O encontro de Nicodemos com Jesus e o testemunho de Pedro e
João depois da cura de um homem coxo de nascença foram o centro da homilia do
Papa Francisco.
“Jesus explica a Nicodemos, com amor e paciência, que é
preciso nascer do alto, nascer do Espírito. Portanto, mudar de mentalidade.”
Para entender melhor isso, o Papa refletiu sobre a Primeira Leitura da liturgia
do dia, extraída do Livro dos Atos dos Apóstolos. “Pedro e João curaram um
homem coxo de nascença, e os doutores da lei não sabiam como fazer, como
esconder este fato público.”
No interrogatório, Pedro e João “respondem com simplicidade”
e quando são intimados a não falar mais sobre o assunto, Pedro responde: “Não
podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido. Continuaremos assim.”
“Eis a concretude de um fato, a concretude da fé” em relação
aos doutores da lei que “querem negociar para alcançar um acordo”: “Pedro e
João têm coragem, franqueza, a franqueza do Espírito que significa falar
abertamente, com coragem, a verdade, sem nenhum pacto. Este é o ponto, a fé
concreta”:
“Às vezes, esquecemo-nos de que a nossa fé é concreta: o
Verbo se fez carne, não se fez ideia: tornou-se carne. Quando rezamos o Credo
dizemos coisas concretas: Creio em Deus Pai que fez o céu e a terra, creio em
Jesus Cristo que nasceu, que morreu...’. São coisas concretas. O Credo não diz:
Creio que devo fazer isso, que devo fazer aquilo ou que as coisas são para
isso...’ Não! São coisas concretas. A concretude da fé que leva à franqueza, ao
testemunho até o martírio, não faz pactos ou idealização da fé.”
“Para os doutores da lei, o Verbo não se fez carne, mas lei.
É preciso fazer isso só até aqui. Deve ser feito isso e não aquilo”:
“E assim, se engaiolaram nesta mentalidade racionalista que
não terminou com eles, hein? Na História da Igreja muitas vezes, a própria
Igreja que condenou o racionalismo, o Iluminismo, caiu nesta teologia do ‘pode
e não pode’, do ‘até aqui e até lá’, e se esqueceu da força, da liberdade do
Espírito, do renascer do Espírito que nos dá a liberdade, a franqueza da
pregação e de anunciar que Jesus Cristo é o Senhor.”
“Peçamos ao Senhor esta experiência do Espírito que vai e
vem e nos leva adiante, do Espírito que nos dá a unção da fé, a unção da
concretude da fé”:
”O vento sopra onde quer e ouve-se a sua voz, mas não se
sabe de onde vem e nem para onde vai. Assim é todo aquele que nasce do
Espírito: ouve a voz, segue o vento, segue a voz do Espírito sem saber aonde
terminará, pois optou pela fé concreta e pelo renascimento no Espírito. Que o
Senhor dê a todos nós este Espírito pascal a fim de caminhar nas estradas do
Espírito sem acordos, sem rigidez, mas com a liberdade de anunciar Jesus Cristo
assim como Ele veio: em carne.”
Papa Francisco
Fonte: Rádio
Vaticano
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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