Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Ester
13,9-11 Senhor, tudo está em vosso poder, e ninguém pode resistir à
vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles
contêm; sois o Deus do universo!
Oração do Dia: Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso
imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa
misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que
ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Carta de São Paulo
aos Gálatas 3,22-29
Irmãos, a Escritura
pôs todos e tudo sob o jugo do pecado, a fim de que, pela fé em Jesus Cristo,
se cumprisse a promessa em favor dos que creem.
Antes que se
inaugurasse o regime da fé, nós éramos guardados, como prisioneiros, sob o jugo
da lei. Éramos guardados para o regime da fé, que estava para ser revelado. Assim,
a lei foi como um pedagogo que nos conduziu até Cristo, para que fôssemos
justificados pela fé. Mas, uma vez inaugurado o regime da fé, já não estamos na
dependência desse pedagogo.
Com efeito, vós
todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Vós todos que fostes
batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. O que vale não é mais ser judeu
nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um
só, em Jesus Cristo. Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão,
herdeiros segundo a promessa. - Palavra
do Senhor.
Comentário: Em todos os seus aspectos, a
via é uma contínua tensão entre dois polos: regulamentação e liberdade. A
disciplina legal pode chegar a substituir a consciência do indivíduo, num
conformismo rasteiro que dá uma ilusão de “bondade” (= não desvio das normas
aceitas pelo grupo). A liberdade é difícil; ser verdadeiramente livre exige
sacrifício. De outro modo, se cai em formas libertárias igualmente cômodas e
fáceis, como o conformismo ao qual pretendem opor-se. Pode-se caminhar, mas não
se sabe aonde ir, não se tem o mapa da região. É impossível eliminar um dos
dois polos. Somos, porém, chamados por Deus para valorizar também essa tensão,
numa maturidade de consciência que vai oportunamente equilibrando disciplina e
liberdade em cada ocasião concreta. O ponto mais profundo dessa maturidade para
o cristão é a caridade, pela qual “somos todos um só ser em Cristo”. Quando o
relacionamento com Deus é vivido com sinceridade, o dom da unidade aclara
continuamente as relações com os irmãos. (Missal Cotidiano)
Salmo: 104(105),2-3. 4-5.
6-7 (R. 8a)
O Senhor se
lembra sempre da Aliança!
Cantai, entoai
salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas! Gloriai-vos em seu nome que
é santo, exulte o coração que busca a Deus!
Procurai o Senhor
Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face! Lembrai as maravilhas que
ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios!
Descendentes de
Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é
nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Lucas 11,27-28
Naquele tempo, enquanto Jesus
falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: "Feliz
o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram". Jesus respondeu:
"Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em
prática". - Palavra da Salvação.
Comentários:
A
maternidade carnal de Maria é muito importante e, é claro, muito valorizada por
Jesus, mas é apenas uma maternidade, algo que faz parte da natureza de todas as
mulheres. No Evangelho de hoje, Jesus contrasta a maternidade carnal de sua mãe
com a grandeza da fé e do seguimento dos valores do Reino, o que não faz parte
da natureza humana, mas é fruto da atuação da graça divina em nós, e que fazia
parte da vida de Maria. Mas Maria, quando se dispôs a fazer a vontade de Deus e
disse Sim ao seu projeto de amor, foi muito além, pois sua maternidade não foi
apenas carnal, foi divina. (CNBB)
O
intuito feminino de uma mulher do povo levou-a a fazer uma constatação
verdadeira: era digno de ser exaltado o ventre em que Jesus fora gerado, e os
seios em que fora amamentado. O poder manifestado nos feitos prodigiosos do
Mestre, justificava o grito entusiasta desta mulher. Ter gerado tal filho era
algo digno de louvor para uma mãe. Só alguém agraciada por Deus -
"bem-aventurada" - podia ser capaz disto. O elogio a Maria comportava
um elogio a Jesus. Na mentalidade da época, exaltar a mãe era uma forma de
exaltar o filho. Esta era a intenção da mulher: fazer um elogio a Jesus,
reconhecendo que ela possuía um poder extraordinário provindo de Deus. As palavras
da mulher, entretanto, careciam de um acréscimo. Elas podiam dar a entender que
bastava alguém ter um certo parentesco sanguíneo com Jesus para ser objeto de
reconhecimento. No entanto, era preciso muito mais! A verdadeira
bem-aventurança consistia em ser um discípulo exemplar: ouvir com fidelidade e
perseverança a Palavra e oferecer ao mundo um testemunho de vida consumado,
colocando-a em prática. A mãe de Jesus, mais do que ninguém, deu este
testemunho de escuta-prática da Palavra. Mas, este seu título de glória pode
ser obtido por qualquer discípulo fiel e perseverante. O fato de ter sido mãe
natural de Jesus era menos importante do que sua fidelidade a Deus, manifestada
com gestos concretos. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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