Precisamos de misericórdia, da consolação que vem do Senhor.
Todos nós precisamos dela; é a nossa pobreza, mas também a nossa grandeza:
invocar a consolação de Deus, que, com a sua ternura, vem enxugar as lágrimas
do nosso rosto.
Seja Ele a iluminar a nossa mente, a encontrar as palavras
certas e capazes de proporcionar conforto; seja Ele a abrir o nosso coração,
para ter a certeza da presença de Deus que não nos abandona na provação.
Nos momentos de tristeza, na tribulação da doença, na
angústia da perseguição e na desolação do luto, cada um de nós procura uma
palavra de consolação. A razão, sozinha, não é capaz de iluminar o nosso
íntimo, compreender a dor que sentimos e dar a resposta que esperamos, temos
mais necessidade das razões do coração, as únicas capazes de nos fazerem
entender o mistério que envolve a nossa solidão.
As lágrimas de quem viu arrancar-lhe violentamente uma
pessoa querida; lágrimas de avós, de mães e pais, de crianças... Há olhos que
muitas vezes param fixos no pôr-do-sol e têm dificuldade em ver a alvorada de
um novo dia. Também Jesus sabe o que significa chorar pela perda duma pessoa
amada. Se Deus chorou, também eu posso chorar, ciente de que sou compreendido.
O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença, face ao
sofrimento dos meus irmãos.
Aquele pranto ensina-me a assumir a dor dos outros, a
tornar-me participante do incômodo e do sofrimento de quantos vivem nas
situações mais dolorosas. Mexe comigo para fazer-me perceber a tristeza e o
desespero de quantos viram até roubar-lhes o corpo dos seus entes queridos, e
já não têm sequer um lugar onde possam encontrar consolação.
O pranto de Jesus não pode ficar sem resposta por parte de
quem acredita n’Ele. Como Ele consola, assim somos chamados nós a consolar, a
oração é o verdadeiro remédio para o nosso sofrimento.
A ternura do seu olhar consola-nos, a força da sua palavra
sustenta-nos, incutindo esperança. O Pai escuta-nos e vem em nosso auxílio. O
amor de Deus, derramado nos nossos corações, permite-nos dizer que, quando se
ama, nada e ninguém jamais poderá separar-nos das pessoas que amamos. Assim
no-lo recorda, com palavras de grande consolação, o apóstolo Paulo:
Quem poderá separar-nos do
amor de Cristo?
A força do amor transforma o sofrimento na certeza da
vitória de Cristo e nossa, com Ele, e na esperança de que um dia estaremos
juntos de novo e contemplaremos para sempre o rosto da Santíssima Trindade,
fonte eterna da vida e do amor, junto de cada cruz, está sempre a Mãe de Jesus.
Com o seu manto, Ela enxuga as nossas lágrimas. Com a sua mão, faz-nos levantar
e acompanha-nos pelo caminho da esperança. (RL)
Fonte: Rádio Vaticano
Foto retirada da internet
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