Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo
105,47 - Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos
pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso
louvor.
Oração do Dia: Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo coração e
amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Carta aos Hebreus
12,4-7.11-15
Irmãos, vós ainda
não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado, e já esquecestes as
palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: “Meu filho,
não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando ele te repreende; pois
o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho”. É para a vossa
educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a
quem o pai não corrige? No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas
causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que
nela foram exercitados. Portanto, “firmai as mãos cansadas e os joelhos
enfraquecidos; acertai os passos dos vossos pés”, para que não se extravie o
que é manco, mas antes seja curado. Procurai a paz com todos, e a santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor; cuidai para que ninguém abandone a graça de
Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e
contaminando a Comunidade. - Palavra do Senhor.
Comentário: Após uma visão mais
"teológica" do mistério do sofrimento, eis agora uma visão mais
"pedagógica". As dificuldades são encaradas como prova de amor de um
pai que nos conhece intimamente "sabe de que somos feitos", e nos
corrige para o nosso bem, na medida que podemos suportá-las. Toda a história de
Israel ilumina-se com esta perspectiva: Israel é como um filho que precisa ser
educado até a maturidade. O cativeiro no Egito, a travessia do deserto, as
lutas pela conquista da Palestina, os fracassos militares, o imenso drama da
deportação, os sacrifícios da reconstrução, as perseguições helenistas: outras
tantas etapas dessa purificação religiosa e moral, mediante a qual vai
amadurecendo o "resto de Israel", como também os "pobres de
Javé", Jesus Cristo e os seus discípulos. Aceitando o sofrimento, Cristo
tornou-o suportável, porque lhe deu sentido. "Embora fosse Filho,
aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento; e, levado a perfeição,
tornou-se para todos os que lhe obedecem princípio de salvação eterna" (Hb
5,8-9). (Missal Cotidiano)
Salmo: 102,1-2. 13-14.
17-18a (R. Cf. 17)
O amor do
Senhor por quem o respeita, é de sempre e para sempre
Bendize, ó minha
alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao
Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
Como um pai se
compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que o temem. Porque sabe
de que barro somos feitos, e se lembra de que apenas somos pó.
Mas o amor do
Senhor Deus por quem o teme é de sempre e perdura para sempre; e também sua
justiça se estende por gerações até os filhos de seus filhos, aos que guardam
fielmente sua Aliança.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,1-6
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus
discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na
sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu
ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são
realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e
irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui
conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus lhes dizia: “Um
profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. E
ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as
mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das
redondezas, ensinando. - Palavra da
Salvação.
Comentários:
Muitas
vezes, nós nos apegamos apenas à realidade aparente e colocamos a nossa
confiança apenas em critérios humanos para a compreensão dessa realidade.
Confiamos principalmente nas nossas experiências pessoais e no que as ciências
modernas nos ensinam. Tudo isso faz com que tenhamos uma visão míope da
realidade, fato que tem como consequência o endurecimento do nosso coração e o
fechamento ao transcendente, ao sobrenatural e, principalmente, às realidades
espirituais e eternas. Quando nos fechamos ao próprio Deus, simplesmente nos
tornamos incapazes de ver sua presença no nosso dia a dia e dificultamos a sua
ação, que visa principalmente o nosso bem. (CNBB)
O
saber de Jesus deixava admirados os seus conterrâneos. Especialmente quem
convivera com ele, durante o longo período de vida escondida em Nazaré,
perguntava-se pela origem de tanta sabedoria. Não havia explicação plausível,
em se considerando sua origem familiar. Seus pais eram pessoas simples,
desprovidas de recursos para oferecer-lhe uma formação esmerada, que o tornasse
superior aos mestres conhecidos. Sua pregação, na sinagoga, não dava margem
para dúvidas. Ele possuía, de fato, uma ciência elevada, desconhecida até
então. Diante desta incógnita, os conterrâneos de Jesus deixaram-se levar pelo
preconceito: não é possível que o filho de um carpinteiro, pobre e bem
conhecido de todos, possua uma tal sabedoria! Sem dúvida, este preconceito
escondia outro elemento muito mais sério. Quiçá desconfiassem que a sabedoria
de Jesus fosse de origem espúria, por exemplo, obra do demônio. Em outras palavras:
aquilo não parecia ser coisa de Deus. A decisão de desprezá-lo e não lhe dar
ouvidos decorre destas explicações. Era perigoso enveredar por um caminho
contrário à fé tradicional, desviando-se de Deus. A incredulidade de sua gente
deixava Jesus admirado, a ponto de decidir realizar, em Nazaré, poucos
milagres. Seu povo perdia, assim, uma grande oportunidade de conhecê-lo melhor,
e descobrir, de maneira acertada, a origem de seu saber. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Sabemos
que não era reservado apenas aos sacerdotes e doutores da Lei a interpretação
dos textos, qualquer homem adulto poderia expressar sua opinião, mas é notório
que o medo de se pronunciar e expor seus pensamentos levava o povo a ser taxado
de ignorante. Diante da iniciativa de Jesus todos no primeiro momento ficam
admirados com sua sabedoria e com seus feitos, mas em seguida vem à rejeição,
por quê? Será que o projeto de libertação é novamente jogado ao vento, e desta
vez por seus conterrâneos pelo veneno do preconceito e da inveja. “Esse mero
carpinteiro”, que conviveu a vida toda conosco, sabemos que “não frequentou
escola superior”, “um João ninguém” igual a nós, e “agora quer dá uma de
doutor”. A reação de descontentamento de Jesus serve de alerta para muitos nos
dias de hoje, que afastam de nossas igrejas ou isolam em um cantinho qualquer,
muitos irmãos, pelos mesmos motivos pelo qual o Messias foi rejeitado. (Ricardo
Feitosa)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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