nossa existência é uma
peregrinação, um caminho, no qual nunca estamos sozinhos. E a promessa de Jesus de que estará conosco
até o fim, nos faz estar em pé com esperança, na certeza de que Deus pode
realizar aquilo que humanamente parece impossível.
Uma verdade reforçada também pelo anúncio profético do nome
que lhe será dado, “Emanuel”, que quer dizer, “Deus conosco”. Este mistério de
um Deus, portanto, cuja identidade é “estar com”, em particular “conosco”.
“O nosso – frisou o Pontífice - não é um Deus ausente,
levado por um céu muito distante; é, pelo contrário, um Deus “apaixonado” pelo
homem, tão ternamente amante, a ponto de ser incapaz de separar-se dele”:
“Nós humanos somos hábeis em cortar ligações e pontes. Ele,
pelo contrário, não. Se o nosso coração se esfria, o seu permanece
incandescente. O nosso Deus nos acompanha sempre, mesmo se por desventura nós
nos esquecemos d’Ele. Na linha que divide a incredulidade da fé, decisiva é a
descoberta de ser amados e acompanhados pelo nosso Pai, de não sermos nunca
deixados sozinhos por Ele”.
“A nossa existência – disse o Papa - é uma peregrinação, um
caminho”, e nossa alma, “é uma alma peregrina”. A Bíblia, neste sentido, é
repleta de histórias de peregrinos e viajantes, como Abraão, por exemplo que
recebeu de Deus a ordem “Saia da tua terra!”.
“E o Patriarca deixa aquele pedaço de mundo que conhecia bem
e que era o berço da civilização de seu tempo”. Mesmo que tudo conspirasse
contra a sensatez daquela viagem, “Abraão parte”:
“Não se torna homens e mulheres maduros se não se percebe a
atração do horizonte: aquele limite entre o céu e a terra que pede para ser
alcançado por um povo de caminhantes”.
E em seu caminho no mundo, “o homem nunca está sozinho”,
recorda Francisco. “Sobretudo o cristão não se sente nunca abandonado, pois
Jesus nos assegura não somente de nos esperar aos final de nossa longa viagem,
mas de nos acompanhar em cada um de nossos dias”, até o fim do mundo:
“Não existirá um dia de nossa vida em que deixaremos de ser
uma preocupação para o coração de Deus. E Deus, certamente proverá a todas as
nossas necessidades, não nos abandonará no tempo da provação e da escuridão.
Esta certeza pede para aninhar-se em nossa alma, para não apagar nunca. Alguém
a chama com o nome de “Providência””.
Não por acaso – observa o Papa – entre os símbolos cristãos
da esperança está a âncora, “que exprime que a nossa esperança não é vaga, não
é um sentimento momentâneo de quem quer melhorar as coisas deste mundo de
maneira irrealista, partindo somente da própria força de vontade”. “A esperança
cristã encontra sua raiz na segurança daquilo que Deus prometeu e realizou em
Jesus Cristo”.
“Por que temer?” -
pergunta o Santo Padre – se Ele garantiu nunca nos abandonar e se no
início de cada vocação existe um “segue-me”, “em que Ele no assegura de estar
sempre a nossa frente?”:
“Com esta promessa, os cristãos podem caminhar em toda
parte. Mesmo atravessando porções do mundo ferido, onde as coisas não estão
bem, nós estamos entre aqueles que também lá continuam a esperar”.
Se nós confiarmos unicamente em nossas forças – considera
Francisco – “teríamos razões em nos sentirmos desiludidos e derrotados, porque
o mundo muitas vezes se mostra refratário às ligações de amor. Mas se em nós
sobrevive a certeza de que Deus não nos abandona, que Deus ama a nós e este
mundo com ternura, então muda imediatamente a perspectiva”.
“A promessa de Jesus “Eu estou convosco” nos faz estar em pé
com esperança, confiando de que o bom Deus já está trabalhando para realizar
aquilo que humanamente parece impossível”.
“O santo povo fiel de Deus – disse o Santo Padre na
conclusão de sua catequese - é gente que sabe estar em pé e caminha na
esperança. E onde quer que vá, sabe que o amor de Deus o precedeu: não existe
lugar do mundo que fuja da vitória de Cristo ressuscitado, a vitória do amor”.
Fonte: Rádio
Vaticano - Audiência Gral
Foto retirada da internet
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