15ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio Comum ou dos Santos - Ofício da Memória
Cor: Branco - Ano “C” Lucas
Memória Obrigatória: SÃO
BENTO DE NÓRCIA - Abade
e pai dos monges
Antífona: Salmo
15,5-6 Senhor, porção de minha herança e minha taça, tendes em mãos o meu
destino; coube-me por sorte a boa parte; sim, é bela a herança que me cabe!
Oração do Dia: Ó Deus, que fizestes o abade são Bento preclaro mestre na escola
do vosso serviço, concedei que, nada preferindo ao vosso amor, corramos de
coração dilatado no caminho dos vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Profeta
Isaías 1,10-17
Ouvi a palavra do
Senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus,
povo de Gomorra. Que me importa a abundância de vossos sacrifícios? - diz o
Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais
cevados; do sangue de touros, de cordeiros e de bodes, não me agrado.
Quando entrais para
vos apresentar diante de mim, quem vos pediu para pisardes os meus átrios? Não
continueis a trazer oferendas vazias! O incenso é para mim uma abominação! Não
suporto lua nova, sábado, convocação de assembleia: iniquidade com reunião
solene! Vossas luas novas e vossas solenidades, eu as detesto! Elas são para
mim um peso, estou cansado de suportá-las.
Quando estendeis as
vossas mãos, escondo de vós os meus olhos. Ainda que multipliqueis a oração, eu
não ouço: Vossas mãos estão cheias de sangue! Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a
maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a
fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão,
defendei a viúva. - Palavra do Senhor.
Comentário: O brado de Isaias, tão
carregado de dramaticidade, dirige-se à gente que apresenta ofertas inúteis,
oferece um incenso que é uma abominação. O profeta não é antiliturgista, é
alguém que ama a verdade. E não pode ser verdade um sacrifício oferecido com
mãos que gotejam sangue. Ora, para que oblações e sacrifícios sejam uma
"abominação", basta que as mãos que os oferecem se descuidem de
promover a justiça. É o risco que ameaça a consciência de quem vai,
pontualmente à missa, na qual reza pelas necessidades dos pobres, órfãos, sem
nada fazer de concreto em favor deles. Isto deve levar a séria reflexão. A fé
deve nos comprometer a emprestar a Deus mãos, forças, inteligência e voz, para
que a paz e a justiça reinem no mundo. (Missal Cotidiano)
Salmo: 49(50),
8-9.16bc-17.21.23 (R. 23b)
A todo homem
que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
Eu não venho
censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos; não
preciso dos novilhos de tua casa nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.
“Como ousas repetir
os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas
leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios!
Diante disso que
fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e
repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos”.
Quem me oferece um
sacrifício de louvor, este sim é que honra de verdade. A todo homem que procede
retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Mateus 10,34-11,1
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Não
penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. De
fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E
os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.
Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não
é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno
de mim.
Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E
quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. Quem vos recebe a mim
recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.
Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a
recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a
recompensa de justo.
Quem der, ainda que seja apenas um copo de água
fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não
perderá a sua recompensa”.
Quando Jesus acabou de dar essas
instruções aos doze discípulos, partiu daí, a fim de ensinar e pregar nas
cidades deles. - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
seguimento de Jesus tem uma série de implicações e não permite meio termo, pois
exige radicalidade. Ou seguimos Jesus ou não seguimos, não existe seguimento
até certo ponto ou de acordo com as minhas condições, o seguimento é
incondicional. Para que isso seja possível, Jesus deve ser o valor absoluto de
nossas vidas, devemos ser seduzidos por ele de modo que tudo façamos para estar
com ele e realizar a sua vontade, a fim de que tenhamos coragem de, com ele,
assumir a nossa cruz do dia a dia e segui-lo até onde for necessário. Somente
quem tem um verdadeiro amor por Jesus e pelo Reino de Deus é capaz de viver de
tal maneira. (CNBB)
A
adesão do discípulo a Jesus tem o mesmo caráter totalizante da adesão a Deus no
Antigo Testamento. Segundo a Lei mosaica, o fiel deveria amar a Deus "com
todo o coração, com toda a alma, com todas as forças". Algo semelhante
Jesus exige dos discípulos. Mesmo os laços mais sagrados de sangue ficam em
segundo plano para quem aceita ser seguidor do Mestre. Quem coloca pai, mãe,
filho ou filha, acima dele, renega sua condição de discípulo. Esta liberdade
diante dos laços familiares possibilita-lhe estar disponível para seguir Jesus
no caminho da cruz, se preciso, enfrentando a própria a morte. Não se trata de
uma apologia da cruz, valorizada por si mesma, mas da liberdade e
disponibilidade para viver o discipulado com todas as suas consequências. As
palavras de Jesus são de extrema clareza: quem se dispõe a segui-lo deve, como
ele, aderir incondicionalmente ao projeto do Pai, sem meias-medidas ou
atenuantes. É tudo ou nada! A dureza das condições para o discipulado poderia
amedrontar quem se predispõe a tornar-se discípulo, ou quem já é discípulo.
Estaria Jesus exigindo uma espécie de desprezo aos familiares mais caros? Ou
transformando o discipulado em fuga da família? Nada disso! O discipulado exige
apenas que tudo, até mesmo o amor aos familiares, seja vivido na perspectiva do
Reino. O discípulo amará seu pai, sua mãe, seu filho ou sua filha de uma
maneira particular, quiçá até mais profunda, porque revestida pelo amor do
Reino! (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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