Senhor Jesus, vós nos disseste: "Eu vim para servir e não
para ser servido". Rogamos, pelo exemplo de Santa Léia, que embora fosse
superiora colocou-se como escrava das outras religiosas, saibamos também nós
encontrarmos alegria em servir e em todas as circunstâncias exercer a
verdadeira caridade. Santa Léia, rogai por nós.
Santa Léia nasceu em Roma no
século IV, pouco se conhece sobre a vida de Santa Léia, uma rica romana que
quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume
da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua
própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros
fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e
bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na
cidade eterna.
Santa Léia recusara ninguém
menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe,
que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e
privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e
incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela
pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à
penitência.
A jovem abandonou os finos
vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as
tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras
religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas,
o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma
recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre
superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria,
tranqüilidade e a mesma humildade.
Esses poucos dados sobre Léia
estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua
morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu
Vécio, o consul, rejeitado por ela.
Na ocasião dessas mortes,
Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém,
depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo
o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou a essas
religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o
riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em
escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na
luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade.
“Pelo coral dos anjos ela foi escoltada até o seio de
Abraão e, como Lázaro outrora pobre, vê agora o rico cônsul outrora vestido de
púrpura, e que agora, não está adornado da palma, mas envolvido na escuridão.
Este pede a Léia que lhe deixe cair uma gota do seu dedo mindinho.”
Logo foi venerada pelo povo
que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil
compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto
de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que
Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira
de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.
Fonte: Edições Paulinas -
Editora Cléofas - Assoc. do Senhor Jesus
Foto
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