3ª Semana da Quaresma - 3ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano “A” Mateus
Antífona: Eu
sou a salvação do povo, diz o Senhor: quando, em qualquer aflição, chamarem por
mim, eu os ouvirei e serei seu Deus para sempre.
Oração do Dia: À medida que se
aproxima a festa da salvação, nós vos pedimos, ó Deus, que nos preparemos com
maior empenho para celebrar o mistério da Páscoa. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Profeta
Jeremias 7,23-28
Assim fala o Senhor: Dei esta
ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis
o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes
felizes. Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo
as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, desde o
dia em que seus pais saíram do Egito até o dia de hoje. A todos enviei meus
servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; mas não ouviram
e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda
pior que seus pais. Se falares todas essas coisas, eles não te escutarão, e, se
os chamares, não te darão resposta. Dirás, então: Esta é a nação que não
escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção. Sua fé morreu, foi
arrancada de sua boca. - Palavra do Senhor.
Comentário: Ao formalismo do tempo de
Sião pode corresponder; no culto cristão, o formalismo da Palavra. Ao
escutá-la, portanto, cumpre ter disposição interior para aceitá-la como
expressão da vontade de Deus e norma de ações. A palavra de Deus não pode encontrar
esta resposta se não for lida no acontecimento que se cumpre, se não revelar a
presença de Deus no mundo atual. Caso contrário, permanece abstrata e ineficaz.
De fato a Palavra de Deus, mesmo inspirada, e sobretudo a palavra da pregação,
não são absolutas, porquanto são apenas a interpretação e o comentário de uma
Palavra mais profunda que é a manifestação de Deus através do acontecimento.
(Os relatos da ressurreição de Jesus são palavras de Deus, como são palavras de
Deus, embora em outro nível, as alocuções dos sacerdotes na Páscoa; mas a
verdadeira Palavra de Deus é a ressurreição de Cristo, o acontecimento
entrelaçado na vida dos homens mediante o qual Deus falou). A Palavra de Deus,
por conseguinte é mais profunda do que tudo o que dela se diz. A obediência à
palavra é, por isso, comunhão com Deus, presente em nossa vida e em nossos
atos, verificada à luz objetiva das palavras ditas sobre a Palavra. (Missal
Cotidiano)
Salmo: 94, 1-2. 6-7. 8-9
(R. 8)
Oxalá ouvísseis
hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e
com cantos de alegria o celebremos!
Vinde adoremos e prostremo-nos por
terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso
Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua
mão.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: 'Não
fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em
que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras'.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,14-23
Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o
demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. Mas
alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os
demônios”. Outros, para tentar Jesus,
pediam-lhe um sinal do céu. Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes:
“Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima
da outra. Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá
sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os
demônios. Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os
expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é
pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de
Deus. Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão
seguros. Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe
a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. Quem não está comigo
está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Estamos
vivendo uma época em que as posições em relação a Satanás são contraditórias.
Existem algumas pessoas que dizem que o demônio não existe, que é uma espécie
de personificação das más tendências e inclinações das pessoas e que essa
história de anjo decaído não passa de mitologia. Por outro lado, existem os que
absolutizam a ação do demônio, de modo que tudo é o inimigo agindo, é fruto do
maligno e outras coisas do gênero. A Igreja afirma a existência do demônio, mas
também afirma que o poder de Deus é infinitamente superior ao dele. No
Evangelho de hoje, Jesus nos mostra o seu poder sobre o maligno, poder que se
manifesta na totalidade no Mistério Pascal, que é a derrota definitiva do
antigo inimigo. (CNBB)
A
presença do Reino de Deus na história da humanidade revelava-se no poder de
Jesus de expulsar os demônios, libertando todo ser humano desse poder opressor.
Essa libertação significava a retomada do senhorio de Deus na vida de quem era
dominado pelo maligno, possibilitando-lhe, novamente, a vivência do amor e da
solidariedade. Jesus personificava o Reino de Deus na medida em que estava todo
centrado no Pai, cujas obras buscava realizar. Em suas ações, revelava-se
"o dedo de Deus" na vida de tantas pessoas privadas de sua dignidade.
Contudo, isto não era evidente! Só quem estava sintonizado com Jesus tinha
condições de perceber Deus agindo por meio dele. Caso contrário, corria-se o
risco de interpretá-lo mal e fazê-lo objeto de falsas acusações. Foi o que
aconteceu quando o acusaram de agir com o poder de Belzebu, o chefe dos demônios.
Ou quando exigiam dele sinais sempre mais mirabolantes, como prova da autenticidade
do seu messianismo. O fato de ser incompreendido não impedia Jesus de seguir
adiante. Movia-o somente a consciência de dever ser fiel ao Pai. Por isso, não
cessava de dar testemunho do amor que Deus derramava sobre a humanidade. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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