20ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Antífona: Salmo 83,10-11 Ó Deus, nosso protetor,
volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um
dia em vosso templo vale mais que outros mil.
Oração do Dia: Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não
podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos
em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superam
todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
Primeira Leitura: Profecia de
Ezequiel 37,1-14
Naqueles dias, a
mão do Senhor estava sobre mim e por seu espírito ele me levou para fora e me
deixou no meio de uma planície cheia de ossos e me fez andar no meio deles em
todas as direções.
Havia muitíssimos
ossos na planície e estavam ressequidos. Ele me perguntou: “Filho do homem,
será que estes ossos podem voltar à vida?” E eu respondi: “Senhor Deus, só tu o
sabes”. E ele me disse: “Profetiza sobre estes ossos e dize: Ossos ressequidos,
escutai a palavra do Senhor! Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eu mesmo
vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida. Porei nervos em vós,
farei crescer carne e estenderei a pele por cima.
Porei em vós um
espírito, para que possais voltar à vida. Assim sabereis que eu sou o Senhor”.
Profetizei como me foi ordenado. Enquanto eu profetizava, ouviu-se primeiro um
rumor, e logo um estrondo, quando os ossos se aproximaram uns dos outros. Olhei
e vi nervos e carne crescendo sobre os ossos e, por cima, a pele que se
estendia. Mas não tinham nenhum sopro de vida.
Ele me disse:
“Profetiza para o espírito, profetiza, filho do homem! Dirás ao espírito: Assim
diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, vem soprar sobre estes mortos,
para que eles possam voltar à vida”.
Profetizei como me
foi ordenado, e o espírito entrou neles. Eles voltaram à vida e puseram-se de
pé: era uma imensa multidão! Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos
são toda a casa de Israel. É isto que eles dizem: ‘Nossos ossos estão secos,
nossa esperança acabou, estamos perdidos!’
Por isso, profetiza
e dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus: ó meu povo, vou abrir as vossas
sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel; e quando eu abrir as vossas sepulturas
e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. Porei em vós o meu
espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que
eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor”. - Palavra do Senhor.
Comentário: Cena grandiosa, que dramatiza
o ressurgimento e restauração do povo eleito, representada por uma
impressionante imaginação com sequencia de filme: realização gradual, como numa
nova criação. O inesperado renascer de muitos povos após a última guerra pode
dar uma ideia da visão de Ezequiel. É Deus quem intervém para realizar o que é
humanamente impossível. Um povo disperso, que não tem nome nem casas, não tem
culto nem templo, não tem vida social nem política, é libertado, retoma vida,
organiza-se, torna-se forte. Isto é um presságio de ressurgimento para os povos
e é sempre obra de Deus, embora ignorada, embora servindo-se ele de seus
profetas. Quando todos se sentem Ossos secos gente cansada, descrente,
desesperada, é o momento de "esperar contra toda esperança" (4,18). Deus
pode realizar uma "ressurreição". A fé é assinalada pela ressurreição
de Cristo e a Eucaristia nos faz participar de sua ressurreição, penhor de
ressurreição eterna. (Missal Cotidiano)
Salmo: 106(107),2-3. 4-5.
6-7. 8-9 (R. 1)
Dai graças
ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
Que o digam os
libertos do Senhor, que da mão dos opressores os salvou e de todas as nações os
reuniu, do oriente, ocidente, norte e sul.
Uns vagavam, no
deserto, extraviados, sem acharem o caminho da cidade. Sofriam fome e também
sofriam sede, e sua vida ia aos poucos definhando.
Mas gritaram ao
Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia. Pelo caminho bem seguro
os conduziu para chegarem à cidade onde morar.
Agradeçam ao Senhor
por seu amor e por suas maravilhas entre os homens! Deu de beber aos que
sofriam tanta sede e os famintos saciou com muitos bens!
Evangelho de Jesus
Cristo segundo Mateus 22,34-40
Naquele tempo, os fariseus
ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram
em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo:
“Mestre, qual é o maior mandamento da lei?”
Jesus respondeu: “‘Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’
Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás
ao teu próximo como a ti mesmo’. Toda a lei e os profetas dependem desses dois
mandamentos”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Deus
não admite o amor a si sem que este amor se torne gestos concretos de caridade.
É por isso que hoje vemos no Evangelho que o primeiro e maior mandamento traz
consigo um outro que é semelhante a ele. O primeiro exige de nós o amor a Deus
e o segundo exige de nós o amor ao próximo. Jesus nos diz que desses dois
mandamentos dependem toda a lei e os profetas. A partir daí podemos perceber
porque São João nos diz na sua primeira epístola que quem ama não peca. Com
isso, Jesus nos mostra que somente a plena vivência do amor nas suas duas
dimensões, a Deus e ao próximo, pode conduzir verdadeiramente à santidade.
(CNBB)
Muitos
rabinos recusavam-se a discutir a importância relativa de alguns mandamentos,
temendo que a observância da Lei ficasse na dependência do arbítrio humano.
Outros, porém, recusavam-se a colocar em pé de igualdade a infinidade de
mandamentos em voga. A definição das precedências era problemática. Para
resolver essa questão difícil, o mestre da Lei tentou colocar Jesus em apuros.
Qualquer que fosse sua posição, sempre haveria uma escola para questioná-lo, desautorizando
o seu ensinamento. No mundo judaico, geralmente se afirmava que a observância
do sábado era o mandamento principal, que resumia toda a Lei. Jesus tinha uma
postura diferente: colocava o amor a Deus e ao próximo como exigência capital
da Lei. Naquela época, havia até quem pensasse como o Mestre. Entretanto, a
novidade de Jesus consistiu em confrontar seus ouvintes não com dois preceitos
legais, com força jurídica, e sim com a pessoa de Deus e a pessoa do próximo.
Destes dois níveis de relação advém todas as exigências religiosas às quais as
pessoas devem submeter-se. As prescrições minuciosas da Lei são desprovidas de
valor, quando confrontadas com as exigências de Deus, sentidas no fundo do
coração, e as do próximo, de modo especial os mais pobres e carentes de
misericórdia. Portanto, toda a Lei se resume na fidelidade a Deus e ao próximo.
(Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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