4ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio dos Domingos Comuns - Ofício do dia
Glória e Creio - Cor: Verde - Ano “A”
Mateus
Antífona: Salmo
105,47 - Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos
pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso
louvor.
Oração do Dia: Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo coração e
amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Profecia de
Sofonias 2,3; 3,12-13
Buscai o Senhor,
humildes da terra, que pondes em prática seus preceitos; praticai a justiça,
procurai a humildade; talvez achareis um refúgio no dia da cólera do Senhor. E
deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres. E no nome do Senhor
porá sua esperança o resto de Israel. Eles não cometerão iniquidades nem
falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão
apascentados e repousarão, e ninguém os molestará. - Palavra do Senhor.
Comentário: O julgamento será uma
destruição irreversível? Não! Diz o profeta. Será um momento grave de chamada à
conversão. Aqueles que oprimem e exploram o povo são intimados a se
converterem. Os pobres, isto é, os que são oprimidos e explorados por uma
estrutura baseada na idolatria do dinheiro, colocam sua confiança em Deus.
Conforme o profeta, esses pobres são a esperança de uma sociedade nova, baseada
na fidelidade a Deus, único absoluto. Dessa forma, os pobres se tornam o
exemplo de conversão para a classe dirigente. Deus, portanto, inverte a
situação: os grandes devem aprender com os pequenos, os poderosos com os fracos
e os ricos com os pobres. O centro do projeto de Deus é a aliança com o povo
pobre e fiel, germe de uma nova sociedade. Negativamente, ser pobre e fiel
significa deixar a soberba e o orgulho, que levam o homem a cultivar a si
próprio e a praticar a injustiça e a mentira; positivamente, significa abrir-se
para Deus, praticando a justiça e a verdade. O ideal de pobreza, de que fala
Sofonias, não é a miséria material, mas a abertura para o projeto de Deus, que
traz vida e liberdade para o homem. (deusunico.com)
Salmo: 145,7.8-9a.9bc-10
(R.Mt 5,3)
Felizes os
pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
O Senhor é fiel
para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é
o Senhor quem liberta os cativos.
O Senhor abre os
olhos aos cegos o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é
justo, é o Senhor quem protege o estrangeiro.
Ele ampara a viúva
e o órfão mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó
Sião, o teu Deus reinará para sempre e por todos os séculos!
Segunda Leitura: Primeira Carta de
São Paulo aos Coríntios 1, 26-31
Considerai vós
mesmos, irmãos, como fostes chamados por Deus. Pois entre vós não há muitos
sábios de sabedoria humana nem muitos poderosos nem muitos nobres. Na verdade,
Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, para assim confundir os
sábios; Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir
o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado,
o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é
considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças
a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de
Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação, para que, como está
escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor”. - Palavra do Senhor.
Comentário: O discurso sobre a sabedoria
humana e a sabedoria divina torna-se agora referência concreta à própria
experiência da comunidade de Corinto. Esta, com efeito, aparece ao Apóstolo
como exemplificação e concretização modelar da sabedoria divina, contrária à do
mundo. A vocação cristã foi, de fato, dirigida a pessoas privadas de
possibilidades e meios de que se pudessem gabar e nas quais pudessem confiar.
São um exemplo de fraqueza e tolice aos olhos do mundo. Contudo, justamente a
esses é que Deus chamou à fé. Porque as escolhas divinas seguem um critério
alheio a toda possibilidade de autoglorificação e vaidade do homem em face de
Deus. O homem permanece sempre criatura devedora diante do Criador; também no
âmbito de sua salvação. (Missal Cotidiano)
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a
Naquele tempo, vendo Jesus as
multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus
começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o
reino dos céus. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados
os mansos, porque possuirão a terra Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a
Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de
Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles
é o reino dos céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem, e mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus. -
Palavra da Salvação.
Comentários:
A
santidade é uma meta a ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído
deste apelo nem pode eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal
sadio de santidade, sem se deixar levar por falsas concepções. Ser santo é ser
capaz de colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se
dependente dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes,
fazendo-lhes o bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O
enraizamento em Deus desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo. A
santidade constrói-se no ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai,
explicitada no serviço gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado
os interesses pessoais e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus. Este
ideal não é inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a
pessoa é chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar
canais de comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a
cultivar o hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça. Qualquer
cristão, no seu dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se
o fizer, com a graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da
bem-aventurança. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Deles é o Reino dos céus...
(Mt 5,1-12a) Deles,
quem? Ora, segundo a estranha “receita de felicidade” apresentada por Jesus
Cristo, o prêmio é exatamente para os perseguidos. Para aqueles que choram.
Para os mansos. Para os que têm fome e sede de justiça. Para os que promovem a
paz. Para os pobres em espírito. Então? A promessa exclui os violentos. Os que
vivem na fartura. Os que nada têm a esperar, pois nada lhes falta. Como dar o
presente a quem não espera recebê-lo? Sim, é a mão vazia que recebe a esmola...
Não creio que se deva entender a promessa do Reino como uma “compensação”: você
teve fome, agora tem um banquete. Você chorou, agora recebe um lenço. Você foi
pobre, agora terá abundância, segurança, plano de saúde, cartão de crédito,
casa de luxo. Nada disso! O Reino do céu não pode ser um prêmio de consolação. Então,
que será? Ora, o Reino que Jesus anuncia para nós será um “preenchimento”, uma
vida em plenitude, uma realização total e totalizante. E para quem será? Para
quem esperava pelo Reino. Para quem sentia sua falta. Para quem não se distraía
com as benesses do mundo e vigiava à espera do Reino... Naquele iate de Mônaco,
ninguém esperava por nada. Já tinham tudo. Na casinha de pau-a-pique, Dona
Maria debulhava as contas do rosário, pedindo a vinda do Senhor. A diferença
essencial não está no contraste entre vidro fumê e barro, entre veludo e chita,
entre foie-gras e farofa. Não. A diferença essencial está na expectativa: quem
pensa que tem tudo, já não espera por nada; quem tem espaços vazios, este será
preenchido. Na expressão de Hébert Roux, “a noção de recompensa não está
ausente do Evangelho; só que ela está sempre subordinada a uma expectativa pela
intervenção de Deus, e não constitui um direito que resultaria da prática de
certas virtudes”. Está claro? Não se merece o Reino. Não se conquista o Reino.
Ganha-se o Reino como presente, como dom, como Graça... Então, o rico poderia
ganhar o Reino? Claro que sim, se ele espera pelo Reino. E se o rico de fato
espera pelo Reino, não irá orientar sua vida pelo dinheiro, pelo lucro, pela
acumulação, pelo esbanjamento. Certamente, na expectativa do Reino, darás muitas
esmolas, criará muitos empregos, fará a experiência da partilha – sinais
evidentes da espera pelo Reino de Deus! Pode até ocorrer que, enamorado pelo
Reino – e apaixonado pelo Rei! -, o rico decida abrir mão de suas riquezas de
modo a ter mais tempo livre para esperar por ele. Francisco de Assis fez assim.
Charles de Foucauld também. Ignácio de Loyola também. Bem-aventurados! Mais
alguém se habilita? (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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