São Lourenço de Brindisi - Doutor da Igreja - 21 de Julho

Ó Deus, que, para a vossa glória e a salvação dos homens, destes a São Lourenço de Bríndisi o espírito de conselho e fortaleza, concedei-nos, pelo mesmo espírito, conhecer o que devemos praticar e, por suas preces, realiza-lo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Geralmente, as chamadas "crianças superdotadas", aquelas que demonstram um dom excepcional para alguma especialidade, quando crescem, parecem "perder os poderes" e nivelam-se com as demais pessoas. São poucas as exceções que merecem ser recordadas. Mas, com certeza, uma delas foi Júlio César Russo, que nasceu no dia 22 de julho de 1559, em Brindisi, na Itália. Filho dos comerciantes venezianos Guglielmo Russi (ou "de Rossi") e Elisabetta Masella, ambos radicados na cidade portuária da Apúlia.

Seu nome de batismo mostrava, claramente, a ambição dos pais, que esperavam para ele um futuro brilhante, como o do grande general romano. Realmente, anos depois, lá estava ele à frente das forças cristãs lutando contra a invasão dos turcos muçulmanos, que ameaçava chegar ao coração da Europa depois de terem dominado a Hungria. Só que não empunhava uma espada, mas sim uma cruz de madeira. Nessa ocasião, já vestia o hábito franciscano, respondia pelo nome de Lourenço e era o capelão da tropa, além de conselheiro do chefe do exército romano, Filipe Emanuel de Lorena.

Vejamos como tudo aconteceu. Aos seis anos de idade, o então menino Júlio César encantava a todos com o extraordinário dom de memorizar as páginas de livros, em poucos minutos, para depois declamá-las em público. E cresceu assim, brilhante nos estudos. Quando ficou órfão, aos 14 anos, foi acolhido por um tio que residia em Veneza. Nesta megalópole, pôde desenvolver muito mais seus talentos para os estudos.

Mas a religião o atraia de forma irresistível. Dois anos após chegar a Veneza, ele atendeu ao chamado e ingressou na Ordem dos Frades Menores de São Francisco de Assis. Em seguida, juntou-se aos capuchinhos de Verona, onde recebeu a ordenação e assumiu o novo nome, em 1582. Após completar sua formação na Universidade de Pádua, voltou para Veneza em 1586 como professor dos noviços da Ordem, sempre evidenciando os mesmos dotes da infância. Demonstrou um raro talento para línguas: falava, além do latim, espanhol e italiano, o francês, alemão, grego, siríaco e o hebraico.

Tornou-se especialista em línguas, e sua erudição levou-o a ocupar altos postos em sua Ordem e também a serviço do sumo pontífice. Foi provincial em Toscana, Veneza, Gênova e Suíça e comissário no Tirol e na Baviera, pregando firmemente a ortodoxia católica contra a Reforma Protestante, além de animar as autoridades e o povo na luta contra a dominação dos turcos muçulmanos. Lourenço foi, mesmo, o superior-geral da sua própria Ordem e embaixador do papa Paulo V, com a missão de intermediar príncipes e reis em conflito.

Suas duas preocupações principais eram a luta contra o protestantismo e contra os turcos e, por conta disso, repetia sempre:

"Deus me chamou para ser franciscano para que pudesse trabalhar pela conversão dos pecadores e dos hereges".

Assim, Lourenço pregou incessantemente na Itália, Hungria, Boêmia, Bélgica, Suíça, Alemanha, França, Espanha e Portugal. Apoiado pelos jesuítas, desenvolveu um admirável trabalho na Europa Central e plantou as sementes de novos conventos franciscanos por onde passou. Enviado em 1599 à Áustria liderando um grupo de religiosos, fundou conventos em Viena, Graz e Praga, onde suas pregações comoveram tanto a população a ponto de provocarem uma reação entre os protestantes, que pediram ao imperador Rodolfo II da Germânia que o expulsasse.

Além de suas pregações, Lourenço deixou uma grande quantidade de obras, inclusive mais de 800 sermões que ocupam onze dos quinze volumes de sua obra completa. Elas são um admirável exemplo do que atualmente é chamado de teologia querigmática (do grego kérygma - "anúncio, proclamação") e sua maneira de ensinar as doutrinas cristãs o coloca no mesmo patamar da atividade pastoral dos Padres da Igreja e dos grandes bispos proclamados Doutores da Igreja. Destaca-se principalmente sua mariologia, de extraordinária clareza conceitual.

Na época de Lourenço, também sentia-se a falta de um poderoso pregador espiritual que desse corpo à luta contra os turcos otomanos, que estavam às portas do império. Clemente VIII enviou Lourenço ao imperador Rodolfo II "seguro que ele sozinho valia o mesmo que um exército" e, de fato, Lourenço tornou-se o braço direito do príncipe Filipe Manuel de Lorena, que conseguiu, em 1601, liberar Székesfehérvár (Alba Regia) num grande vitória contra os 80 000 turcos que se preparavam para invadir a Estíria e ameaçavam conquistar a Áustria, o que lhes daria condições de tomar a Itália e o resto da Europa. Lourenço escreveu uma valiosa crônica da campanha e, ainda que tenha tentado esconder seu próprio valor, capitães e soldados o aclamaram como o principal responsável pela vitória. Não há dúvidas de que Lourenço pôde, ali, pôr em prática seu imenso conhecimento linguístico e é certo, além disso, que ele se mostrou um excelente capelão militar.

Lourenço estava em Lisboa para tratar com Filipe III da Espanha a causa dos napolitanos oprimidos pelo vice-rei Pedro Téllez-Girón quando, em 22 de julho de 1619, faleceu subitamente. Seu corpo foi levado ao Convento da Anunciada, habitado por monjas clarissas, em Villafranca del Bierzo (província de León), onde é venerado até hoje. Seu sepulcro foi profanado em 1808 pelas tropas francesas que ocuparam a cidade durante a Guerra da Independência Espanhola. Ele foi beatificado em 1783 pelo papa Pio VI e canonizado em 1881 por Leão XIII. João XXIII outorgou-lhe o título de Doutor da Igreja com o epíteto de "Doctor Apostolicus" no breve "Celsitudo ex humilitate", de 19 de março de 1959. Sua festa se celebra em 21 de julho.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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