Liturgia Diária Comentada 27/11/2016 1º Domingo do Advento

1ª Semana do Advento - 1ª Semana do Saltério
Prefácio do Advento I - Ofício do dia
Cor: Roxo - Ano “A” Mateus

Santo do Dia: VIRGÍLIO

Antífona: Salmo 24,1-3 A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera.

Oração do Dia: Ó Deus todo-poderoso, concedei vossos fiéis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


Primeira Leitura: Livro do Profeta Isaías   2,1-5

Visão de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém. Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.

Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate. Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor. - Palavra do Senhor.

Comentário: Em meio às guerras e ameaças de guerra, o profeta fala da Lei divina e da comunidade de fé, chamada de Sião ou Jerusalém. Tanto a do seu tempo como a de hoje devem ser esperança e luz para todas as nações. A maneira pela qual Isaías fala de Sião ou Jerusalém, da “montanha da casa do Senhor”, de onde vem o ensinamento, a lei de Deus para todas as nações, dá a entender que ele pensa mais numa comunidade ideal do que na realidade física da cidade. Isso se torna claro até pelo fato de falar de um futuro, “nos últimos dias”. A “montanha da casa do Senhor” não é apenas aquela montanha que chega a 800 metros acima do nível do mar Mediterrâneo (onde está Jerusalém), mas um lugar de encontro com Deus que se situa muito acima de qualquer alta montanha ou serra; é uma comunidade de fé ideal, presença de Deus no mundo. Essa é que atrai para si todas as nações. Todos vão à sua procura para encontrar os melhores caminhos. Todos querem aprender dela. Todos buscam a paz, e isto é o que ela ensina: “fundir suas espadas para fazer bicos de arado, fundir as lanças para delas fazer foices”, transformar as armas em instrumentos de trabalho, mudar a força de destruição em força de construção, abandonar as guerras e partir para a colaboração. O profeta-poeta projetava essa comunidade ideal, promotora da harmonia universal, para um futuro, os “últimos tempos”. Esses “últimos tempos” não podem ser apenas o momento final da história, o fim da humanidade no planeta. É o futuro que já deve estar presente, é o futuro-presente que podemos hoje entender e pôr em prática como a etapa decisiva da humanidade após a ressurreição do Crucificado. (Pe. José Luiz Gonzaga do Prado, Vida Pastoral nº 275, Paulus 2010)

Salmo: 121(122), 1-2.4-5.6-7.8-9 (R. Cf. 1)
Que alegria, quando me disseram: 'Vamos à casa do Senhor!

Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor!” E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.

Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.

Rogai que viva em paz Jerusalém, e em segurança os que te amam! Que a paz habite dentro de teus muros, tranquilidade em teus palácios!

Por amor a meus irmãos e meus amigos peço: “A paz esteja em ti!” Pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem!

Segunda Leitura: Carta de São Paulo aos Romanos 13,11-14a

Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.  Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo. - Palavra do Senhor.

Comentário: As comunidades de Roma, apesar de pobres, viviam na capital do império. Ali não havia limites para o consumo e o gozar a vida. Paulo as convida a não cair na tentação. Quanto mais escura a noite, mais próximo está o clarear do dia; quanto mais difícil a situação (era o tempo do imperador Nero em Roma), mais perto está uma solução. Paulo tinha falado em 1Ts 4,15 na possibilidade de estar vivo na segunda vinda de Cristo. Depois, sentindo provável sua condenação à morte, desejou-a (Fl 1,23) para estar com Cristo. Agora ele fala da proximidade da salvação. Seria a vinda final de Cristo? Seu propósito, no entanto, era encerrar sua missão na parte oriental do império, passar por Roma e ir evangelizar a Espanha, o lado ocidental (Rm 15,22-24). Ele não teria esses grandes e arriscados projetos se esperasse para breve o fim do mundo. Os problemas internos nas comunidades de Roma também não eram poucos. Os cristãos judeus tinham sido expulsos da cidade e agora estavam podendo voltar. A situação da Palestina era cada vez mais grave, estava se tornando explosiva. Eles voltavam para Roma influenciados pelas ideias de revolução e muito mais aferrados à sua identidade judaica. Enquanto isso, os cristãos gentios de Roma, sem dúvida, tinham se afastado mais e mais dos costumes judaicos. Os dois grupos iriam se entender? Roma, a capital do mundo, era, além disso, uma tentação, tentação, acima de tudo, de consumismo, pois tudo o que se produzia de melhor em todo o império era carreado para Roma. Cair nessa tentação seria deixar-se envolver pelo mundo das trevas. Estão dormindo aqueles que não têm esperança de que o mundo possa mudar nem nisso pensam. Um mundo novo está chegando, está para ser construído; é preciso, então, estar acordados, viver como em pleno dia – alerta Paulo –, fugir do consumismo, que não dá nenhum sentido à vida. Como o mesmo Paulo disse em 1Ts 5, os que dormem, é de noite que dormem; os que se embriagam é de noite que se embriagam. Esses serão pegos de surpresa. Nós, ao contrário, somos da luz e, como tais, vivemos unidos ao Senhor e Messias Jesus. (Pe. José Luiz Gonzaga do Prado, Vida Pastoral nº 275, Paulus 2010)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 24,37-44

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.

Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.

Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”. - Palavra da Salvação.

Comentários:

O texto do evangelho de hoje vem nos dar orientações sobre como esperar a segunda vinda de Cristo. A parusia é um tema frequente nos discursos de pregadores sensacionalistas com o intuito de comover as multidões. O Senhor ensinou o que necessitamos para esperar esse tempo. Tudo o demais é especulação inútil. A vinda de Cristo será inesperada (vv. 37–39). E, para esclarecer isso, o texto faz duas comparações: 1) Noé – nenhum sinal especial (vv. 37–41). Para ilustrar o fato de que ninguém pode saber o dia e a hora (v. 36), Jesus cita o caso de Noé, quando, de repente, o dilúvio caiu inesperadamente sobre as pessoas enquanto cumpriam as rotinas diárias (vv. 37–39). A seguir descreve dois casos – um masculino e outro feminino – como exemplos de como será a parusia de forma totalmente inesperada (vv. 40, 41). As pessoas estarão em suas ocupações habituais. Quando Cristo vier, o tipo de ocupação da pessoa não determina ser escolhido ou não (vv. 40, 41; dos dois ocupados na mesma coisa um será escolhido e o outro não). Significa que os cristãos não são diferentes dos demais em suas ocupações, a diferença está na vivência dos valores do reino que motiva suas opções. 2) O ladrão – vigilância (v.43). A vinda de Cristo está anunciada e é certa, porém apenas Deus sabe quando será. O importante é estar preparado. E aquele que vive uma autêntica práxis cristã espera com constância a vinda de Cristo para instaurar o seu reino definitivo. (Aíla Luzia Pinheiro Andrade)

O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrada na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais. Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heroicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo. O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A devastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a Terra. O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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