Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo
118,137.124 Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso
servo segundo a vossa misericórdia.
Oração do Dia: Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como
filhos e filhas, concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a
herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Primeira Carta de
São Paulo aos Coríntios 9,16-19.22b-27
Irmãos, pregar o
evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim,
uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o evangelho! Se eu exercesse minha
função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas,
como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado. Em
que consiste então o meu salário? Em pregar o evangelho, oferecendo-o de graça,
e sem usar os direitos que o evangelho me dá.
Assim, livre em
relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número
possível. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa
do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.
Acaso não sabeis
que os que correm no estádio correm todos juntos, mas um só ganha o prêmio?
Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se sujeita a uma
disciplina rigorosa em relação a tudo, e eles procedem assim, para receberem
uma coroa corruptível. Quanto a nós, a coroa que buscamos é incorruptível! Por
isso, eu corro, mas não à toa. Eu luto, mas não como quem dá murros no ar.
Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que, depois de ter
proclamado a boa nova aos outros, eu mesmo seja reprovado. - Palavra do Senhor.
Comentário: Paulo recebeu de Deus a
tarefa de evangelizar como um “servo” pode receber a de vigiar uma casa. Não
tem, pois, direito a "recompensa" alguma; é um "serviço"
gratuito: "livre de tudo, fui feito servo de todos... fiz-me tudo para
todos"; é um imperioso dever de fidelidade. "Ai de mim se não
pregasse o evangelho!". A vida para ele seria sem sentido. Paulo quer
fazer-nos compreender que só se entende a evangelização, se identificada com a
pessoa do evangelizador; polarizando tudo nele para esse fim. Para aceitar o
evangelho e assimilá-lo em profundidade, é necessário treino, exercício,
domínio do corpo, capacidade de luta. Para evangelizar o cristão deve ser
totalmente consagrado a Deus, no sentido paulino de "escravidão";
deve estar em continuo exercício de ascese, deve poder dominar o próprio corpo,
para chegar a uma "existência verdadeiramente nova". (Missal
Cotidiano)
Salmo: 83 (84),3. 4. 5-6.
12 (R. 2)
Quão amável,
ó Senhor, é vossa casa!
Minha alma
desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha
carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!
Mesmo o pardal
encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara o seu ninho, para nele
seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos
altares, ó meu Rei e meu Senhor!
Felizes os que
habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós
têm sua força, e se decidem a partir quais peregrinos!
O Senhor Deus é
como um sol, é um escudo, e largamente distribui a graça e a glória. O Senhor
nunca recusa bem algum àqueles que caminham na justiça.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Lucas 6,39-42
Naquele tempo, Jesus contou uma parábola aos
discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Um
discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o
mestre. Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que
há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o
cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita!
Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o
cisco do olho do teu irmão”. - Palavra
da Salvação.
Comentários:
A
nossa vida espiritual deve ser marcada por um constante aprendizado, de modo
que sejamos, ao mesmo tempo, evangelizadores e evangelizados, e o crescimento
na fé realize-se principalmente na experiência da vida comunitária, na troca de
experiência e na valorização de tudo o que os outros podem nos oferecer, sem
ficar vendo apenas as dificuldades, os problemas e os erros das pessoas que
estão ao nosso lado. Mas tudo isso deve ser iluminado por uma mística: devemos
ser dóceis ao Espírito Santo, nos deixar ser conduzidos por ele, já que não
somos os donos da verdade e ele é o Espírito da Verdade, que nos conduzirá à
plena verdade. Somente agindo assim é que não seremos os cegos que guiam outros
cegos, mas sim todos guiados pelo próprio Deus. (CNBB)
Jesus
criticava a postura dos fariseus, mas também se preocupava com a mentalidade
corrente entre os seus discípulos. Os fariseus pretendiam ser um exemplo
consumado de piedade, só porque davam mostras de ser zelosos no cumprimento da
Lei. Muitos ficavam bem impressionados com o testemunho de fidelidade a Deus,
que eles davam. Jesus, porém, não se deixava enganar, pois conhecia a falta de
solidez do estilo de vida dos fariseus. Pouca coisa restava além de
exibicionismo. Portanto, era loucura deixar-se encantar por um testemunho de
vida desse quilate. Seria como se um cego pretendesse ser guiado, com
segurança, por outro cego. Entre os discípulos, difundia-se, também, uma
perigosa mentalidade. Havia os que se mostravam severos com o irmão,
censurando-lhe as mínimas faltas, sem estarem dispostos a corrigir as próprias
faltas pessoais, muito mais graves. Eram hábeis para perceber um cisquinho no
olho alheio, mas incapazes de dar-se conta da trave que tinham no próprio olho.
Jesus não podia suportar tal hipocrisia. Para estar em condições de censurar o
próximo, era preciso dispor-se a corrigir as próprias faltas. Neste caso, a
severidade daria lugar à benevolência, e a impaciência, à compreensão. A
atitude de juiz dos pecados alheios seria substituída pela solidariedade com a
fraqueza humana. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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