O papa Bento XVl
falou sobre a importância do ecumenismo. Infelizmente esta palavra é mal
entendida por muitas pessoas. Há pessoas que confundem a palavra ecumenismo com as
palavras “Diálogo inter-religioso” e a palavra “unidade” com “uniformidade”.
Podemos começar com
uma definição de ECUMENISMO: “é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da
superação das divisões entre as diferentes Igrejas cristãs: os católicos, os
ortodoxos, os evangélicos e os habitualmente chamados protestantes”.
Ecumenismo é a vontade de Jesus “… que todos sejam um, como tu, Pai, estais em
mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim do que o mundo creia que
tu me enviaste” (Jo 17, 21). Jesus, então, não quer seus discípulos divididos por
doutrinas e estruturas religiosas.
Estas são formas de
compreender o Evangelho, e as diferenças entre elas não precisam dividir os
cristãos. Cada Igreja deve contribuir para a comunhão do Povo de Deus
cultivando o respeito, a acolhida e o amor mútuo entre todos os fiéis em
Cristo.
O “DIÁLOGO
INTER-RELIGIOSO” é um inter-relacionamento respeitoso com grupos
religiosos não-cristãos. Unidade não significa uniformidade. Podemos
ser diferentes dentro de certos limites que é uma coisa muita enriquecedora. O ecumenismo é
fundamentado em muitos textos bíblicos, como por exemplo: Jo 10, 30; Ez
36, 24-28; 1 Cor 5, 19; At 2, 42-47; Gl 3, 28; 1 Cor 12,3; 1Tm 2,5; Jo 13.35;
Jo 11,52; Mt 5, 21ss; e Jo 17, 21 etc. Para os católicos o
ecumenismo é fundamentado nos seguintes documentos: O Concílio Ecumênico
Vaticano ll (cf. Lumen Gentium e Unitatis Redintegratio); o Documento de
Puebla; o Documento de Santo Domingo; o Documento de Aparecida; a Exortação
Pós-Sinodal “Ecclesia in África” de João Paulo ll; a Carta Apostólica
“Salvifici Doloris” de João Paulo ll e a Carta Encíclica “Ut Unum Sint” também
do papa João Paulo ll.
O livrinho titulado
“O que é
Ecumenismo” da CNBB, (4ª.edição 2008) para tranquilizar cristãos preocupados
com certos aspectos do conceito ecumenismo apresentou sete itens sobre o que o
ecumenismo NÃO é:
a)
juntar
todas as Igrejas numa só, com,o quem faz sopa no liquidificador;
b)
deixar
de crer no que ensina a sua Igreja para viver em paz com todo o mundo;
c)
fazer
de conta que é tudo a mesma coisa, que não há diferenças nem problemas;
d)
um
jeito simpático de seduzir o outro para a nossa Igreja;
e)
aceitar
sem espírito crítico o que vem de outros grupos já que todos somos da mesma
família cristã;
f)
exigir
que o outro se acomode às nossas doutrinas e tradições;
g)
manter
boas relações quando estamos com membros de outras Igrejas só por boa educação,
sem sinceridade na valorização do outro. (cf. Op.cit. p. 11).
Então, afinal o que é ecumenismo?
Segundo a referida publicação
da CNBB ecumenismo é:
1.
conversão
de coração para reconhecer o que há de bom nas outras Igrejas cristãs;
2.
ficar
alegre com o muito que temos em comum, em vez de ficar buscando motivo para
briga;
3.
procurar
conhecer as outras Igrejas, sem preconceito e sem ingenuidade também;
4.
colaborar
com os irmãos de outras Igrejas em tudo o que ajuda o progresso do projeto do
Reino;
5.
orar
pela unidade, com seriedade e ternura;
6.
tratar
as outras Igrejas como gostamos que a nossa seja tratada;
7.
buscar
a verdade juntos, lealmente, no desejo sincero de sermos, todos, cada vez mais
fiéis a Jesus (op.cit. p.12).
Há dificuldades com
certos novos movimentos religiosos autônomos mais recentes que se expandem
combatendo os demais, rejeitando o mundo e se considerando os únicos salvos. Às
vezes, separados da sua origem, e usados por modismos e outros interesses,
podem levar o povo à busca de soluções mágicas e alienantes. Precisamos ter
cuidado com esses grupos que prometem curas, milagres e felicidade imediata,
muitas vezes em troca de contribuições em dinheiro.
A base da unidade dos cristãos
é o Batismo, no qual todos
nos tornamos participantes da vida nova que Cristo nos oferece. A Igreja
Católica reconhece como válido o Batismo de muitas outras Igrejas.
Por exemplo: Ortodoxos,
Luteranos, Metodistas, Batistas, Presbiterianos, somente para
mencionar algumas. O Batismo constitui o fundamento da comunhão entre todos os
cristãos e, portanto, constitui o vínculo sacramental da unidade que liga todos
os que foram regenerados por ele. (cf. Catecismo da Igreja Católica, No. 1271).
Texto: Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e assessor da CNBB Reg. NE1
Fonte: CNBB
Foto retirada da internet
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