5ª Semana do Tempo Comum - 1ª Semana do Saltério
Memória: SANTA ESCOLÁSTICA - Virgem
Prefácio comum ou das virgens - Ofício da memória
Cor: Branco - Ano “A” Mateus
Antífona: Exultemos
de alegria, pois o Senhor do universo amou esta virgem santa e gloriosa.
Oração do Dia: Celebrando a festa da santa Escolástica, nós vos
pedimos, ó Deus, a graça de imitá-la, servindo-vos com caridade perfeita e
alegrando-nos com sinais do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Gênesis
3,1-8
A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos
que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: É verdade que Deus vos
disse: Não comereis de nenhuma das árvores do jardim? E a mulher respondeu à
serpente: Do fruto das árvores do jardim, nós podemos comer. Mas do fruto da
árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: Não comais dele nem sequer o
toqueis, do contrário, morrereis. A serpente disse à mulher: Não, vós não morrereis.
Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e
sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era
atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento. E colheu um fruto,
comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. Então, os olhos
dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com
folhas de figueira. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava pelo
jardim à brisa da tarde, Adão e sua mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio
das árvores do jardim. - Palavra do Senhor.
Comentário: O amor humano entre marido e
mulher, valor to sublime e grande, tem-se tornado frequentemente instrumento de
dominação e causa de ódio e divisão. Mas “no princípio não era assim”: Não é
esta a intenção de Deus. O homem deve contestar a realidade presente, e construir
uma nova conforme o desígnio de Deus. Diz o Vaticano II: “Justamente porque ato
eminentemente humano, realizando-se diretamente de pessoa para pessoa com um
sentimento que nasce da vontade, o amor entre marido e mulher abrange o bem de
toda a pessoa e, por isso, tem a possibilidade de enriquecer com particular
dignidade os sentimentos do espírito e suas manifestações físicas, e de
nobilitá-las como elementos e sinais especais da amizade conjugal. O Senhor
mesmo corrigiu e elevou este amor com um dom especial de graça a caridade”. (COMENTÁRIO
BÍBLICO vol. III Edições Loyola)
Salmo: 31, 1-2. 5. 6. 7
(R. Cf. 1a)
Feliz aquele
cuja falta é perdoada!
Feliz o homem que foi perdoado e cuja
falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo
culpado, e em cuja alma não há falsidade!
Eu confessei, afinal, meu pecado, e
minha falta vos fiz conhecer. Disse: "Eu irei confessar meu pecado!"
E perdoastes, Senhor, minha falta.
Todo fiel pode, assim, invocar-vos,
durante o tempo da angústia e aflição, porque, ainda que irrompam as águas, não
poderão atingi-lo jamais.
Sois para mim proteção e refúgio; na
minha angústia me haveis de salvar, e envolvereis a minha alma no gozo da
salvação que me vem só de vós.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 7,31-37
Naquele tempo, Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou
por Sidônia e continuou até o mar da Galiléia, atravessando a região da
Decápole. Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram
que Jesus lhe impusesse a mão. Jesus afastou-se com o homem, para fora da
multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva
tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer
dizer: “Abre-te!” Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e
ele começou a falar sem dificuldade. Jesus recomendou com insistência que não
contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. Muito
impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz
ouvir e aos mudos falar”. - Palavra
da Salvação.
Comentários:
A
comunicação é fundamental para que a pessoa possa viver em sociedade, e quem
tem dificuldades para se comunicar pode facilmente ser excluído da comunidade à
qual pertence. Quando vemos Jesus curar o surdo-mudo, ele não está simplesmente
resolvendo o problema de saúde de alguém, mas está criando condições para que
essa pessoa possa ser integrada na comunidade em que vive, possa também
discutir os seus valores e deixar de ser uma pessoa com dependência, mas ser
protagonista da sua história e da sua própria vida, portanto os benefícios que Jesus
propicia ao surdo mudo vão muito além da simples cura. (CNBB)
Jesus
"fazia bem todas as coisas". Isto revela o empenho que colocava no
exercício de sua missão. Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia
benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas.
Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude. No caso do
surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além da cura
física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir perfeitamente,
e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade, já é, por si,
formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a ação de Jesus
fosse declarada bem-feita. Era necessário possibilitar ao surdo-mudo um
"abrir-se" ainda mais radical: desfazer-lhe as outras prisões, e num
nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena sintonia com Deus e
com os seus semelhantes. Sem esta passagem da cura física à cura espiritual, a
primeira não teria muita importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e
da mudez para levar uma vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados?
Tem sentido ser privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e
recusar-se a ser misericordioso com o próximo? Só uma cura radical
possibilitaria àquele homem ser misericordioso com os demais. E era isto que
interessava a Jesus. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Jesus
que inicialmente tinha se tirado a uma região pagã para fugir do assedio do
povo e da perseguição das autoridades, retorna a sua missão impelido pela
necessidade de fazer cumprir a vontade do Pai. Na cura do surdo Jesus volta o
olhar para o céu como uma forma de deixar transparecer que toda sua ação está
diretamente ligada a Deus. (“...os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua
se lhe desfez e ele falava perfeitamente.” v.35) Aqui temos a lição por trás do
milagre. A missão de Jesus é abrir nossos ouvidos para a Palavra de Deus e para
sermos anunciadores da Boa Nova. (Ricardo e Marta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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