O trecho evangélico está no contexto das bem-aventuranças.
Os que são proclamados bem-aventurados, não o são só para si mesmos, mas também
perante o mundo; para a realidade terrestre são luz e sal. "Vós sois a luz
do mundo": Jesus disse estas palavras em primeiro lugar para os que creem,
os discípulos que são os pobres, os mansos, os que têm fome e sede de
justiça... São luz não porque pertencem à Igreja, ou porque tenham uma doutrina
de salvação a comunicar, nem porque são homens de oração e fiéis ao culto; mas,
em primeiro lugar, porque são pobres, mansos, puros de coração...
Vejam vossas boas obras
A 1ª leitura o acentua. Ao povo hebreu, preocupado com a
prática exterior e irrepreensível do culto, atarefado em reconstruir o templo
destruído, Deus lembra que, mais do que o esplendor do culto, o que lhe agrada
é que hospedem os desabrigados, dividam o pão com o faminto... "Então a
tua luz romperá como a aurora". Não basta rezar e jejuar. A oração e o
jejum devem ser acompanhados da ação, "para fazer brilhar a luz nas trevas
A abstinência do alimento vale pouco se não for para nutrir o faminto”. Como
pode o discípulo, concretamente, tornar-se "sal da terra e luz do
mundo", está dito também claramente no evangelho quando conclui: "Vejam
as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus". Não são
as palavras que dão testemunho da vinda do reino de Deus, mas a prática da
vida, o comprometer-se em tarefas construtivas. O discípulo deve misturar-se,
penetrar profundamente no mundo para dar-lhe o sabor novo, o fermento de
salvação trazido por Cristo.
No rito do batismo, o sacerdote entrega ao pai do batizando
uma vela acesa no círio pascal. Cristo ressuscitado é a "luz". O
batizado é o "iluminado" que se insere na morte-ressurreição de
Cristo. Viver a luz é o compromisso que o espera: o Espírito o
"move", o "arrasta". As "obras da luz" são obra
do Espírito através da fragilidade do homem. Não há lugar para presunção,
vanglória, soberba.
Onde está hoje a luz que
salva?
O evangelho fala de sal insípido, que "para nada serve
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens". Fala-se de luz
escondida "sob o alqueire". É um convite a "provar" a
qualidade do nosso sal de cristãos de hoje, e a ver com que obstáculos
ocultamos a luz do evangelho. A firmeza de Isaias não nos permite gracejar ou
complicar com sutilezas a palavra de Deus.
Ainda hoje contam-se às centenas de milhões os famintos no
mundo, e estão sempre aumentando, consequência de uma lógica férrea, própria de
um sistema econômico desumano, que acumula riquezas cada vez maiores nas mãos
dos que já estão fartos e despoja inexoravelmente os miseráveis. O embaraço
ainda se torna maior quando lançamos um olhar sobre o mapa da fome, da miséria
e da opressão. Os países "tradicionalmente cristãos" estão no auge da
riqueza, da opulência.
Sinal ou barreira
Surge então a pergunta se também nós, cristãos, não apoiamos
um sistema injusto e opressor dos fracos e dos pobres. A pobreza do Terceiro
Mundo e as estatísticas do subdesenvolvimento não se explicam pela recusa da
técnica, ou pela preguiça congênita e irremediável, mas pela secular exploração
das matérias-primas, pela submissão forçada a uma raça, pelo comércio
internacional baseado na intimidação ou na boicotagem, nas "ajudas" internacionais
como modo de desfazer-se utilmente de mercadorias inúteis. Fica então uma
interrogação: será que a luz de Cristo ainda ilumina este "mundo" ou,
ao contrário, ilumina só um "mundo futuro", para o qual devemos
caminhar como num êxodo? A comunidade cristã de hoje corre o risco de ocultar
atrás de pesadas barreiras a luz de Cristo. A não consciência da solidariedade
no testemunho, o desinteresse por uma expressão comunitária da nossa fé, a
política de se lavar as mãos quanto aos fatos em que não estão em jogo os
nossos interesses, a intervenção ingênua em defesa da "ordem
constituída" impedem às nossas comunidades eclesiais de fazer ver a luz. É
necessária uma continua reflexão a fim de que as estruturas não se tornem
barreira ou contratestemunho da nossa Igreja. E a reflexão deve tornar-se ação,
com sabedoria e eficácia, para não destruir nada de válido, para fazer brotar
as sementes de bem que existem por toda parte e que esperam um bom terreno, um
cultivo cuidadoso e o confiante recurso ao auxílio decisivo de Deus.
·
Primeira Leitura: Livro do Profeta Isaías 58,7-10
·
Salmo: 111,4-5.6-7.8a.9
(R.4b.3b)
·
Segunda Leitura: Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 2,1-5
·
Evangelho: de Jesus Cristo segundo
Mateus 5,13-16
Fonte:
Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet
caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.
DEIXE SEU PEDIDO DE ORAÇÃO
Fique com Deus e sob a
proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja
Católica
Se
desejar receber nossas atualizações de uma forma rápida e segura, por favor,
faça sua assinatura, é grátis.
Acesse nossa pagina: http://ocristaocatolico.blogspot.com.br/ e cadastre seu e-mail para recebimento automático,
obrigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ajude-nos a melhorar nossa evangelização, deixe seu comentário. Lembre-se no seu comentário de usar as palavras orientadas pelo amor cristão.
Revista: "O CRISTÃO CATÓLICO"
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica