Prefácio comum ou dos Mártires - Ofício da Memória
Cor: Vermelho - Ano “C” Lucas
Antífona: Gl
6,14a; 1Cor 1,18 A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória:
nele está nossa vida e ressurreição; para os salvos, como nós, ela é poder de
Deus.
Oração do Dia: Ó Deus, fonte e origem de toda paternidade, que
destes aos santos mártires André e seus companheiros serem fiéis à cruz do
vosso Filho até a efusão do sangue, concedei, por sua intercessão, que
propagando o vosso amor entre os irmãos, possamos ser chamados vossos filhos e
filhas e realmente o sejamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Apocalipse
de São João 18,1-2.21-23; 19,1-3.9a
Eu, João, vi outro
anjo descendo do céu. Tinha grande poder, e a terra ficou toda iluminada com a
sua glória. Ele gritou com voz poderosa: “Caiu! Caiu Babilônia, a grande!
Tornou-se morada de demônios, abrigo de todos os espíritos maus, abrigo de aves
impuras e nojentas.
Nessa hora, um anjo
poderoso levantou uma pedra do tamanho de uma grande pedra de moinho e atirou-a
ao mar, dizendo: “Com esta força será lançada Babilônia, a Grande Cidade, e
nunca mais será encontrada. E o canto de harpistas e músicos, de flautistas e
tocadores de trombeta, em ti nunca mais se ouvirá; e nenhum artista de arte
alguma em ti jamais se encontrará; e o canto do moinho em ti nunca mais se
ouvirá; e a luz da lâmpada em ti nunca mais brilhará; e a voz do esposo e da
esposa em ti nunca mais se ouvirá, porque os teus comerciantes eram os grandes
da terra, e com magia tu enfeitiçaste todas as nações.
Depois disso, ouvi
um forte rumor, de uma grande multidão no céu, que clamava: “Aleluia! A
salvação, a glória e o poder pertencem a nosso Deus, porque seus julgamentos
são verdadeiros e justos. Sim, Deus julgou a grande prostituta que corrompeu a
terra com sua prostituição, e vingou nela o sangue dos seus servos”. E
repetiram: “Aleluia! A fumaça dela fica subindo para toda a eternidade!” E um
anjo me disse: “Escreve: Felizes são os convidados para o banquete das núpcias
do Cordeiro”. - Palavra do Senhor.
Comentário: Mensagem de esperança sempre
válida. O tempo do Apocalipse é tempo da ausência, da noite, tempo em que não é
possível ver Cristo e tocá-lo; a essa noite seguirá, porém, a alegria de sua
vinda. Babilônia é o símbolo da corrupção introduzida no mundo pelo pecado. Ela
cairá. O Senhor do tempo pronunciará sua sentença: "Nunca mais!". A
cidade do encantamento, do engano, dos falsos valores, cidade fundada
exclusivamente nos bens materiais, no culto do dinheiro, no poder, no sexo,
cidade do pecado, será precipitada e não mais será encontrada. De tantos povos,
potências, domínios, não restam mais que silenciosos montões. Surge, ao
contrário, a cidade santa, o mundo novo. Todo o espaço do universo se enche
progressivamente da glória do Filho do homem. O mundo redimido é convidado a
uma assembleia sem divisões e dilaceramentos, à festa do amor. Nossas
assembleias litúrgicas desejariam ser disso uma modesta antecipação e uma
promessa. (Missal Cotidiano)
Salmo: 99 (100),2. 3. 4.
5 (R. Ap 19,9a)
São bem-aventurados
os que foram convidados para a Ceia Nupial das bodas do Cordeiro!
Aclamai o Senhor, ó
terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!
Sabei que o Senhor,
só ele, é Deus, Ele mesmo nos fez, e somos seus, nós somos seu povo e seu
rebanho.
Entrai por suas
portas dando graças, e em seus átrios com hinos de louvor; dai-lhe graças, seu
nome bendizei!
Sim, é bom o Senhor
e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Lucas 21,20-28
Naquele tempo, disse Jesus a
seus discípulos: “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos ficai sabendo
que a sua destruição está próxima. Então, os que estiverem na Judéia, devem
fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se;
os que estiverem no campo, não entrem na cidade. Pois esses dias são de
vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. Infelizes das
mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois
haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. Serão mortos pela
espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos
infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. Haverá sinais no sol, na lua e
nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do
mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai
acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então eles verão o
Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas
começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima”. -
Palavra da Salvação.
Comentários:
A
libertação verdadeira da pessoa humana é fruto de dois elementos importantes: o
primeiro é o seu compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a
comunidade à qual pertence, de modo que a sua vida passa a ser uma constante
luta histórica de transformação da realidade tendo como critério os valores do
Evangelho; o segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na
sua vida e na história dos homens como o grande parceiro que está ao lado dos
que assumem a luta por um mundo novo. Somente a união entre esses dois
elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador. (CNBB)
Na
Bíblia, a destruição de certas cidades é apresentada como lição para a
humanidade. A ruína de Sodoma e Gomorra simboliza o fim da maldade humana. A
queda da Samaria representa o castigo da cidade que trocou Deus pelos ídolos e
se deixou contaminar pela injustiça. A queda de Nínive e da Babilônia foram
celebradas como o fim de impérios prepotentes, cuja ação nefasta foi causa de
sofrimento e morte para muitos povos. A devastação de Jerusalém foi, também,
marcada de simbolismo. Cidade de grande evocação teológica - lugar da habitação
de Deus no meio de seu povo - converteu-se em cidade assassinada dos profetas,
surda aos apelos dos enviados. Para os cristãos, caracterizou-se como cidade
assassina do Filho de Deus, o qual tentou, inutilmente, chamá-la à conversão.
Tendo perdido sua razão de ser, só lhe restava ser votada à destruição. Ao
mesmo tempo em que fala dessa destruição, Jesus abre o coração dos discípulos
para a esperança. Por um lado, fala-se em grandes calamidades no país:
flagelos, morte, exílio, ruína. Por outro, alude-se ao Filho do Homem
"vindo sobre as nuvens, com grande poder e glória". O fim de
Jerusalém corresponde ao início de uma realidade nova, à libertação que se
aproxima. Portanto, os discípulos têm motivos para se conservarem esperançosos,
banindo todo temor. A proximidade da libertação é motivo de alegria! (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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