Batismo do Senhor - Festa

A celebração litúrgica do Batismo de Jesus foi fixada no calendário romano para o segundo domingo ordinário em 1960, no Brasil, após 1º de janeiro, ao primeiro domingo se transfere a Solenidade da Epifania, originalmente celebrada no dia 6; no domingo seguinte, portanto o segundo, festejamos o Batismo do Senhor a não ser que a Solenidade da Manifestação de Jesus caia, via transferência, em 7 ou 8 de janeiro - em outros termos, apenas quando o dia em que comemoramos o encontro dos reis magos com o Salvador, "dia de reis", em 6 de janeiro, é uma sexta ou sábado - quando, então, o Batismo do Senhor toma lugar na segunda-feira imediatamente após a Epifania. Esta festa encerra o Tempo do Natal. (Pastoralis)


“Batizado o Senhor, os céus se abriram e o Espírito Santo pairou sobre ele sob forma de pomba. E a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho muito amado, nele está todo o meu amor!” (Mt 3,16s).

A festa do Batismo do Senhor Jesus dá termo ao tempo festivo do Natal. Saindo do âmbito da infância, mostra Jesus na véspera de sua vida pública. A voz de Deus que acompanha o dom do Espírito Santo a Jesus proclama-o “Filho amado”(Mt 3,17) de Deus, no qual Deus se compraz: o beneplácito de Deus repousa n’Ele. Jesus é quem executará o projeto do Pai. Por isso é chamado de “filho”, termo que pode ser aplicado a todo justo, mas no caso de Jesus, de maneira única. (Paróquia São Pedro/PR)

(Texto: Padre Roberto Nentwig - Arquidiocese de Curitiba/PR) Estudos sobre Jesus apontam que, inicialmente, o Senhor desejava pertencer ao grupo do Batista, mas logo percebeu que sua missão exigia um caminho diferente daquele tomado por seu primo. Assim, após o Batismo, Jesus formou o seu grupo de discípulos e começou a anunciar o Reino de Deus.

Por outro lado, Jesus não necessitava do Batismo de João Batista. Ele aceitou o Batismo para se tornar solidário aos pecadores. Mesmo sem pecado, Jesus desejou estar no meio dos pecadores. O Senhor quis descer para resgatar a todos; o caminho da salvação é o rebaixar-se e encontrar o caído onde ele está. Percebeu que a pregação de João seguia a mesma linha que seria fundamental em seu ensinamento, pois todos eram admitidos para o Batismo no Jordão, independente de sua classe, sexo ou posição. Bastava se arrepender, mudar de vida! È para ser solidário a este povo excluído da religião judaica (pobres, mulheres, publicanos...) que Jesus aceitou o sinal de João.

Além disso, o Batismo de Jesus manifesta o Espírito e marca o início de sua missão. A ação do Espírito faz dele o “ungido” do Pai: é o Cristo (=Messias, ungido, enviado), aquele que recebeu a missão de entregar-se pela humanidade. “Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito e com poder. Ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando...” (At 10,38).

Todos os evangelhos sinóticos narram o Batismo de Jesus. A marca de Lucas (próprio do ano C) é a descida do Espírito Santo sobre o Senhor, quando o mesmo se encontra em oração. A vida de Jesus, trazida pelo Evangelista, é toda conduzida pelo Espírito Santo. Mas é na intimidade, na sua relação com o Pai, em sua vida de oração, que o Jesus descobre os caminhos que deve trilhar. Sua vida é movida a partir da intimidade com o Pai, na unidade com o Espírito.

A festa deste dia nos traz importantes lições. Como Jesus, somos convidados a solidariedade com os sofredores. É necessário ter verdadeira compaixão, ou seja, sofrer com aquele que sofre. O cristão não se acha melhor do que os outros, não julga a ninguém, não exclui por aparência, nem mesmo pelas atitudes alheias, mas acolhe a todos, como João e Jesus.

Além disso, somos batizados no Espírito, que orienta, suscita e fortalece. Este mesmo Espírito nos faz cristãos (=ungidos, enviados). Este Espírito nos move na medida em que nos abrimos para esta graça. Tal abertura se dá quando estamos dispostos a fazer a vontade do Pai, e a vontade do Pai é revelada e fixada em nosso coração pela oração. Seguindo o exemplo de Jesus, não rezaremos como interesseiros que desejam um Deus escravo de nossos desejos, mas para descobrir a vontade do Pai e para se abrir à ação do Espírito. Como batizados, deveremos curar as doenças, ser luz, testemunhar o amor de Deus,...

O Batismo nos mergulhou no mistério trinitário. Fez-nos participantes do mistério Pascal de Cristo. Estamos neste mundo para viver como filhos amados em Cristo, e animados pelo Espírito do Senhor. Estamos aqui para dar a vida como Cristo. E morrendo faremos acontecer o mistério da ressurreição. A morte se torna vida a cada instante, diante dos nossos olhos. Renovemos e vivamos a graça do nosso Batismo!

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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