Liturgia Diária Comentada 01/06/2017 quinta-feira
7ª Semana da Páscoa - 3ª Semana do Saltério
Memória: SÃO JUSTINO Mártir
Prefácio Comum ou dos Mártires – Ofício da Memória
Cor: Vermelho - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 118,85.46 - Os pagãos me contaram suas
fábulas, mas nada valem perante a vossa lei. Diante dos reis falei de vossa
aliança sem me envergonhar, aleluia!
Oração do Dia: Ó
Deus, que destes ao mártir são Justino um profundo conhecimento de Cristo pela
loucura da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos
cercam e permanecer firmes na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos
22,30; 23,6-11
Naqueles dias, querendo saber com certeza por que Paulo
estava sendo acusado pelos judeus, o tribuno soltou-o e mandou reunir os chefes
dos sacerdotes e todo o conselho dos anciãos. Depois fez trazer Paulo e
colocou-o diante deles.
Sabendo que uma parte dos presentes eram saduceus e a outra
parte eram fariseus, Paulo exclamou no conselho dos anciãos: Irmãos, eu sou
fariseu e filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da nossa esperança
na ressurreição dos mortos. Apenas falou isso, armou-se um conflito entre
fariseus e saduceus, e a assembleia se dividiu.
Com efeito, os saduceus dizem que não há ressurreição, nem
anjo, nem espírito, enquanto os fariseus sustentam uma coisa e outra. Houve,
então, uma enorme gritaria. Alguns doutores da Lei, do partido dos fariseus,
levantaram-se e começaram a protestar, dizendo: Não encontramos nenhum mal
neste homem. E se um espírito ou anjo tivesse falado com ele?
E o conflito crescia cada vez mais. Receando que Paulo fosse
despedaçado por eles, o comandante ordenou que os soldados descessem e o
tirassem do meio deles, levando-o de novo para o quartel.
Na noite seguinte, o Senhor aproximou-se de Paulo e lhe
disse: Tem confiança. Assim como tu deste testemunho de mim em Jerusalém, é
preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma. - Palavra do Senhor.
Comentário: Podemos pensar que Paulo haja
interpretado a palavra do Senhor. “Assim como deste testemunho de mim em
Jerusalém, serás também minha testemunha em Roma”, como o anúncio de uma nova
missão de pregação e de grandes conversões, na capital do mundo então
conhecido. Após haver evangelizado meio mundo, estava na lógica das coisas aportar
a Roma, para concluir com chave de outro. Outros, porém, são os planos do
Senhor. Paulo irá, sim, a Roma mas acorrentado. Dará testemunho do evangelho,
não tanto com a palavra e com a ação, mas sobretudo com a prisão e o
derramamento do próprio sangue. O
Espírito é sempre imprevisível e soberanamente livre. Subverte os planos
humanos, inclusive os de Paulo, que deu tudo de si a serviço do evangelho. É
como um fogo devorador que entra na vida de cada um de nós e não deixa para nós
um ângulo sequer ou uma dobra do nosso espírito. Só assim, porém, quando formos
traspassados pelo fogo do Espírito, nos tornamos transparentes à sua palavra e
toda a nossa vida se torna testemunho. (Missal Cotidiano)
Salmo: 15, 1-2a.5. 7-8.
9-10. 11 (R.1)
Guardai-me,
ó Deus, porque em vós me refugio!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me
refugio! Digo ao Senhor: “Senhor vós sois meu Senhor”. Ó Senhor, sois minha
herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e
até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois
se o tenho a meu lado não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois
não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a
vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso
lado!
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 17,20-26
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e
rezou, dizendo: Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por
aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; para que todos sejam um como tu,
Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o
mundo creia que tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que
eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles
cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste
como me amaste a mim. Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde
eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste
porque me amaste antes da fundação do universo. Pai justo, o mundo não te
conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste. Eu
lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o
amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Jesus
nos pede para viver a unidade de tal modo que possamos testemunhar a unidade da
Trindade. Esta vivência da unidade não significa uma uniformidade, mas que
todos vivamos de acordo com as nossas condições e de diferentes formas os
mesmos valores. Assim, encontramos na Igreja diferentes formas de espiritualidade
e de ação evangelizadora totalmente diferentes entre si, mas essas diferenças
não ferem a unidade dos cristãos porque são formas diferentes e não essências,
são formas diferentes de viver a mesma fé e participar no mesmo projeto
anunciado por Jesus. (CNBB)
A
unidade foi o tema polarizador da pregação de Jesus, na etapa final do seu
ministério. Esta preocupação é facilmente compreensível. Ele conhecia bem o
coração humano, e sua tendência para a divisão, os conflitos, e a visão
distorcida da realidade. Sintoma do pecado, a ausência de comunhão coloca-se no
extremo oposto do ideal de Jesus. Foi este o alvo de sua ação redentora:
arrancar o ser humano do egoísmo, que perverte o coração e o afasta de Deus e
do próximo, levando a converter-se à unidade. O modelo de unidade vislumbrado
por Jesus é a comunhão trinitária. Portanto, ao apelar para a unidade, sua
intenção foi levar os seres humanos a viver de modo semelhante, como vivem o
Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o mesmo projeto, fundado na comunhão, que
Jesus propõe para a humanidade, a começar pelo grupo restrito dos discípulos. Para
Jesus, a comunhão dos discípulos reforçaria a credibilidade de sua condição de
enviado. Implantou-se uma forma de amor-comunhão, diferente das até então
conhecidas, é porque ele, de alguma forma, a tinha previamente experimentado na
comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Esta experiência prévia, no seio da
Trindade, possibilitou a Jesus mostrar aos seres humanos o que seria melhor
para eles. Sem amor-comunhão, só existe frustração. Não existe salvação
possível. É próprio do discípulo cultivar o ideal de ser perfeito na unidade. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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