Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões,
sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém
disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar
contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado:
“Quem é minha mãe,
e quem são meus irmãos?”
E, estendendo a mão para os
discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz
a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Jesus
não quer que nós sejamos seus servos, pois o amor que ele tem por nós não
permite isso. O apóstolo São João nos diz no seu Evangelho que Jesus não chama
os seus seguidores de servos, mas de amigos, porque lhes revelou tudo o que o
Pai lhe deu a conhecer. Mas no Evangelho de hoje, Jesus vai mais além, ele nos
mostra que quer que todos os que ele ama e o amam sejam membros da sua família,
participem da sua vida divina. Para demonstrar o amor que temos por Jesus, não
basta apenas afirmar o amor que se sente por ele, é preciso ir além, é preciso
conhecer e realizar a vontade do Pai. Somente quem faz a vontade do Pai ama
verdadeiramente a Jesus, torna-se membro da sua família e participa da sua
vida. (CNBB)
A
ruptura com os laços familiares foi uma das exigências do serviço ao Reino, com
as quais Jesus se defrontou. Também por exigência do Reino, foi levado a
constituir, sobre novas bases, uma comunidade cujo relacionamento interpessoal
deveria ter a profundidade do relacionamento familiar. A comunidade dos
discípulos de Jesus pode ser definida como a família do Reino, cuja
característica são os laços fraternos que unem seus membros. Nesta perspectiva,
fica em segundo plano a consanguinidade. Doravante, ser mãe ou irmão de sangue
não tem importância. O critério de pertença à família do Reino consiste em
submeter-se à vontade do Pai, sendo-lhe obediente em tudo. Importa mostrar, com
ações concretas, esta submissão. Aí o agir do discípulo identifica-se com o
agir do Mestre, a ponto de Jesus poder considerá-lo como irmão: a vontade do
Pai é o imperativo na vida de ambos. Assim, a ligação entre Jesus e os seus
discípulos era muito mais profunda do que a sua convivência física com eles.
Havia algo de superior que os unia, sem estar na dependência de elementos
conjunturais, quais sejam, a pertença a uma determinada família, raça ou
cultura. Basta alguém viver um projeto de vida fundado na vontade do Pai, para
que Jesus o reconheça como pertencente à sua família. Para ele, estes são seus
irmãos, suas irmãs, suas mães. São irrelevantes outros títulos de relação com
Jesus, quando falta este pré-requisito. (Padre
Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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