1ª Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo
89,1-2 - Vós fostes, Senhor, o refúgio para nós de geração em geração:
desde sempre e para sempre vós sois Deus.
Oração do Dia: Olhai, ó Deus, vossa família e fazei crescer no vosso amor
aqueles que agora se mortificam pela penitência corporal. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Profeta
Isaías 55,10-11
Isto diz o Senhor: Assim como a chuva e a neve descem do céu
e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la
germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra
que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que
for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la. -
Palavra do Senhor.
Comentário: A vida cristã é vida de
esperança. Os pagãos são aqueles que não têm esperança. A esperança não é
resignação, aceitação passiva da vontade de um Deus que não é conhecido como
pai; não é tampouco simples otimismo, visão rósea das coisas, própria de um
caráter feliz e quiçá superficial. Esperança é certeza de que nossa vida e a
vida do mundo estão em boas mãos. Certeza de que Deus tem a respeito de cada um
de nós as melhores intenções e que sua palavra realiza sempre o que promete. A
esperança do feliz êxito do mundo não tem, portanto, melhor apoio que a fé em
Deus.
(Missal Cotidiano)
Salmo: 33, 4-5. 6-7.
16-17. 18-19 (R. 18b)
O Senhor
liberta os justos de todas as angústias.
Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,
e de todos os temores me livrou.
Contemplai a sua face e alegrai-vos, e
vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.
O Senhor pousa seus olhos sobre os
justos, e seu ouvido está atento ao seu chamado; mas ele volta a sua face
contra os maus, para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso
escuta e de todas as angústias os liberta. Do coração atribulado ele está perto
e conforta os de espírito abatido.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando
orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão
ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai
sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. Vós deveis rezar assim:
Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia
dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido, e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. De fato, se
vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos
céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai
também não perdoará as faltas que vós cometestes.- Palavra da Salvação.
Comentários:
A
eficácia da oração não é determinada pela quantidade de palavras nela
presentes, pelo seu volume ou pela sua visibilidade, mas antes de tudo pela
capacidade de estabelecer um relacionamento sério, profundo e filial com Deus.
Quem fala muito, grita e fica repetindo palavras é pagão, que não é capaz de
reconhecer a proximidade de Deus e ter uma intimidade de vida com ele. A oração
também deve ter um vínculo muito profundo com o próprio desejo de conversão e
de busca de vida nova, de modo que ela não seja discursiva, mas existencial e o
falar com Deus signifique estabelecer um compromisso de vida com ele e para
ele. (CNBB)
Os
discípulos de Jesus foram orientados a não rezar como os gentios que pensavam
poder convencer Deus e atrair seus favores, à custa de muito falar. Existia,
também, os que se dirigiam a Deus em altos brados, como forma de se fazerem
ouvir. Apesar de o Mestre ter atribuído esta forma de rezar aos pagãos, o que
ele estava condenando, agora, era a forma acintosa de rezar, praticada por
certos fariseus. Quem se vangloriava da própria prática religiosa, estava longe
de rezar de maneira conveniente. Faltava-lhes rezar com simplicidade. A oração
que Jesus colocou nos lábios dos discípulos pode ser definida como a oração dos
simples. Por um lado, ela é calcada na absoluta confiança no Pai, de quem se
espera tudo, por saber ser ele a fonte de todos os bens. Por outro lado, suas
palavras correspondem ao que é essencial na relação do ser humano com Deus, com
o próximo e com os bens da criação, de modo especial, o pão cotidiano. Seria um
erro fatal confundir a oração ensinada por Jesus como escola de conformismo e
alienação. O que o discípulo orante fala ao Pai é o que busca colocar em
prática no seu dia-a-dia. Ele deve ser o primeiro a santificar o nome de Deus,
a empenhar-se para que seu Reino aconteça, a fazer a vontade divina. Será
sempre o primeiro a partilhar, a perdoar e a esforçar-se para não ser levado
pelo espírito do mal. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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