“Eu creio que um dia me tornarei um cristão de verdade,
então deverei envergonhar-me, sobretudo, não por não me ter tornado cristão
antes, mas por haver tentado primeiro todas as fugas” (Kierkegaard,Soren,
Diário, 8/12/1837). Estas palavras do filósofo poeta cristão dinamarquês
introduzem o sentido da quaresma. Agora é o tempo favorável em que ressoa o
convite para tomar uma decisão séria, radical, operativa e pessoal para me
tornar cristão de verdade.
Todos têm uma rotina diária que vai imprimindo uma forma
quase mecânica e automática de viver. Não se trata apenas das atividades
diárias para as quais a rotina organiza o dia e permite cumprir as obrigações.
Mas a rotina também pode tomar conta da maneira como as pessoas se relacionam.
O outro se torna peça de engrenagem que faz funcionar o meu dia. A rotina
também invade a vida espiritual e o relacionamento com Deus. Enfim, a rotina
acomoda, vai enfraquecendo as relações interpessoais, a empatia e o entusiasmo
vai diminuindo. Como também pode passar a falsa impressão de que tudo está bem.
Um dia o papa emérito Bento XVI disse que a nossa maior ameaça “é o medíocre
pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede
com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em
mesquinhez”.
Viver bem a quaresma é uma oportunidade para se questionar e
sacudir a rotina diária. Estou me tornando um cristão melhor? A minha presença,
seja na família, no trabalho, na sociedade, é sal e luz? Além de constatar os problemas,
faço algo além disso? Ao tentarmos responder estas perguntas ou outras,
certamente, vamos perceber que em muitos aspectos podemos estar bem e em outros
não.
Voltando à frase de Kierkegaard, citada anteriormente. Ele
afirma que não se envergonhava das suas contradições da vivência cristã. Tinha
a convicção de que o mundo só viu um cristão autêntico, isto é, coerente entre
a proposta cristã e a sua plena vivência, que foi Jesus Cristo. Todos as outras
pessoas denominadas cristãs vão se tornando cristãs, sem nunca chegarem a
completude. É a interpretação que faz do seguimento proposto por Jesus Cristo.
“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”
Mateus 16, 24).
Kierkegaard declara que se sentirá envergonhado “por haver
tentado primeiro todas as fugas”. As formas de fuga podem ser várias: ignorar
os problemas; desviar das responsabilidades; fechar-se sobre si mesmo;
justificar a própria postura e a indiferença diante das inúmeras situações que
se apresentam; acomodar-se com a rotina; não ter espaço para questionar os
próprios valores; relativizar as exigências; responsabilizar sempre os outros.
A Campanha da Fraternidade, dentro da quaresma, é uma
provocação, pois insere um tema novo na rotina. Este ano, a Igreja propõe o
tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema é “Cultivar
e guardar a criação” (Gn 2,15) O objetivo é o cuidado da criação, de modo
especial dos biomas brasileiros, promovendo relações fraternas com a vida e a
cultura dos povos, à luz do Evangelho. Novamente, aborda um tema relacionado
com a ecologia. O tema volta porque os problemas nesta área são muitos e é
preciso uma conversão pessoal e social, também nesta área.
Dom Rodolfo Luís Weber / Arcebispo
de Passo Fundo
Fonte: CNBB
Foto retirada da internet
caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.
DEIXE SEU PEDIDO DE ORAÇÃO
Fique com Deus e sob a
proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja
Católica
Se desejar receber nossas
atualizações de uma forma rápida e segura, por favor, faça sua assinatura, é
grátis. Acesse nossa pagina: https://ocristaocatolico.blogspot.com.br/ e cadastre seu e-mail para recebimento automático,
obrigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ajude-nos a melhorar nossa evangelização, deixe seu comentário. Lembre-se no seu comentário de usar as palavras orientadas pelo amor cristão.
Revista: "O CRISTÃO CATÓLICO"
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica