Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 65,4
- Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso
nome, Deus altíssimo!
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra,
escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Carta aos Hebreus
5,1-10
Todo sumo sacerdote
é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se
referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe ter
compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado
de fraqueza. Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo,
como pelos seus próprios.
Ninguém deve
atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão. Deste
modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser sumo sacerdote,
mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. Como diz
em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec”.
Cristo, nos dias de
sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas,
àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua
entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus
por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de
salvação eterna para todos os que lhe obedecem. De fato, ele foi por Deus
proclamado sumo sacerdote na ordem de Melquisedec. - Palavra do Senhor.
Comentário: A consideração do sacerdócio
de Cristo nos leva a refletir sobre o sacerdócio católico. A atenção aos
problemas do mundo em que vivemos, a exigência de engajamento na vida social e
política, a alegria do que é “sagrado” desviaram a atenção daquilo que
constitui a substância do sacerdócio,
segundo o modelo que a Escritura nos apresenta em Cristo. Daí as
características essenciais de todo sacerdote: deve ser verdadeiro homem, que
vive em plenitude a sua vida de homem, que colabora com os outros na construção
de um mundo cada vez mais digno dos homens; deve ser escolhido por Deus para um
dever específico, não tanto para uma dignidade quanto para um ministério; deve
estar pronto a dar-se ao serviço para que foi escolhido, como Cristo. Cada
cristão, consciente da grandeza da função a que são chamados os sacerdotes, e
também de sua fraqueza e pobreza como homens que são, sentir-se-á solidário com
eles na comum vocação cristã e na construção da comunidade da nova aliança.
(Missal Cotidiano)
Salmo: 109,1. 2. 3. 4 (R.
4bc)
Tu és
eternamente sacerdote segundo a ordem do rei Melquisedec!
Palavra do Senhor
ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos
teus como escabelo por debaixo de teus pés!”
O Senhor estenderá
desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz: “Domina com vigor teus inimigos.
Tu és príncipe
desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o
orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”
Jurou o Senhor e
manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei
Melquisedec!”
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 2,18-22
Naquele tempo, os discípulos de João Batista e os
fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos
de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?”
Jesus respondeu: “Os convidados de um casamento
poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o
noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. Mas vai chegar o tempo em
que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar.
Ninguém põe um remendo de pano
novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão
fica maior ainda. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo
arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo
em odres novos”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Em
todas as épocas, as pessoas sempre valorizaram as práticas religiosas, e, entre
essas práticas, o jejum. Na época de Jesus, não era diferente. Por isso, os
fariseus procuram Jesus e o questionam sobre a prática do jejum por parte dele
e dos seus discípulos. Jesus nos mostra que as práticas religiosas só têm
sentido enquanto são manifestações do relacionamento que temos com Deus, e que
o Novo Testamento apresenta essa grande novidade em relação ao Antigo. Assim,
percebemos que Jesus veio nos trazer algo realmente novo, e não apenas colocar
rótulos novos nas coisas velhas que já existiam antes da sua vinda ao mundo.
(CNBB)
A
intransigência dos fariseus, quanto à prática do jejum, foi firmemente
rejeitada por Jesus. Para darem prova de piedade, certos fariseus e certos
discípulos de João Batista exageravam na prática de jejuns não obrigatórios. E
se admiravam por que os discípulos de Jesus não faziam o mesmo. O jejum tem uma
forte conotação de penitência, de recolhimento e de interiorização. Em torno
desta prática, cria-se um clima especial que ajuda o jejum a atingir seu
objetivo: levar a pessoa a se tornar senhora de si mesma, dominar seus
instintos e suas paixões. Embora desejando que os discípulos tivessem
autocontrole, Jesus preferia que, em torno dele, houvesse um clima festivo de
alegria. Daí ter falado de sua presença no meio deles servindo-se da metáfora
da festa de casamento. Era assim que a piedade popular entendia os tempos
messiânicos. Os ditados a respeito de vestidos e vinhos novos e velhos também
se situam neste ambiente de festa. A presença do Messias Jesus deveria levar o
discípulo a superar toda tristeza. Com o Mestre, renascia a esperança, pois a
boa-nova do Reino descortinava um horizonte novo. Por conseguinte, seria
insensato ficar multiplicando jejuns e penitências, quando era tempo de
empenhar-se, festivamente, na vivência do amor e da fraternidade. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Os
judeus só jejuavam uma vez no ano no “Dia da Expiação”, já os fariseus cumpriam
esse ritual três vezes por semana alegando ser um gesto de piedade, mas que
piedade seria essa que marginalizava o irmão, que nega a participação no
banquete celestial. O jejum por via de regra estava ligado ao luto ou
arrependimento, sendo assim seria incoerente essa pratica já que o momento era
de festa (a chegada da Boa Nova), como se mortificar na presença de Jesus (o
noivo). Mais uma vez vem a afirmação de que para fazer parte do novo tempo não
adianta maquiar a aparência (remendo novo), é preciso uma completa
transformação uma mudança radical (odres novos). (Ricardo Feitosa)
SANTO DO DIA:
Papa Marcelo I - Santo e Mártir
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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